Relatório mais recente do Programa Ambiental da ONU mostra que emissões de gases do efeito estufa somam hoje 50 gigatoneladas de equivalente de carbono
Ao mesmo tempo em que milhares de políticos, diplomatas, funcionários de ONGs e jornalistas se reúnem em Doha para as duas semanas do Congresso Anual de Mudança Climática da ONU, o relatório mais recente do Programa Ambiental da ONU (UNEP) mostra que as questões climáticas vão de mal a pior. Emissões de gases do efeito estufa somam hoje 50 gigatoneladas de equivalente de carbono (GtCO2e).
Este valor é 20% mais alto do que costumava ser em 2000 e, preocupantemente, 11% mais alto que o valor precisa ser em 2020 para assegurar que as temperaturas globais não se elevem acima de 2 graus Celsius (vide a região vermelho claro no gráfico).
Temperatura não aumentará caso os gases do efeito estufa fossem cortados de maneira mais radical no futuro. Foto: Reprodução/Internet
Em teoria, isso não seria tão importante se os gases do efeito estufa fossem cortados de maneira mais radical no futuro (embora isso tivesse o efeito de elevar os custos). O problema é que os países não estão se comprometendo a fazer cortes grandes o suficiente. O UNEP observou o impacto da redução de emissão das diversas promessas feitas pelos países desde a conferência de mudança climática em Copenhague em 2009. Se os países concretizarem suas promessas menos ambiciosas e permitirem várias brechas e regras lenientes, isso não faria uma diferença real: as emissões seriam apenas 1 GtCO2e menores que o normal (caso A).
Mesmo a implantação das promessas mais ambiciosas, sujeitas a normas rigorosas, fariam com que os países atingissem apenas metade do total necessário para impedir que as temperaturas globais aumentem em mais de 2 graus (caso B). E as emissões ainda estariam aumentando em 2020.
* Publicado originalmente na revista The Economist e retirado do site Opinião e Notícia.
(Opinião e Notícia)