Em dez anos o uso do carvão vai ultrapassar o do petróleo. Foto: Alexandre.Nascimento
O relatório anual da Agência Internacional de Energia (AIE), intitulado Medium-Term Coal Market Report (MCMR), estima que o carvão, como matriz energética, registra um crescimento contínuo e, em 2017, o consumo dessa matéria-prima não-renovável e altamente poluidora será de 4,32 bilhões de toneladas, contra 4,4 bilhões de petróleo. O documento, divulgado na terça-feira, 18 de dezembro, aponta ainda que, em dez anos, o uso do carvão vai ultrapassar o do petróleo.
Segundo a AIE, a demanda de carvão vai aumentar em todas as regiões do mundo, exceto nos Estados Unidos, onde o gás natural têm predominado. “O mundo vai queimar cerca de 1,2 bilhões de toneladas de carvão a mais por ano, o equivalente ao atual consumo de carvão da Rússia e dos Estados Unidos juntos”, explicou a diretora-executiva da organização, Maria van der Hoeven.
A China e a Índia irão liderar o consumo da fonte energética nos próximos cinco anos. O relatório afirma que a China irá superar o resto do mundo em demanda de carvão durante o período de perspectiva, enquanto a Índia se tornará o maior importador de carvão por via marítima e segundo maior consumidor.
Maria van der Hoeven mostrou preocupação quando o assunto foram as emissões de dióxido de carbono (CO2). “As tecnologias de CCS [captura e sequestro de carbono] não estão decolando como o esperado, o que significa que as emissões de CO2 continuarão a crescer substancialmente, apresentando um risco quanto às mudanças climáticas”, frisou.
O EcoD mostrou que, em 2010, a Administração de Informações sobre Energia (EIA), principal órgão norte-americano sobre consumo energético, informou que as emissões globais de CO2 irão crescer 1,27 bilhões de toneladas até 2035, caso os países deixem de traçar e cumprir um acordo mundial capaz de frear tamanha quantidade de poluentes na atmosfera.
De acordo com o documento, a China e a Índia liderariam o aumento de emissões, devido ao processo acelerado de desenvolvimento e o aumento da demanda por eletricidade.
* Publicado originalmente no site EcoD.