A ameaça vem principalmente da pesca excessiva, de acordo com os técnicos. Segundo eles, os tubarões são "profundamente vulneráveis" a essa prática porque leva muitos anos para que várias espécies atinjam a maturidade e há relativamente poucos animais jovens.
"E, apesar das crescentes ameaças, os tubarões continuam virtualmente desprotegidos no alto mar", disse Sonja Fordham, vice-diretora do Grupo Especializado em Tubarões. "Nós documentamos sério caso de pesca excessiva destas espécies tanto em águas nacionais quanto internacionais. Isto demonstra uma clara necessidade de ação imediata em escala global."
"Ação demorada"
A FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) reconheceu a ameaça potencial aos tubarões há mais de uma década, quando lançou um plano de ação para a conservação dos animais em 1999.
Mas "o pedido para melhoria dos dados de pesca por parte dos países-membros [...] vem sendo dolorosamente lento e simplesmente inadequado", apontou o estudo da IUCN.
Vários tubarões de alto mar acabam sendo pegos por redes de pesca de atum e peixe-espada.
Embora alguns acabem acidentalmente presos em redes, eles estão sendo cada vez mais procurados para a extração da carne, dentes e óleo de fígado e, por causa da alta demanda na Ásia, por suas barbatanas.
Barbatanas
A lista da IUCN inclui duas espécies de tubarão-martelo, que costumam ter suas barbatanas retiradas antes de serem jogados de volta no mar.
"Os tubarões-martelo são um caso especial porque eles têm barbatanas de qualidade muito alta, mas carne de qualidade baixa", disse Sonja. "A proibição da União Europeia da extração das barbatanas é uma das mais fracas do mundo."
"A melhor forma de colocar esta proibição em prática é proibir a remoção das barbatanas no mar. Mas, pela União Europeia, você pode retirá-las desde que as barbatanas trazidas para terra pesem menos de 5% do peso do animal."
"A IUCN estima que, por esta norma, pode-se tirar as barbatanas e jogar fora de dois a três tubarões para cada tubarão mantido", disse Fordham.
Até o final deste ano, o Grupo Especializado em Tubarões vai publicar um relatório completo com a situação de todas as 400 espécies de tubarões, e parentes próximos entre arraias.