Não confunda...

Que saudade da época em que a política era feita em benefício do bem-estar de uma coletividade, diferente de hoje, quando os cidadãos se lançam candidatos sem lenço, sem documento e sem ao menos saber o verdadeiro significado da palavra que representa os princípios que orientam a atitude administrativa.

Certa vez, ouvi de Admardo Gama, um ilustre político pelo qual tenho respeito, admiração e um carinho especial, dizer que podia comparar um grupo de políticos com uma boiada. Fiquei olhando enquanto ele explicava: “Se os bois andam juntos e dessa manada um ou mais deles se desgarra e vai para o atoleiro, é porque não era bom o suficiente para permanecer no grupo”. Trocando em miúdos, Admardo queria exemplificar o caso de políticos que se vendem a preço de banana e por qualquer real a mais no bolso, deixando de lado seus ideais e projetos sócio-econômicos para a população do seu município. Esses não merecem o meu e o seu voto. Não merecem sequer nosso respeito. É bom lembrar que nossa ação política está presente em todos os momentos da vida, seja no aspecto privado ou público. Vivemos com a família, nos relacionamos com as pessoas no bairro, na escola ou faculdade, cada um de nós é parte integrante da cidade, pertencemos a um Estado e País, e, principalmente, influímos em tudo o que acontece em nossa volta.

Podemos jogar lixo nas ruas ou não, podemos participar da associação do nosso bairro ou fazer parte de uma pastoral ou trabalhar como voluntário em uma causa em que acreditamos. Podemos votar em um político corrupto ou votar num bom político, precisamos conhecer melhor as propostas, os discursos e as ações dos políticos que nos representam.

As bandeiras que os candidatos levantam são sempre de igualdade social, melhorias na educação, atendimento de qualidade na saúde, mundos e fundos, mas nada muda na vida dos cidadãos até as próximas eleições, quando novamente eles surgem com promessas vazias, sem sentido, apenas com o objetivo de nos enganar e, de alguma forma, levar vantagem em alguma coisa.

Sei que não é fácil discutir a questão da política nos dias de hoje. Estamos carregados de desconfianças em relação aos homens do poder. Porém, o homem é um ser essencialmente político. Todas as nossas ações são políticas e motivadas por decisões ideológicas. Tudo que fazemos na vida tem conseqüências e somos responsáveis por nossas ações.

A omissão, em qualquer aspecto da vida, significa deixar que os outros escolham por nós. Portanto, não abra mão do seu direito de votar e, principalmente, de escolher o melhor para a nossa cidade.
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