Segundo o documento, divulgado na semana em que se comemora o Dia
Mundial da Água, entre 2004 e 2008 a contaminação das águas
superficiais (rios e mares) no Brasil aumentou 280%.
O principal motivo, apontado pelo relatório, seria o despejo de
material tóxico proveniente das atividades agroindustriais e
industriais. Responsáveis por 90% do consumo das águas, as indústrias
do setor petroquímico, siderúrgico, mineração e papel e celulose
lideram o ranking das empresas que mais poluem as águas do País.
Outro dado revelado pelo relatório é a falta de controle da destinação de resíduos – industriais, agrícolas, hospitalares e domésticos – que afeta diretamente a qualidade das águas.
O Brasil possui mais de 5 mil municípios e os lixões estão presentes em 4.700 deles, onde a deposição de resíduos sem controle ou proteção ainda ocorre nas margens de água e proximidades de nascentes. A lista das áreas mais contaminadas pelos lixões é liderada pelo Estado da Bahia, em segundo, São Paulo e, em terceiro, Minas Gerais.
Como é feito
O relatório sobre "O estado real das águas e da biodiversidade no Brasil" contém estudos e opiniões de 423 pesquisadores, entre biólogos, geólogos, engenheiros sanitaristas, advogados, juristas, filósofos e teólogos.
Além disso, mais de 800 monitores de campo e cerca de 1.500 colaboradores voluntários auxiliaram na análise de 454 mil denúncias recebidas pela ONG em quatro anos.
A partir das denúncias recebidas, ambientalistas e estudiosos aliam conhecimentos para a elaboração deste documento, que traz as condições das águas no Brasil e os impactos sobre o ecossistema, homens e todas as outras formas de vida.
A organização, que é ligada ao Fórum Social Mundial, não soube informar o quanto representa o montante divulgado no relatório em relação ao volume total de água no Brasil.