O caso da menor paraense L.A.B. de 15 anos foi assunto nos principais meios de comunicação na semana passada. A menor, colocada em uma cela com 30 homens adultos foi, literalmente, jogada na cova dos leões – que me perdoe os leões – onde sofreu estupro, chantagem e tortura. Que crime a menor havia cometido? Nenhum. Afinal a que classe de crime corresponde uma tentativa de furto onde ninguém deu queixa? Estranho, muito estranho. Por que a delegada local encarcerou a menor e uma juíza a manteve em cárcere? Duas mulheres desprovidas de sensibilidade.
Estranho, muito estranho. Entretanto, o mais estranho de tudo: alguns
presos que estavam na cela – nem todos os leões estavam famintos – se
encarregaram de lembrar aos policiais que existe lei e que ela precisa
ser cumprida. Novamente, estranho, demasiadamente estranho. Alguns
presos lembram aos policiais da existência da lei e que ela precisa ser
cumprida. Então, como admitir que uma mulher, menor, seja colocada e
mantida em uma cela comum sem que a idéia tenha sido proposital? A
maldade é tamanha que os fatos chegam a soar estranho aos ouvidos. O
caso, na mídia nacional, teve a repercussão proporcional ao tamanho das
intenções de seus executores.
A punição dos envolvidos precisa ser exemplar. Afastamento da juíza, da
delegada e dos policiais é o minimo que se espera para o desfecho desse
caso bizarro. Afinal, a produção de provas falsas, descumprimento da
lei, agressão – sim, a menor teve seus cabelos cortados a faca pelos
policiais – assim como a desobediência ao Estatuto da Criança e do
Adolescente, precisa ser tratado com rigor. Entretanto, não se pode
deixar de lado a necessidade de identificar os presos envolvidos nos
crimes de estupro, chantagem e tortura, e imputar-lhes os crimes – isso
não se falou na mídia nacional - afinal, no meio dos 30 leões que
estavam na cova, talvez se possa encontrar algum herói capaz de salvar
o sentimento, exclusivamente humano, de justiça. Do lado de fora da
cela ficou provado que aqueles que são pagos para aplicá-la não foram
capazes de faze-lo.
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