Politicos de todo o Brasil, são donos de ONGs que não restam conta de seus gastos e financiam as campanhas de vereaadores a senadores. È uma criação do USA que, com elas, munitoram tudo sobre o Brasil. Para não perdermos a Amazônia, Lula escalou Mangabeira Unger.
Brasília – É sintomática a matéria de Alexei Barrionuevo, correspondente no Rio de Janeiro do influente jornal The New York Times, "De quem é esta floresta amazônica, afinal?", publicada domingo 18. Afirma que a recorrente ameaça velada de líderes globais de que a Amazônia Continental não pertence a nenhum país, mas à humanidade, é objeto de preocupação no Brasil. "Um coro de líderes internacionais está declarando mais abertamente a Amazônia como parte de um patrimônio muito maior do que apenas das nações que dividem o seu território" – escreveu Alexei Barrionuevo, citando o militante ecológico, ex-vice-presidente americano Al Gore, que, em 1989, disse que "ao contrário do que os brasileiros acreditam, a Amazônia não é propriedade deles, ela pertence a todos nós".
Trechos da matéria: "O presidente Luiz Inácio Lula da Silva
tenta aprovar uma lei para restringir o acesso à floresta amazônica, impondo um
regime de licenças tanto para estrangeiros como para brasileiros; Visto em um
contexto global, as restrições refletem um debate maior sobre direitos de
soberania contra o patrimônio da humanidade; Também existe uma briga sobre quem
tem o direito de dar acesso a cientistas internacionais e ambientalistas que
querem proteger essas áreas, e para companhias que querem explorá-las; É uma
briga que deve apenas se tornar mais complicada nos próximos anos, à luz de duas
tendências conflituosas: uma demanda crescente por recursos energéticos e uma
preocupação crescente com mudanças climáticas e poluição".
O senador
Jefferson Péres (PDT/AM), suplente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa
Nacional do Senado, classificou a matéria do The New York Times como "bobagem".
O senador argumentou que "as cartas da ONU (Organização das Nações Unidas) não
prevêem a retirada de territórios de países. A única exceção é em relação à
Antártica, que nunca pertenceu a nenhum país"; disse que juridicamente é
impossível a intervenção e que, militarmente, a ocupação seria um "ato
imperialista".
Senador, a intervenção americana no Iraque teve respaldo
jurídico? Não! Foi um ato imperialista.
Desenvolvimento
sustentável
Qualquer papagaio que freqüente os corredores do Congresso
Nacional sabe dizer "desenvolvimento sustentável", mas raros congressistas sabem
seu real significado. Sem delongas, quer dizer inserir o amazônida, incluindo o
índio, na sociedade brasileira, como ocorreria numa verdadeira democracia. A
Amazônia é, desde sempre, apenas uma fornecedora de matéria-prima para o estado
brasileiro e de commodities para inchar positivamente a balança comercial.
Simples assim.
O exemplo mais recente disso foi a idéia do ministro de
Assuntos Estratégicos da Presidência da República, também conhecido como
ministério do futuro, Mangabeira Unger, escalado por Lula para pensar a
Amazônia. A cabeça de Unger explodiu com uma solução pelo menos para o Nordeste:
a construção de um aqueduto para levar água do caudaloso rio Amazonas para o
Nordeste. Bem, o Nordeste tem bastante água e nas cidades da Amazônia água
encanada é um milagre.
Os governos que se sucedem, especialmente o
governo Lula, que se perpetua, cospem na Amazônia. Lembram hienas. Escarram na
cara dos amazônidas. O fato é que os relatórios ambientais são apenas um faz de
conta. Por exemplo, se os índios que vivem há séculos no entorno do futuro lago
de Belo Monte não caírem fora morrerão afogados. Afinal, é um bando de bugres,
ou, parafraseando, bagres, para lembrar também Santo Antônio e Jirau.
"A
grande questão é como fazer a floresta valer mais em pé do que cortada" -
observa Virgílio Viana, coordenador do Fundo Amazônia Sustentável (FAS), ONG
criada para gerenciar o Bolsa Floresta, programa criado pelo governo do Amazonas
que prevê o pagamento de R$ 50 a famílias que vivem em áreas de reservas
estaduais e não desmatem. Mas os povos das florestas não têm documento e sem CPF
nada de dinheiro.
Pois bem, a solução é levar escola, financiamento para
agricultura familiar e para cooperativas extrativistas, infra-estrutura,
hospital, enfim, cidadania, ao índio, ao caboclo, ao ribeirinho, ao quilombola e
às hordas de miseráveis que pululam como piolhos nos esgotos das metrópoles
amazônicas.
Ocorre que o governo não consegue fazer isso nem no Rio de
Janeiro, vitrine cultural brasileira. Irá conseguir na Hiléia?
O que é
intrigante é que a Amazônia é, de longe, a mais ricamente fabulosa região do
planeta. Em tudo. Mas os governos brasileiros agem com total desconhecimento do
que é a Amazônia. Ou seria desfaçatez? O pior é que não há, até onde a vista
mais apurada atinja, em horizonte longínquo, o menor indício de que surja um
líder na região, capaz de conduzi-la para sua glória.
No caso de invasão
americana, a população, por sentimento nativista, se insurgirá. É aí que o diabo
será solto.
Brasília e os gringos querem nosso bem ou nossos
bens?
1853 - O capitão de fragata Mathew Fontaine Maury, chefe do Serviço
Hidrográfico da U.S. Navy, diz no livro "The amazon River and the Atlantic
Slopes of South América": "O mundo amazônico, paraíso de matérias-primas, está
aguardando a chegada de raças fortes e decididas para ser conquistado científica
e economicamente".
1876 - O botânico inglês Richard Spruce vem estudar a
seringueira, seguido pelo seu colega e compatriota Henry Alexander Wickman, que
pirateou milhares de sementes da hevea brasiliensis, plantadas em estufas na
Inglaterra e transplantadas para a Malásia, onde não há fungos amazônicos. Hoje,
a Malásia é a maior produtora de borracha do mundo.
1895 - Garimpeiros e
membros da Sociedade de Geografia de Paris ensaiam a formação da República de
Counani, planejando apoderar-se do ouro descoberto pelos irmãos brasileiros
Firmino e Germano no rio Calçoene, no Amapá. Naquele mesmo ano, os franceses
desfecharam um ataque contra a Vila do Amapá, defendida por um punhado de
patriotas comandados por Francisco Xavier da Veiga Cabral, o Cabralzinho.
Queriam anexar à França 260 mil quilômetros quadrados do Escudo das
Guianas.
Fim do século XIX - O governo boliviano arrenda uma área
não-demarcada e povoada por migrantes nordestinos, o hoje Acre, a um consórcio
anglo-americano, o Bolivian Syndicate, que tinha poderes de Estado, podendo
formar exército e marinha. O herói Plácido de Castro rebelou-se e, diante de um
pequeno exército, combateu o Bolivian Syndicate, até que, em 1903, o Barão do
Rio Branco comprou o Acre da Bolívia, assinando, então, o Tratado de Petrópolis,
em 1903.
1938 - A França sugere ao governo paraense a colonização de
áreas dos rios Jari, Cajari e Paru por 60 mil famílias européias, a maioria de
origem judaica, mas o presidente Getúlio Vargas fulminou a pretensão francesa de
criar núcleos coloniais estrangeiros em território amazônico. Pergunta-se: por
que não a Guiana Francesa?
1940 - A Bethlehem Steel Company começa a
explorar o melhor manganês do mundo em Serra do Navio, Amapá, a preços
aviltados. Menos de 50 anos depois deixou um grande buraco ao escafeder-se.
Hoje, tragédias se sucedem em Serra do Navio, pois crianças somem nas crateras
deixadas pela Icomi, braço da Bethlehem Steel Company.
1941 - John
Caldwwel King, um dos planejadores da frustrada Amazon Valley Corporation -
projetada por Nelson Rockefeller para explorar a Amazônia brasileira - e, em
1964, chefe da Agência Rio do Westen Hemisphere Clandestine Services,
subordinada à CIA (serviço secreto americano), diz o seguinte: "A Bacia
Amazônica, com as suas 2.772.000 milhas quadradas de terras despovoadas e
subdesenvolvidas, constitui-se no nosso maior desafio e um gigantesco depósito
de matérias-primas, capaz de acolher 100 milhões de habitantes e, dessa forma,
transformar-se em um grande mercado para a América industrial".
1948 – A
Convenção de Iquitos previa que os países amazônicos perderiam a jurisdição
sobre as terras compradas pelos países do Hemisfério Norte para o Instituto
Hiléia, criado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciências e
a Cultura (Unesco), com a finalidade de planejar, coordenar e fazer pesquisas
científicas sobre a Amazônia.
1965 – O médico Sérgio Ferreira, da
Universidade de São Paulo, descobre uma substância no veneno de jararaca que
provoca queda na pressão arterial. Patenteada por laboratório estrangeiro, a
substância deu origem a uma série de anti-hipertensivos, que movimentam bilhões
de dólares ao ano.
1983 - A ministra da Inglaterra, Margareth Tatcher,
declara, com a arrogância própria das etnias que se julgam superiores: "Se os
países subdesenvolvidos não conseguem pagar as suas dívidas externas, que vendam
suas riquezas, seus territórios, suas fábricas".
1989 - O vice-presidente
dos Estados Unidos, senador Al Gore, declara: "Ao contrário do que os
brasileiros pensam, a Amazônia não é deles, mas de todos nós".
O
presidente francês, Jean François Mitterand, deblatera: "O Brasil precisa
aceitar uma soberania relativa sobre a Amazônia".
O Grupo G-7 propõe ao
presidente José Sarney que o Brasil ceda determinados direitos para os sete
grandes explorarem ecossistemas da Amazônia. O Maranhão é o único estado com
quatro senadores, pois o maranhense José Sarney se elegeu pelo PMDB do Amapá, na
Amazônia, e lá só dava as caras atrás de voto; agora, nem isso, pois sua última
eleição é vitalícia e ele curte a vitaliciedade senatorial em Brasília e em São
Luís.
Mikhail Gorbatchev, quando era manda-chuva da União Soviética,
afirmou: "O Brasil deve delegar parte dos seus direitos sobre a Amazônia". Henry
Kissinger, um dos mais perigosos espiões americanos, comentou: "Os países
industrializados não poderão viver da maneira como existiam até hoje se não
tiverem à sua disposição os recursos naturais não-renováveis do planeta. Temos
que montar um sistema de pressões e constrangimentos garantidores da consecução
desses intentos".
2004 - Relatório encomendado pelo Pentágono à Global
Bussines Network, empresa especializada em tendências de negócios, baseada na
Califórnia, e revelado pela jornalista Memélia Moreira, da Agência Amazônia,
considera que as potências estrangeiras, especialmente os Estados Unidos, não
descartam captar água da bacia Amazônia, principalmente do rio Amazonas, à
bala.
2005 - O então secretário de Política, Estratégia e Assuntos
Internacionais do Ministério da Defesa, almirante-de-esquadra Miguel Ângelo
Davena, afirmou que o governo federal põe um "dinheiro minguado" na Amazônia,
durante audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional
do Senado, sob o tema: "A internacionalização da Amazônia: risco real, ou temor
infundado?"
2005 - Em Genebra, o ex-comissário da União Européia para o
Comércio e então candidato a diretor geral da Organização Mundial do Comércio
(OMC), o francês Pascal Lamy, defendeu "regras internacionais para bens públicos
comuns, como as florestas tropicais, água, pesca e a camada de
ozônio".
2007 – Milhões morrem em conseqüência da falta de água e de
envenenamento de águas pluviais devido à poluição. Na Europa, a água é cada vez
mais valorizada. Petroleiros levam água do rio Amazonas para o Oriente
Médio.
2008 – Tora-se pelo menos 10 mil quilômetros quadrados de
florestas por ano, há décadas; a malária recrudesceu; a Polícia Federal não dá
conta do tráfico de drogas e de pessoas; fazendeiros escravizam caboclos; zona
rural sem lei; índios morrem de fome; cidades violentas como o Rio de Janeiro;
ausência do Estado – aliás desde sempre.
2010 - Ameaça de terceiro
mandato para Lula.
* Ray Cunha é jornalista.
(Envolverde/ABC
Politiko)