País precisa investir mais em pesquisa no campo das vulnerabilidades e adaptação. Foto: RMTip21
“O Brasil está muito distante de uma situação ideal de investimento em pesquisa de alto nível para produção de novas tecnologias e inovação, ou para estudos no campo das vulnerabilidades e adaptação, na área de mudanças climáticas”. A conclusão consta no Informe sobre o Estado e Qualidade das Políticas Públicas sobre Mudanças Climáticas e Desenvolvimento no Brasil, elaborado pela Plataforma Climática Latino-Americana (PCL), organização que teve o apoio da Fundação Avina.
Segundo a publicação, que também avaliou outros nove países latino-americanos a respeito das políticas públicas sobre mudanças climáticas, a iniciativa privada pouco investe nessas áreas. “Isso pode prejudicar o país em termos de competitividade no mercado internacional e também não permite uma contribuição maior dos brasileiros para soluções mais duradouras e eficazes para a remediação do problema das mudanças climáticas no nível planetário, podendo prejudicar muito a economia e a sociedade brasileira.”
Mais grave ainda é a falta de estudos sobre vulnerabilidades ambientais, sociais e econômicas decorrentes das mudanças climáticas, que poderiam impactar especialmente as populações mais vulneráveis.
De acordo com o estudo, mais grave ainda é a falta de estudos sobre vulnerabilidades ambientais, sociais e econômicas decorrentes das mudanças climáticas, que poderiam impactar especialmente as populações mais vulneráveis, pois costumam habitar justamente as áreas mais sujeitas aos graves impactos das alterações climáticas, por sua precariedade de infraestrutura, em locais mais sujeitos a deslizamentos, secas, falta de saneamento básico, dentre outros fatores potencializadores de desastres ambientais ou impactantes em termos de saúde pública.
Desafio brasileiro
“A falta de produção científica também impacta a formulação de políticas públicas que depende de informação de qualidade e relevante para tomada de decisão. Deve impactar também a orientação de fluxos financeiros, bem como os investimentos privados em desenvolvimento de tecnologias”, pontua o informe.
Autores como o economista José Eli da Veiga acreditam que o desafio Brasil nos próximos anos consiste em investir em Ciência, Tecnologia e Inovação para não ficar dependente das soluções que surgirão em outros países, e que para tanto, deveríamos usar todos os recursos que seriam investidos no pré-sal para investir em Ciência e Tecnologia.
* Publicado originalmente no site EcoD.