Juiz manda reintegrar,
Camponeses prometem resistir!
A Fazenda Douradinho, no município do Prata, no Triangulo Mineiro é uma
das mais de 20 fazendas improdutivas em nome do latifundiário João Luiz
de Melo. Toda a atividade da fazenda de mais de 2000 ha gira em torno
de algumas dezenas de animais e desmate para carvão. Esta foi tomada
por dezenas de famílias camponesas em dezembro de 2006, período
seguinte de resistência a perseguições da polícia e ao cerco de
pistoleiros armados a mando do latifundiário.
Na audiência no mês de fevereiro ficou acordada a vistoria do INCRA para ser realizada no prazo de 6 meses. O INCRA não cumpriu a sua responsabilidade e o latifundiário pede a Vara Agrária o cumprimento da reintegração. Sem levar em conta a falta de função social da terra, sua improdutividade, o desmate para carvão, o trabalho escravo e etc., o Juiz da Vara Agrária expediu a liminar de reintegração de posse neste mês de agosto.
Já são vários casos de descumprimento do INCRA que está deixando até mesmo de comparecer nas audiências. No último dia 16 de agosto não compareceu na audiência da Vara Agrária em Perdizes-MG. Neste município se localiza a fazenda Antinha, onde camponeses lutam há 5 anos pela sua terra e tudo que o INCRA tem feito é prejudicá-los, como foi o acordo com o latifundiário para tirar estes camponeses pobres e devolver a fazenda ao latifundiário Marcelo Guimarães, que tem mandado pistoleiros armados cercar e atirar em direção ao acampamento.
Estes pistoleiros andam em um gol branco quatro portas de placa GWO 2820 de Belo Horizonte. Segundo informações são policiais civis. Esta fazenda foi grilada pelo seu pai Moacir Guimarães e seu avô Pedro Guimarães. Já a Vara Agrária encaminha tudo da forma que os latifundiários querem.
A cada ano as dificuldades aumentam para os camponeses pobres. São torturados e assassinados pela força do Estado e por pistoleiros dos latifundiários.
Neste momento dezenas de camponeses que resistiram ao massacre da fazenda Santa Elina em Corumbiara (Rondônia) no ano de 1995, estão em Brasília cobrando das autoridades seus direitos e verdadeira punição aos mandantes assassinos. Na época nenhuma autoridade fez nada para impedir a tortura e o assassinato de homens, mulheres e crianças.
O presidente Lula, na época candidato, esteve no local após o massacre prometendo se eleito amparar e resolver todos os problemas dos camponeses, além de punir os mandantes assassinos, porém nada foi feito até hoje!
É assim que caminha a reforma agrária do governo. Centenas de famílias se amontoando anos e anos na beira das estradas. Os que resistem dentro das fazendas são perseguidos, torturados e assassinados; hora por pistoleiros, hora pela força do Estado.
Os governantes não fazem nada para solucionar os problemas, e aumenta ainda mais o martírio dos camponeses pobres diante dos algozes. Muito ao contrário tem incentivado os crimes contra os pobres. São diversos atos criminosos do governo cometidos ao mandar cumprir as injustas ordens de reintegração contra os camponeses pobres, negociações benéficas aos latifundiários, incentivo de alta produção de monocultura para exportação principalmente a de cana de açúcar e etc.
Não tarda a aparecer novas atrocidades a serem cometidas pelos representantes do Estado e sua força repressiva, pois os camponeses pobres estão no seu legitimo direito de resistir a tamanhas injustiças.
Os camponeses pobres da fazenda Douradinho no município de Prata e da fazenda Antinha em Perdizes-MG estão organizados e prometem resistir. Sabemos que na sociedade existem tantos reacionários que usam a miséria e o sofrimento do povo em seu beneficio, e não importam se tantos destes podem ser torturados e assassinados. Mas também existem tantos progressistas democráticos que se indignam com tanto fascismo e perversidade contra o povo. São esses que devem agir em defesa do povo pobre e especificamente neste momento em favor dos camponeses pobres da fazenda Douradinho e fazenda Antinha.
20 de agosto de 2007
Liga dos Camponeses Pobres
Rua Jaime Medina Coeli, n* 242, Conjunto Alvorada, Uberlândia-MG.
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Telefone: (34) 3229-4583