Espanha entre novas tecnologias e a catástrofe ambiental

Madri, 07/08/2007 – O impulso às energias renováveis, os compromissos empresariais com o meio ambiente e a decisão de criar um grande parque eólico marinho são informações que quase passam desapercebidas na Espanha, aturdida pelo incêndio que obrigou a evacuar 14 mil pessoas nas Ilhas Canárias. O sinistro que na semana passada arrasou 35 mil hectares no arquipélago situado no oceano Atlântico, diante da costa noroeste da África, ofusca notícias que apontam para um desenvolvimento sustentável e são, como o parque eólico que será instalado entre as localidades de Barbate e Conil, próximas ao estreito de Gibraltar.

 

O projeto implica instalar 273 moinhos de vento sobre plataformas de pouca profundidade em águas do Atlântico, que apenas serão avistadas desde a costa da península Ibérica e produzirão 980 megawatts, aproximadamente a mesma quantidade que pode ser gerada por uma central nuclear e que abasteceria aproximadamente 700 mil domicílios. Ainda não estão definidas as condições que o Estado imporá à empresa privada que o construir. Embora esta ainda não tenha sido escolhida, tudo leva a crer que a beneficiada será a Acciona Energia, a mais forte do setor.

Segundo decreto publicado no último dia 2 no boletim Oficial, essas condições serão dispostas até o final deste ano e entrarão em vigor dia 1º de janeiro de 2008. as empresas deverão solicitar uma reserva de zona marítima, um tramite igual ao exigido para explorar minerais. Além disso, deve ser feito estudo sobre vários aspectos da área, entre eles os impactos sobre o meio ambiente, a atividade pesqueira, o patrimônio histórico, cabos e tubulações submarinas e outras questões consideradas de interesse.

Raquel Montón, responsável pela campanha sobre mudança climática e energia da organização Greenpeace, disse à IPS que consideram muito positivo o projeto, que há anos vêem pedindo e que é um dos mais promissores, “embora possa ser melhorado”. Como exemplo, disse que em vez de sugerir que esses projetos sejam adequados à rede de distribuição atual, teria de ser o contrário e essa infra-estrutura ser adaptada à energia gerada pelo parque eólico.

A produção desta energia é mais cara do que a clássica, acrescentou Montón, mas, em lugar de priorizar a eólica, deveria-se fazer com que na tradicional se incluísse o custo que a mesma afeta ao meio ambiente. Um custo que cedo ou tarde se tem de pagar, “e que devem fazê-lo as empresas que produzem, e não o Estado, ou seja, os cidadãos”, acrescentou, referindo-se aos subsídios que o Estado se comprometeu a pagar a quem instalar parques eólicos. O Greenpeace reclama que s geradoras de energia tradicional incorporem em seus custos os danos que produzem ao meio ambiente, com o que elevariam o preço final de seus produtos, equiparando-os aos eólicos.

Para a sociedade e o meio ambiente, sejam quais forem os preços que se estipular, sempre será mais barato e rentável o investimento em geradores eólicos do que consumir carvão, petróleo ou gás, acrescentou a ativista. Entre outras coisas, porque a produção eólica não expele dióxido de carbono na atmosfera como ocorre com a queima de combustível de origem fóssil. O Greenpeace calcula que o potencial eólico marítimo da Espanha esteja em torno dos 16 mil megawatts. Esta nova tecnologia já esta presente na Europa na Dinamarca, Grã-Bretanha, Suécia, Holanda e Irlanda.

Os parques eólicos marinhos, segundo a experiência comprovada na Holanda e na Dinamarca, ajudam a preservar as populações de peixes, ao dificultarem a navegação dos barcos pesqueiros pela área que, inclusive, lhes poderia ser proibida. Além disso, dizem os ecologistas, tampouco afetam as aves marinhas que avistam os moinhos a tempo de se desviarem deles. O diretor da Acciona Energia, Esteban Morrás, disse que sua companhia aposta nas fontes renováveis.

Morras tampouco dúvida que a Espanha esteja em condições de cumprir o objetivo fixado pela União Européia de que 20% da energia em 2020 sejam produzidos por métodos renováveis, e entre eles destaca os eólicos. A instalação de moinhos de veno no mar, embora seja mais cara do que em terra, se explica porque nessa zona os ventos são 50% mais fortes do que no continente.

Outra notícia positiva se refere à posição ambiental das empresas. Um exemplo é a Inditex, uma grande rede que produz e comercializa produtos têxteis. Pablo Islã, seu diretor, negou que as medidas ambientais dispostas em suas unidades sejam para ganhar fama de ecologistas. Seus objetivos, disse, são reduzir em 20% o gasto energético em suas unidades, o que se traduz em uma contribuição à saúde ambiental. Esse gasto se reduz retirando a obrigação de que seus empregados atendem o público vestidos de paletó e gravata, o que permite gastar menos ar-condicionado e, assim, reduzir o gasto com eletricidade. (IPS/Envolverde)

(Envolverde/ IPS)

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