Um cofre que visa abrigar sementes de todas as variedades conhecidas no mundo de plantas com valor alimentício está sendo inaugurado na Noruega, já no Círculo Ártico.
Apelidada de o "cofre do fim do mundo", a Caixa-Forte Internacional de Sementes, uma joint-venture da Noruega e da ONU, foi construída em uma ilha remota, Svalbard, em uma parceria entre o governo norueguês e a Organização das Nações Unidas (ONU).
A caixa-forte, que começou a ser construída em março de 2007, fica a uma profundidade de 120 metros dentro da montanha de Spitsbergen, uma das quatro ilhas que compõem Svalbard.
O diretor do projeto, Kerry Fowler, afirmou que a iniciativa visa salvaguardar a agricultura mundial no caso de catástrofes futuras, como guerras nucleares, queda de asteróides e mudanças climáticas.
"Este é o plano B, a rede de segurança, a política de seguro. E sabemos que grande parte da diversidade está sendo perdida mesmo em bons bancos genéticos", disse.
Bilhões
Ao construir uma caixa forte dentro da montanha, o solo permanentemente gelado continuaria a fornecer refrigeração natural em caso de falha do sistema mecânico, explicou Fowler.
A Caixa-Forte Internacional de Sementes é composta por três câmaras com a capacidade de guardar 4,5 bilhões amostras de sementes.
O professor Tore Skroppa, diretor do Instituto de Florestas e Paisagens da Noruega, que também participa do projeto, afirma que a mudança climática é um dos motivos da criação do banco de sementes, mas não é o único.
O professor disse à correspondente da BBC em Svalbard, Sarah Mukherjee, que mais de 40 países tiveram parte ou a totalidade de seus bancos de sementes destruídos nos últimos anos. Seja devido à guerra, como no Afeganistão e Iraque, ou devido a inundações ou outros desastres naturais, como nas Filipinas.
Embora a caixa forte norueguesa tenha sido projetada para proteger espécies de acontecimentos catastróficos, ela pode ser usada também como fonte de realimentação de bancos de sementes nacionais.