Poluição atinge valores alarmantes no mundo: mortes acontecem principalmente em países do Sudeste asiático e do Pacífico Ocidental (Reprodução/ Agência Lusa)
Segundo relatório da OMS, uma em cada oito mortes ao redor do planeta está relacionada à contaminação do ar
Cerca de sete milhões de pessoas morrem por ano no mundo em virtude da poluição, de acordo com dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), divulgados na noite de segunda-feira (24/03). Conforme essas estatísticas, uma em cada oito mortes ao redor do planeta está relacionada à contaminação do ar, seja dentro ou fora de casa.
Segundo a agência sanitária da ONU, a poluição do ar tornou-se agora o maior risco para a saúde dos seres humanos, causado por pequenas partículas que se infiltram nos pulmões, resultando em irritações, doenças cardiovasculares, problemas crônicos e câncer.
O que mais surpreende é que as últimas estatísticas divulgadas pela OMS eram datadas de 2008 e apresentavam 3,5 milhões de mortes relacionadas à poluição no mundo – exatamente a metade de óbitos registrados seis anos depois. Contudo, é preciso levar em conta a existência de uma nova tecnologia mais precisa, que permite determinar com mais exatidão a contaminação, segundo afirmou a diretora do departamento de Saúde Pública e Meio Ambiente da OMS, María Neira, à Agência Efe.
Os estudos revelaram que das 7 mi de mortes, 3,7 mi são resultantes da poluição externa, causadas principalmente por ataques cardíacos (40%) e derrames (40%). Desses óbitos, 88% ocorrem em países de baixa e média renda - que representam 82% da população mundial.
Já nos lares, a poluição interna é oriunda principalmente da combustão na hora de cozinhar com lenha e carvão. Neste caso, os derrames são mais frequentes (34%) do que ataques cardíacos (26%), mas quase a totalidade destes óbitos também foi registrada em países de baixa e média renda.
As regiões do Pacífico Ocidental e do Sudeste Asiático são as que mais concentram casos de mortes nas duas modalidades – dentro e fora de casa. O relatório apontou ainda níveis maiores de exposição em mulheres do que homens em países em desenvolvimento.
"Mulheres e crianças pobres pagam um preço alto pela poluição dentro de ambientes fechados, já que passam mais tempo em casa respirando fumaça e fuligem de fogões a lenha e carvão com vazamentos", explicou a diretora-geral adjunta da OMS, Flavia Bustreo, segundo a Associated Press.
Para analisar os graus de mortandade em nível de cidades, a OMS desenvolve no momento novos relatórios, que devem ser divulgados nos próximos meses.