Ambientalistas fazem greve de fome na COP 19

Na plenária de abertura da CoP19, o negociador-chefe das Filipinas, Yeb Sano, iniciou uma greve de fome “até que um resultado significativo esteja à vista”. Algumas horas depois deste corajoso ato, 30 ambientalistas de países como Líbano, Reino Unido, Alemanha, Áustria, Croácia, África do Sul, Ilhas Fiji, Noruega, Canadá, Índia e Estados Unidos e que também participam da CoP19 decidem unir-se a Sano, em solidariedade ao povo das Filipinas, vitimado pelo tufão Haiyan, e para chamar a atenção dos negociadores sobre a necessidade conduzirmos os trabalhos com mais rapidez e comprometimento.

greve de fome cop10 Ambientalistas fazem greve de fome na COP 19

A adesão dos ambientalistas gerou um movimento na praça de alimentação da CoP durante o horário de almoço nesta terça, dia 12 de novembro. Com cartazes dizendo “É hora do almoço, mas não estamos comendo”, eles prestaram solidariedade a Sano e pediram justiça climática. Coincidentemente, nesse mesmo dia a ONG Germanwatch divulgou a 10a edição de seu Índice Global de Riscos Climáticos, a qual confirma que países em desenvolvimento são os mais vulneráveis às mudanças climáticas e quantifica o tamanho do estrago que elas já causaram. Segundo a organização, de 1993 a 2012, mais de 530 mil pessoas perderam a vida em cerca de 15 mil eventos extremos que causaram perdas superiores a US$ 2,5 trilhões. Tanto a greve de fome, como o estudo da Germanwatch, reforçam a urgência de equacionar o mecanismo de Perdas e Danos (Loss and Damage), que quase foi aprovado no ano passado, em Doha, e que prevê o pagamento para quem já está sofrendo com as mudanças climáticas.
Embora uma greve de fome em uma conferência climática seja uma novidade, a fome pelo clima é bem mais corriqueira do que gostaríamos. Este ano mesmo, no nordeste brasileiro, muita gente passou fome porque a seca foi implacável. Eventos climáticos extremos também dizimam as lavouras na África e na Ásia, levando milhões a passar fome e, em muitos casos, até a falecer. Até 2050, cerca de 50 milhões de pessoas estão ameaçadas de morrer de fome por causa da redução nas safras provocadas pelas mudanças climáticas, segundo a Agência Meteorológica da Grã-Bretanha. Embora haja uma melhora no crescimento das plantas com o aumento da quantidade de gás carbônico na atmosfera, pesquisas de campo mostram que ela é de apenas metade do que se previa e não consegue compensar as perdas resultantes do aumento na temperatura.
Ao anunciar sua greve de fome, Sano lembrou de seu irmão, que ficou três dias sem conseguir comida. Em artigo publicado no The Guardian, o governo das Filipinas fez uma ligação direta entre o super-tufão e as mudanças climáticas. Yeb Sano desafiou os céticos do clima a “saírem de suas torres de marfim” e verem in loco e em primeira mão os impactos das mudanças climáticas causados nas Filipinas pelo super-tufão Haiyan que por lá passou com ventos de mais de 300 km/h.

* Publicado originalmente no site Vitae Civilis.
(Vitae Civilis) 

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