Na região Norte, o percentual dos que temem "muito" os conflitos na Amazônia é de 66%. Na foto acima, a sonda-terra do gasoduto Coari-Manaus em Urucu (AM). Foto: Divulgação Petrobras
Duas pesquisas divulgadas há menos de um mês revelam que 68% dos brasileiros acreditam que faltará água no país em 2050, e que nos próximos 20 anos o país será alvo de agressão militar estrangeira motivada por interesses na Amazônia (50%), enquanto outros 45% creem em ataques em razão das bacias do pré-sal.
O levantamento referente à água foi desenvolvido pela consultoria OThink, que ouviu mil pessoas (metade homens, metade mulheres) no Brasil todo.
Divulgada em 25 de novembro, a pesquisa também aponta que há otimismo em relação ao esgotamento de reservas de petróleo, gás natural e carvão: 48% acreditam que esses recursos não se esgotarão. A classe A é a mais otimista: 55% acredita que em 2050 ainda teremos reservas dos três produtos.
Outros dados interessantes indicam que 83% dos entrevistados acreditam na total substituição do petróleo por energia renovável em meios de transporte, e 65% creem que em 2050 todos os materiais utilizados serão reciclados. “Esse otimismo é observado em uma faixa etária acima dos 55 anos. São pessoas que vêm assistindo a um processo de evolução tecnológica intenso”, analisou o presidente da OThink, Marlos Barbosa, ao Estadão.
Já a pesquisa sobre o temor da população de ameaças estrangeiras foi divulgada na quinta-feira, 15 de dezembro, pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), segundo o qual a quantidade de pessoas que teme conflitos relacionados à Amazônia ou ao pré-sal é “surpreendente” (50%), principalmente se comparado com outros números que mostram que, em ambos os casos, apenas cerca de 30% dos entrevistados descarta a ocorrência de um conflito por estes motivos. Foram ouvidas 3.796 pessoas nos 26 Estados e Distrito Federal. A margem de erro é de 5%.
Os pesquisadores destacaram também o fato de que na região Norte o percentual dos que temem “muito” os conflitos na Amazônia é de 66%. Para a chefe da assessoria técnica da presidência do Ipea, Luciana Acioly, os números mostram que a população está mais atenta a temas ligados às riquezas do país, especialmente por causa da discussão sobre a divisão das receitas do petróleo, os royalties, que é realizada no Congresso. Além disso, as pessoas têm percebido a maior importância do Brasil no cenário internacional, de acordo com ela. “Esse protagonismo brasileiro, essa importância que o Brasil está ganhando no mundo leva a população a perceber quais as encruzilhadas em que nos encontramos”, destacou a especialista ao portal G1.
* Publicado originalmente no site EcoD.