São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Manaus e municípios nordestinos serão as cidades mais afetadas com às mudanças climáticas. A informação é do estudo realizado por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp). O trabalho, publicado 5 de maio, na revista Climatic Change, não detalha o que pode ocorrer em cada lugar.
A pesquisa, que foi desenvolvida com base na comparação dos dados da densidade populacional e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), diz que nas próximas décadas o aumento de temperatura e a mudança no regime das chuvas podem apresentar reais impactos na população das cidades atingidas pelo agravamento de enchentes e deslizamentos de terra, situações comuns em eventos extremos.
O ecólogo da Unesp em Rio Claro, David Lapola, responsável por cruzar as informações bases explicou que o nordeste tem IDH (índice que combina educação, saúde e renda) considerado muito baixo, e a densidade populacional relativamente alta. “São indicativos de que essas pessoas terão maior dificuldade para responder a um cenário de mudança climática, mesmo se ela não for a mais severa do País, como aponta o primeiro mapa”, afirmou ao Estadão.
Em capitais como São Paulo e Rio de Janeiro, os cientistas relatam que o problema é a grande densidade populacional. Já no centro e no norte do país, apesar do indicador climático apontar uma situação de mudanças climáticas mais severas, os vazios demográficos tendem a possibilitar que a população seja menos vulnerável.
* Publicado originalmente no EcoD.
(EcoD)