Interesses estratégicos
É preocupante a presença de Mangabeira em Manaus. Isso significa a intensificação dos objetivos de utilização da Floresta Amazônica em negócios e lucro para o Governo Brasileiro. Não seria exatamente incorreto, se esse uso fosse realmente sustentável, se e somente se o Governo Brasileiro tivesse o completo controle do desmatamento da Região Amazônica, seja através dos órgãos de fiscalização, seja através da legislação ambiental adequada, completa e rigorosa, o que não é o caso. Seria uma estratégia correta se a propriedade das terras da Amazônia não fosse composta na sua maioria em latifúndios e estivesse nas mãos de brasileiros amazônidas e não de estrangeiros. Se não estivesse em vigor a MP 422 que permite a cessão de terras e o desmatamento de 20% da floresta nas propriedades. Se houvesse programas de desenvolvimento sustentável efetivo apoiando os pequenos proprietários, através de infra-estrutura no interior dos estados da região com energia alternativa, com educação ambiental das comunidades, com a criação de cooperativas para desenvolvimento de projetos comunitários, enfim que os esforços de governos estaduais que estão buscando soluções adequadas fossem contemplados com investimentos federais para o uso sustentável da floresta.O Papel dos Governos Estaduais
Quando o Ministro do MA percebe no Pará a intensificação do desmatamento, quando o Ministro de Assuntos estratégicos visita Manaus e não traz nenhuma notícia sobre ações estratégicas de controle do desmatamento, quando as Zonas de Fronteiras não têm uma perspectiva de ocupação estratégica utilizando não somente as Forças Armadas na defesa do território nacional, urge um processo de ocupação cultural utilizando a força das instituições de ensino e de pesquisa. O Governo mais uma vez perde a oportunidade de abrir um grande debate para a procura de soluções efetivas que especialistas em Amazônia dos diferentes setores poderiam apresentar mostrando ao governo a realidade das conseqüências da fragmentação das florestas e do comprometimento da sobrevivência dos povos da Amazônia.Acreditamos em um planejamento de atividades sustentáveis na Região Amazônica como aquele que o Governo do Estado do Amazonas vem realizando enfrentando obstáculos conhecidos como falta de legislação apropriada e grandes investimentos, como já mencionado em outros artigos.
Em face da nova realidade cultural do Estado do Amazonas, esse pode contribuir com um modelo para o efetivo planejamento de controle do desmatamento das nossas florestas e da utilização de seus recursos sem comprometer a biodiversidade da região.
Mas para isso o controle do desmatamento florestal com a manutenção das medidas até hoje adotadas e a ação mais rigorosa sobre quem desmata é urgente!
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