No mesmo período, o Parlamento Europeu aprovava a inclusão da aviação no Esquema de Comércio de Carbono da União Européia (EU ETS). Desde 1990, as emissões do transporte aéreo aumentaram 87% e hoje respondem por 3,5% das emissões globais de GEE.
Uma coisa, no entanto, é certa: a indústria do transporte
marítimo cresce rapidamente no mundo e, apesar disso não está inclusa no
Protocolo de Quioto.
"Por um longo tempo, isto (emissões de CO2) foi algo que
não prestávamos muita atenção. Agora é hora de agir", disse o prefeito de
Rotterdam, Ivo Opstelten.
Sob a administração da Associação Internacional
de Portos e Ancoradouros, os portos que assinaram a declaração irão explorar
maneiras de reduzir as emissões, como medir a pegada de carbono e criar um
sistema de indicadores globais que possa ser usado para premiar navios mais
limpos e punir os mais poluentes.
"Os seres humanos devem resolver isso
(aquecimento global), porque o criamos. O ambiente marinho precisa se
responsabilizar, assim como todos nós", disse o co-presidente do Painel
Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU, Ogunlade
Davidson.
Davidson disse que alterações técnicas, incluindo o uso de
hélices hidrodinâmicas, poderiam diminuir as emissões de dióxido de carbono
(CO2) em até 30% em novos navios e 20% em antigos. Combustíveis renováveis,
redução de velocidade e manutenção da frota são também
alternativas.
Cientistas holandeses já trabalham no desenvolvimento de um
novo revestimento para a base dos navios que permitiria o crescimento de algas
e, assim, reduziria a dragagem. Além disso, eles testam containeres em formatos
mais compactos que permitiriam aos navios transportar mais containeres vazios e
diminuir o número de viagens.
Participação dos países em desenvolvimento
Segundo o secretário-geral da Organização Marítima
Internacional, Efthimios Mitropoulos, o objetivo é estabelecer metas de redução
de CO2 a partir de fevereiro de 2010.
Mitropoulos ressalta, no entanto,
que isso nunca funcionará se os países em desenvolvimento forem excluídos da
obrigação. "Na minha visão, se as reduções de emissões de CO2 de navios são para
o benefício do meio ambiente como um todo, elas devem ser aplicadas globalmente
para todos os navios da frota mundial, independente da sua bandeira",
afirma.
Segundo Mitropoulos, os países desenvolvidos são responsáveis por
25% da frota mercante do mundo.
A China, que possui um dos maiores portos
do mundo em Shangai, não participou da Conferência, sob a justificativa de que o
recente terremoto e as Olimpíadas exigiam todas as atenções das autoridades
locais.
Convite a outros portos
Cerca de 80 portos serão
convidados para assinar a declaração quando ela estiver pronta. Para dar
continuidade as discussões sobre metas e medidas que serão aplicadas, será
realizado um encontro em novembro, em Los Angeles. Na cidade está o porto
considerado líder na redução de emissões.
"Long Beach and L.A (os portos)
vivem e respiram ar de qualidade", disse ao GreenBiz.com a gerente de relações
governamentais e políticas ambientais par a Associação Americana de Autoridades
Portuárias, Meredith Martino.
Nos Estados Unidos, os portos já tomam
medidas como usar combustíveis alternativos, mas ainda não descobriram a melhor
maneira de reduzir emissões de GEE.
Austrália
Um relatório
divulgado na quarta-feira pela Comissão de Transportes Nacional da Austrália
sugere que o transporte de cargas deveria ser incluído em um esquema de comércio
de emissões (ETS) do país para incentivar as escolhas corretas de investimentos
e tecnologias a longo prazo.
O documento Transportes de cargas em uma
economia de contenção de carbono diz ainda que, para tal medida ter eficiência,
o ETS deveria prever medidas de corte de emissões de curto e médio
prazo.
"Mesmo que as emissões de gases do efeito estufa de setores de
energia estacionária pudessem ser reduzidas à zero em 2050, mais cortes seriam
necessários em outros setores para alcançar as metas nacionais de reduzir 60%",
afirmou o presidente da Fundação de Conservação Australiana, Ian Lowe.
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Com informações de Agências Internacionais e
Greenbiz.
(Envolverde/Carbono Brasil)