A CPFL Energia e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) formalizaram, na tarde de sexta-feira (18), um protocolo de intenções para o desenvolvimento de inovações voltadas ao mercado de veículos elétricos.
O objetivo do projeto é estudar
características técnicas para o aprimoramento tecnológico de um modelo de moto
elétrica importado pela CPFL, de modo a contribuir para a economia de
combustíveis fósseis e para a preservação do meio ambiente. O veículo é
silencioso e não emite gases tóxicos causadores do efeito estufa.
"Nos
últimos quatro anos, a empresa vem desenvolvendo 26 projetos de pesquisa e
desenvolvimento em parceria com a Unicamp, dos quais 16 foram encerrados com
resultados positivos, em um valor global de cerca de R$ 26 milhões. Esse projeto
que acaba de ser lançado certamente será exitoso, pois trará mais qualidade de
vida paras as pessoas e um futuro melhor para o planeta", disse Paulo Cezar
Coelho Tavares, vice-presidente de Gestão de Energia da CPFL.
Após
assinar o protocolo de intenções, o reitor José Tadeu Jorge expressou seu apoio
ao projeto. "Para a Unicamp é uma satisfação muito grande estreitar essa nova
parceria, uma vez que mais um trabalho sendo iniciado significa que os
encerrados deram certo, o que nos permite pleitear novos projetos",
afirmou.
"Essa parceria entre universidade e empresa mostra que a
academia está cumprindo seu papel de produzir conhecimento novo e fazer com que
essas inovações beneficiem o país, produzindo emprego, renda e gerando riqueza
para o desenvolvimento", disse.
De acordo com Luiz Antônio Rossi,
coordenador do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético (Nipe) da
Unicamp, que será responsável pelas pesquisas, elas se concentrarão em áreas
como a otimização da tração do veículo em diferentes condições de uso e tipos de
terreno encontrados no Brasil, ampliação de autonomia e redução do tempo de
recarga da bateria.
Atualmente, o veículo tem autonomia de 50 quilômetros
e leva quatro horas para recarregar a bateria. O projeto pretende elevar a
autonomia para 150 quilômetros e reduzir o tempo de recarga para duas horas. O
custo por quilômetro percorrido gira em torno de R$ 0,01.
"Um dos
principais gargalos é o sistema de bateria, que, por ser de chumbo ácido, é
muito pesada, tem vida útil pequena e tempo de recarga grande. Elas deverão ser
substituídas por baterias de íon lítio, que têm potência maior e são mais
resistentes. Com isso, teremos tempo menor de substituição e conseguiremos
vencer distâncias maiores", disse Rossi à Agência FAPESP.
Outros gargalos
serão resolver o condicionamento da potência da moto, que envolve o sistema
formado por bateria, parte mecânica e tração. "Além de estudarmos motores de ar
comprimido, o projeto inclui ainda a criação de uma logística de mercado para a
recarga de baterias em lojas especializadas, em troca de uma espécie de cartão
de abastecimento", explicou.
"O desafio do Nipe é grande por envolver o
desenvolvimento responsável do ponto de vista tecnológico, ambiental e social",
concluiu Rossi. Segundo ele, essas pesquisas deverão ser realizadas em um prazo
de seis meses, quando a CPFL Energia, seguindo um plano de negócio predefinido,
deverá importar cerca de 50 novas unidades da moto elétrica para adaptação
tecnológica e comercialização.
(Envolverde/Agência Fapesp)