De acordo com o estudo, florestas localizadas em
qualquer lugar com idade entre 15 e 800 anos possuem balanço de carbono
geralmente positivo com armazenamento nas partes da árvore e no solo – o que
significa que absorvem mais CO2 do que liberam.
Até então a certeza
científica era baseada em um estudo realizado nos anos 1960, que utilizou dados
de uma única plantação para sugerir que florestas acima de 150 anos emitem tanto
carbono quanto consomem da atmosfera – sendo, assim, consideradas neutras em
carbono.
"Esta é a história que todos nós aprendemos por décadas nas
aulas de ecologia. Mas isso era baseado apenas em observações de um estudo único
em um tipo de floresta, e, simplesmente, não se aplica em todos os casos",
afirma Beverly Law, professor de ciência da floresta na OSU. "Os dados atuais
agora deixam claro que a acumulação de carbono pode continuar em florestas
centenárias", acrescenta.
Os autores consideram as novas descobertas
significantes para evitar que florestas antigas sejam substituídas por novas
plantações – o que já vem ocorrendo em todo o mundo. Dados da ONU informam que
mais de 15 milhões de hectares de floresta foram destruídos a cada ano durante a
década de 1990, incluindo 6 milhões de hectares de florestas primárias. Já as
plantações de florestas tropicais quintuplicaram desde os anos 1980. Em 2006, o
Brasil sozinho usou mais de 627 mil hectares para o plantio de florestas
industriais.
Law explica que, quando uma floresta antiga é derrubada há
uma nova entrada de carbono na atmosfera, por cerca de 5 a 20 anos, antes de o
crescimento das árvores jovens começar a absorver e seqüestrar mais carbono do
que elimina. A criação de novas florestas, seja natural ou plantada, é
geralmente associada com a perturbação do solo e da vegetação já existente – o
que prejudica a produtividade.
Nas florestas antigas, quando árvores
individuais morrem atingidas por um raio, por ataque de insetos, fungos ou
outras causas, geralmente há uma segunda camada de dossel pronta para assumir e
manter a produtividade local. Law conclui que a pesquisa é importante para a
melhor caracterização das florestas antigas a partir de modelos que tentam
definir o balanço de carbono da superfície da terra.
"Se você está
preocupado em compensar as emissões de gases do efeito estufa e olhando apenas
pela perspectiva do carbono, então, a melhor coisa a fazer é deixar as florestas
em paz", afirma o professor.
* Com informações de The Economic Times e
Mongabay.com
(Envolverde/Carbono Brasil)