Uma nova descoberta pode multiplicar a quantidade estimada de lixo plástico nos oceanos. Pesquisa realizada pelas universidades norte-americanas Delaware e Washington, publicada no periódico Geophysical Research Letters, revelou que pedaços minúsculos de plásticos podem atingir até cinco metros de profundidade. A maioria dos cálculos realizados anteriormente levava em conta apenas a superfície do mar.
A pesquisa começou por acaso. O oceanógrafo Giora Proskurowski contou que percebeu algo estranho quando trabalhava embarcado no Oceano Pacífico.
Pedaços de plástico similares a confetes estavam espalhados na superfície da água. Ele, então, colheu amostras de água a cinco metros de profundidade e descobriu que o vento estava empurrando o plástico para baixo da superfície da marinha.
“Isso quer dizer que décadas de pesquisa verificando a quantidade de lixo plástico no oceano podem, em alguns casos, ter subestimado significativamente a quantidade do material nas águas marítimas”, observou o especialista.
Estudo
Os dados do estudo foram reunidos pelo oceanógrafo durante uma expedição ao Atlântico Norte em 2010. Os pesquisadores recolheram amostras na superfície da água e em três níveis de profundidade diferentes, até 30 metros. Quase todas as amostras tinham plástico.
Assim, o estudo conclui que os dados coletados na superfície da água subestima a quantidade de plástico em até 2,5 vezes. Se o vento for muito forte, esse fator pode chegar até 27 vezes.
A pesquisa sugere ainda um novo modelo para que ambientalistas e cientistas calculem com mais precisão a quantidade de lixo plástico nas águas marítimas.
* Publicado originalmente no EcoD.