Comunidade científica indignada com venda das florestas brasileiras

"Tenho absoluta certeza que o exemplo, mais uma vez, mostra que o Brasil continua não sabendo gerenciar sua floresta. Estão, agora, privatizando a floresta. Não pensam no futuro".

 


Brasília - O geógrafo Aziz Ab'Saber, presidente de honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e professor emérito do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP), criticou o anúncio feito sexta-feira (21) pelo Ministério do Meio Ambiente da primeira área pública a ser licitada para concessão, a Floresta Nacional (Flona) do Jamari, em Rondônia.

"Tenho absoluta certeza que o exemplo, mais uma vez, mostra que o Brasil continua não sabendo gerenciar sua floresta. Estão, agora, privatizando a floresta. Não pensam no futuro. Tenho raiva da ignorância ambiental que existe nesse governo. Estou indignado", frisou Ab'Saber. Aos 83 anos, ele ressaltou que o anúncio feito pela ministra Marina Silva é uma das "maiores tristezas" de sua vida.

Segundo ele, a exploração de áreas ditas auto-sustentáveis "é uma ação anti-brasileira em relação à biodiversidade", e o aluguel de Flonas para particulares "é um absurdo". Para Ab'Saber, as áreas serão exploradas por organizações não-governamentais estrangeiras e vão gerar pouca renda para as comunidades locais.

"Minha indignação está relacionada com os conhecimentos que tenho da Amazônia, que são de várias décadas. Quando começarem a exploração das Flonas, vamos ter uma destruição progressiva da Amazônia. Mas, minha maior indignação é por saber que, dentro do Ministério do Meio Ambiente, ninguém entende de exploração auto-sustentada de florestas tropicais", afirmou ele, em entrevista por telefone à Agência Brasil.

Para Ab'Saber, o melhor manejo para a floresta envolveria o reaproveitamento de áreas já devastadas, a partir da borda da floresta, para o plantio e o uso do solo.

A unidade de conservação do Jamari tem 220 mil hectares de extensão, dos quais 90 mil serão alvo da concessão. A exploração da floresta prevê pagamento pelo usos dos recursos naturais e manejo sustentável, que é a retirada de uma quantidade de produtos que não prejudiquem a recuperação da mata. Dentro da área podem ser explorados madeira, frutos, sementes, resinas, óleos etc. Também serão permitidas atividades de serviços como turismo ecológico.

A licitação irá levar em contra os critérios de preço e técnica. Danificar o menor número de árvores e criar o maior número de empregos diretos, por exemplo, são itens que podem fazer a diferença na pontuação entre os concorrentes. A concessão de florestas públicas pode ser liberada por um período que vai de cinco a 40 anos. Podem participar das licitações empresas brasileiras, independentemente da origem do capital, desde que estejam instaladas no país. As informações são da Agência Brasil.

Crédito de imagem: Universia
(Envolverde/Portugal Digital)

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