Raimundo Dias Ferreira (74 anos)
Jose Cláudio Alves Bezerra
Martinho Julio Ferreira Dias
Jose Gomes Silva
João Rufino Silva
Jesus Pereira da Silva
Camponês desaparecido:
Francisco Rufino Silva
Fazendeiro:
Genuíno Moreira da Silva
No dia 26 de maio cerca de 40 famílias de camponeses pobres do município de Conceição do Araguaia – Pará, ocuparam a fazenda Cinzeiro.
A Fazenda pertence à União e foi adquirida pelo Incra para implantação do Projeto de Assentamento (PA). O Latifundiário controla a área com seu grupo armado e com o apoio de Policiais Militares (o que fica evidente pela própria forma que os policiais procederam na ação).
Ao entrarem na Fazenda os camponeses foram "recebidos a balas" por cerca de 8 pistoleiros a mando do latifundiário Genuíno Moreira da Silva.
As famílias montaram acampamento na estrada, mas pelo perigo de serem atacados pelos pistoleiros do latifúndio resolveram voltar para cidade.
No dia 28 de maio, por volta das 3h da manhã, o latifundiário Genuíno, em seu carro particular, acompanhado de 3 policiais Militares (2 deles reconhecidos pelos camponeses – Sargento Wilson e Soldado Almir) entraram nas casas dos camponeses, arrombando as portas, atirando e batendo nos moradores. Durante toda a "ação" o latifundiário permaneceu armado, intimidando os camponeses e dando ordens diretas aos policiais.
O Senhor Raimundo Dias Ferreira de 74 anos, foi agredido, jogado no chão com o latifundiário apontando uma "arma" em sua cabeça durante todo tempo. A senhora Maria Alves Bezerra de 65 anos também foi agredida. As mulheres tiveram os cabelos puxados e as crianças foram ameaçadas o tempo todo com armas apontadas em suas cabeças.
Desde a ação criminosa do latifundiário, com o apoio da PM, o camponês Francisco Rufino Silva está desaparecido e seus familiares temem pela sua vida.
Dessa "operação policial", seis camponeses foram presos em flagrante acusados de "roubar e incendiar a fazenda" e "porte de armas de fogo" crime inafiançável.
Na casa que o Sr. Raimundo estava tinha uma garrucha velha que foi apreendida e logo depois outras armas "achadas" próximas à fazenda foram atribuídas aos camponeses.
A postura conivente do INCRA em não seguir com o projeto de assentamento e nada fazer em relação à área só favorece e estimula a ação criminosa do Fazendeiro.
O NAP repudia essa truculenta ação da polícia militar à mando do latifúndio.
Denunciamos que nenhuma diligencia foi feita para apurar a realidade dos fatos e que durante o Inquérito Policial da Polícia Civil, nenhum vizinho foi ouvido, os familiares agredidos não prestaram seus depoimentos, nenhuma ação em relação ao latifundiário foi tomada, ignorando todas as denuncias que os camponeses fizeram em seus depoimentos.
Os camponeses querem o sagrado direito à terra, para trabalhar e viver.
Conclamamos todos os democratas e pessoas honestas a defenderem e apoiarem essa luta.
Liberdade imediata aos 06 camponeses presos!
Exigimos que o INCRA entregue a terra aos Camponeses!
Exigimos PUNIÇÃO imediata aos policiais denunciados!
O povo quer terra e não repressão!
Núcleo dos Advogados do Povo – Brasil
5 de junho de 08
Veja também: Forkilha: Polícia Militar a mando do latifúndio reprime camponeses