ENQUANTO ISSO:
Projeto pró-mangue terá US$ 20 milhões Governo brasileiro prevê ações para gerar renda sem agredir os ecossistemas em cinco unidades de conservação com manguezais.
Governo brasileiro prevê ações para gerar renda sem agredir os ecossistemas em cinco unidades de conservação com manguezais.
A partir deste ano, cinco áreas de mangue nas regiões Norte,
Nordeste e Sudeste devem receber US$ 20 milhões do governo brasileiro e de
instituições internacionais para um projeto que prevê conciliar preservação do
ecossistema e geração de renda. O recurso vai financiar, por quatro anos,
oficinas de capacitação, revisão da legislação ambiental e atividades para gerar
renda.
Os projetos serão implantados em cinco unidades de conservação:
Reentrâncias Maranhenses, Delta do Parnaíba, no Piauí, estuário do Rio
Mamanguape, na Paraíba, Mosaico de Unidades de Conservação do litoral de São
Paulo e Paraná e Reservas Extrativistas Marinhas do Pará. A expectativa é que
posteriormente a experiência, se der certo, seja aplicada em outros manguezais
do Brasil.
A iniciativa é a primeira de um programa chamado GEF Mangue,
implantado pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria com outras instituições,
como o PNUD e GEF (Fundo Global para o Meio Ambiente, na sigla em inglês). Os
manguezais ocupam 13,4 mil quilômetros quadrados do território brasileiro —
equivalente a quase metade da área de Alagoas — e abrigam cerca de 800 espécies
de plantas, moluscos, peixes e aves.
Nas cinco unidades de conservação
haverá capacitação para os gestores, planejamento de atividades que gerem renda
e verificação da legislação ambiental. Além disso, haverá projetos específicos,
de acordo com as particularidades de cada local.
No Pará e no Piauí, o
GEF Mangue prevê a ordenação da extração de recursos naturais. No Pará, deve ser
implantado um esquema de manejo de pesca, e, no Piauí, de manejo do
caranguejo-uçá, espécie típica da região. Na Paraíba, devem ser implantadas
iniciativas para diminuir a poluição no rio Mamanguape — embora a maior parte do
rio não esteja na área protegida, os poluentes lançados nas águas de outras
regiões acabam afetando os mangues e a unidades de preservação.
No
Maranhão, em São Paulo e no Paraná as ações a serem implantadas devem ser
definidas a partir de reuniões com líderes comunitários e representantes de
entidades ambientais.
Dos US$ 20 milhões previstos para o programa, US$ 5
milhões devem vir do GEF e US$ 15 milhões do governo brasileiro, por meio do
IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais), do
Ministério do Meio Ambiente e do Instituto Chico Mendes. A quantia deve começar
a ser liberada no primeiro trimestre deste ano e vai financiar as atividades até
2012, segundo a Secretaria de Biodiversidades e Florestas do Ministério do Meio
Ambiente, um dos órgãos responsáveis pelo programa.
(Envolverde/Pnud)