Rivalidade e desconfiança marcam encontro em Bonn

A primeira reunião para discutir políticas climáticas realizada desde Copenhague tentou estabelecer os novos procedimentos para futuros encontros, mas acabou mesmo servindo de palco para o já conhecido conflito entre países ricos e pobres

Aparentemente pouco mudou desde dezembro do ano passado, quando a Conferência de Copenhague (COP 15) foi marcada por conflitos e impasses. Nos últimos três dias, delegados de 175 países estiveram reunidos em Bonn, na Alemanha, tentando avaliar como aproveitar as decisões da COP 15 e seguir em frente. Mas, infelizmente, as diferenças de opiniões ainda são profundas demais para possibilitar avanços significativos.

As conversas em Bonn se focaram em determinar quais os procedimentos para as próximas reuniões. Por exemplo, com que texto base começar as discussões? Os documentos que já vem sendo debatidos desde Bali em 2007 ou o Acordo de Copenhague? Um amálgama deles? Quantas reuniões fazer até o grande encontro de Cancun?

A princípio ficou acertado que a presidente das negociações, Margaret Mukahanana-Sangarwe, do Zimbábue, irá apresentar um rascunho do texto base no dia 17 de maio. Margaret afirmou que vai analisar o Acordo de Copenhague e pode vir a usar elementos dele em conjunto com os textos trabalhados em Bali. Mas isso não ficou totalmente acertado.

A próxima reunião climática será também em Bonn a partir do dia 31 de maio e outros dois ou três encontros devem ser ainda agendados antes da grande conferência de Cancun em novembro. Porém, isso também não foi decidido.

O ano de 2010 deverá ser focado em financiamento e em como colocar em prática as poucas medidas concretas decididas em Copenhague, como a ajuda aos países mais pobres. Seriam US$ 10 bilhões anuais entre 2010 e 2012, e essa quantia iria aumentando até alcançar a soma de US$ 100 bilhões em 2020. Mas muito pouco foi debatido na Alemanha sobre como iniciar a liberação desses recursos.

Rivalidades

O que Bonn realmente conseguiu de concreto foi trazer novamente a tona os mesmos conflitos que marcaram a Conferência de Copenhague, principalmente os entre países ricos e pobres e em especial entre os dois grandes poluidores mundiais, China e Estados Unidos.

 A briga esquentou quando se debateu que texto base seria usado nas próximas negociações climáticas, se seria o Acordo de Copenhague (estabelecido nos últimos momentos da COP 15 entre os EUA e os países do BASIC – Brasil, África do Sul, Índia e China) ou os textos já trabalhados há mais de dois anos pela ONU.

Os Estados Unidos são grandes defensores do Acordo de Copenhague e acham que ele deveria ser o centro das discussões. “Nós vemos o Acordo como um passo importante. Acreditamos que ele deveria se materializar nas próximas negociações”, afirmou o delegado norte americano Jonathan Pershing.

Já os chineses, que até assinaram o Acordo, dizem que o caminho deve ser continuar a discutir os textos que vem sendo trabalhados desde 2007. “Cancun tem um objetivo claro, garantir que o trabalho iniciado em Bali seja completado”, afirmou o premier Wen Jiabao.

Juntam-se a China outros países, principalmente os mais pobres, que se sentiram excluídos das negociações em Copenhague. Também reforçam essa posição, as ONGs e cientistas que afirmam que o acordo anunciado em Copenhague é muito tímido e insuficiente para manter o aquecimento global abaixo dos 2°C.

Durante o encontro em Bonn manifestantes espalharam quatro toneladas de vidro quebrado pelo chão e uma faixa anunciava: “Juntando os cacos de Copenhague” (veja o vídeo). Aparentemente é isso mesmo que os negociadores estão tentando fazer, mas as diferenças são grandes e cada vez fica mais claro que não será em 2010 que veremos um acordo global com força de lei para limitar as emissões de gases do efeito estufa.

(Envolverde/Carbono Brasil)
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