Foto do Acervo do CEMAVE
Dia 5 de dezembro foi uma data muito especial para duas pequenas araras-azuis-de-lear e a população de Jeremoabo, BA.
Bahia - Isso porque os dois pássaros finalmente serão soltos na natureza depois de resgatados ainda filhotes há quatro anos. A tarefa é do Centro Nacional de Pesquisa para Conservação das Aves Silvestres – CEMAVE, centro especializado em aves do recém criado Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, com atuação nacional. Ele anuncia a soltura monitorada do primeiro casal da espécie, na caatinga baiana.
Trata-se de um momento de grande expectativa e de vitória para os ornitólogos brasileiros e estrangeiros vinculados ao Programa de Conservação dessa ave que, ratificado pelo Comitê Internacional para a Conservação e Manejo da Arara-Azul-de-Lear, conseguiram vencer todos os obstáculos e fazer prevalecer o direito ao retorno da vida livre de uma das aves mais ameaçados do nosso território, exclusiva daquele bioma.
Com apenas 650 aves no mundo inteiro, a arara-azul-de-lear aparece na lista brasileira oficial de espécies da fauna brasileira ameaçada de extinção como Criticamente em Perigo e da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) como Criticamente Ameaçado.
Segundo o chefe do Cemave, o biólogo João Luiz Nascimento, as duas aves foram encontradas feridas no final de 2003 e receberam a proteção e o atendimento do Programa de Conservação da Arara-Azul-de-Lear, coordenado pelo centro. "Serão colocadas no casal de aves, transmissores de rádio para monitoramento e estudo da espécie", afirma o biólogo. O retorno do casal de Araras Azuis ao ambiente natural não é o final da história, mas o início de uma longa trajetória de cuidados e pesquisas.
Projeto Arara-Azul-de-Lear
Desde 1993 o Ibama desenvolve trabalhos voltados para a proteção da espécie. Em 2001 foi criado o Programa de Conservação da Arara-Azul-de-Lear, executado em parceria pelo Cemave e pela Proaves. Com o intuito de assegurar a permanência e a manutenção das populações da arara-azul-de-lear em sua área de ocorrência original, tem sido feito um extensivo trabalho, por biólogos e pesquisadores, para impedir a extinção da espécie.
Desde a
implementação do projeto, o número de aves subiu de 170 araras para 650 (veja a
tabela).
Para os técnicos do Cemave, o importante trabalho de manejo e conservação vêm sendo colaborado pela maior fiscalização contra traficantes de animais, e também, pelo trabalho de conscientização com os produtores rurais.
Por esses motivos são de extrema importância para a sobrevivência da espécie, a aplicação de leis que proíbem a captura, a realização de mais fiscalização e proteção dos lugares de reprodução e descanso das aves.
Atualmente esse Programa é mantido com recursos do Ibama, do Fundo Nacional do Meio Ambiente, da Fundação Loro Parque (Tenerife/Espanha) e da Proaves.
Texto de Fábio Bandeira de Mello – Divulgação Cemave/ICMBio
Fonte: Eco Agência.
Fonte: Eco agência
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