Este ano, em que o Dia Mundial da Água coincide com o Ano Internacional do Saneamento, temos o desafio de impulsionar a adoção de medidas para superar uma crise que afeta a mais de uma de cada três pessoas no planeta.
A cada 20 segundos morre uma criança como conseqüência das péssimas condições ou ausência de esgotamento sanitário de que padecem mais de 2,6 bilhões de pessoas em todo o mundo, o que ocasiona a perda de 1,5 milhão de jovens vidas por uma causa que sabemos perfeitamente bem como prevenir.
As más condições dos serviços sanitários junto com a falta de água potável e uma higiene inadequada são fatores que contribuem para engrossar a terrível cifra de mortos em âmbito mundial. Os sobreviventes têm uma oportunidade cada vez menor de usufruir de uma existência saudável e produtiva. As crianças, e em particular as meninas, se vêem privadas de ir à escola, enquanto as doenças relacionadas com a higiene impedem que os adultos possam realizar um trabalho produtivo.
Os dirigentes que aprovaram os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio no ano 2000 se propuseram a reduzir à metade o percentual de pessoas que não tinham acesso a serviços básicos de saneamento para 2015 mas ainda estamos muito longe de alcançar esse objetivo. Os especialistas predizem que em 2015, 2,1 bilhões de pessoas permaneceram sem acesso aos serviços de esgoto. No ritmo atual, a África subsahariana não alcançará o objetivo fixado antes do ano de 2076.
Embora tenha havido progressos, os avanços são dificultados pelo crescimento da população, a pobreza generalizada, a insuficiência de recursos para atacar o problema e a causa principal, que é a falta de vontade política.
Com a determinação adequada, há muitas medidas que os membros da comunidade internacional podem adotar. Em 2005, a Comissão sobre o Desenvolvimento Sustentável esboçou uma série de medidas destinadas a obter avanços significativos, fazendo com que os governos dos países afetados assumam a responsabilidade diante do problema. Também pediu apoio internacional mediante a criação de um ambiente normativo propício, a mobilização de recursos financeiros e a transferência de tecnologia aos países que deles necessitam.
Se aceitamos o desafio, as conseqüências positivas que dele derivem irão muito além de uma melhora de acesso à água potável. Se estima que cada dólar que se investe em água e esgoto redunda em una atividade produtiva equivalente a 7 dólares, que se soma ao incalculável beneficio que da redução da pobreza, a melhoria da saúde e o aumento do nível de vida.
O Dia Mundial da Água nos oferece a oportunidade de destacar estas questões. O importante é que este ano avancemos para além da conscientização e tratemos de impulsionar a adoção de medidas que permitam lograr uma diferença significativa na vida das pessoas.
Ban Ki-moon - Secretario Geral da
ONU.
Estudioso da água virtual ganha prêmio na
Suécia
Estocolmo, Suécia, 19 de março PRNewswire
O professor John Anthony Allan do King's College London e da School of Oriental and African Studies, pioneiro de conceitos mportantes para o entendimento e comunicação de questões relacionadas com água e como estão conectadas à agricultura, mudança climática, economia e política, foi laureado com o 2008 Stockholm Water Prize (Prêmio da Água de Estocolmo de 2008).
Em 1993, o professor Allan realizou um feito inédito ao demonstrar isto introduzindo a "água virtual", uma medida da água integrada na produção de alimentos e produtos para os onsumidores. Por detrás daquela xícara de café de manhã, há 140 litros de água que foi consumida para cultivar, produzir, empacotar e distribuir os grãos. Isto, em termos gerais, é igual à quantidade de água usada por uma pessoa comum na Inglaterra para o seu consumo e ecessidades domésticas diárias.