Ambiente: Os 10 lugares mais contaminados do mundo

Brooklin, Canadá, 14/098/2007 – Quatro dos 10 lugares mais contaminados do planeta estão na China e na Índia, segundo um informe de grupos ambientalistas norte-americanos e europeus. É a primeira vez que essas duas nações asiáticas, que estão em uma etapa de rápida industrialização, contribuem com duas áreas cada para a lista das 10 mais contaminadas. No ano passado a Rússia encabeçou essa relação com três menções, mas este ano dois locais altamente contaminados na China e na Índia, que afetam centenas de milhares de pessoas, foram incluídos no informe após terem sido deixados meio de lado no estudo anterior.

 


"Nos surpreendeu que estes lugares não tenham sido relacionados antes", disse à IPS Richard Fuller, diretor do Instituto Blacksmith, um grupo ambientalista independente com sede em Nova Yorque que divulgou o informe global junto com a Cruz Verde da Suíça. Um desses locais é Tianjin, na província chinesa de Anhi, onde se produz cerca de 50% do chumbo elaborado pela China. A não aplicação da legislação ambiental provocou uma severa contaminação com esse metal tanto no solo quanto nas casas, com registro de níveis entre 10 e 24 vezes superiores aos permitidos pelas regulamentações chinesas, podendo afetar até 140 mil pessoas, que correm o risco de sofrer dano cerebral e retardo mental. "O governo chinês admitiu que é um dos lugares mais contaminados do país", disse o diretor de Operações Globais da Blacksmith, David Hanrahan.

A outra "comunidade tóxica" descoberta este ano fica no vale Sukinda, no Estado indiano de Orissa, onde vivem 2,6 milhões de pessoas, onde 12 minas de cromo funcionam sem nenhum tipo de manejo ambiental, mais de 30 milhões de toneladas de rochas estão espalhadas pela área vizinha e a água sem receber nenhum tratamento é jogada no rio. O mineral é extraído e refinado para ser utilizado em objetos cromados que têm grande aceitação na América do Norte e na Europa, disse Hanrahan.

Aproximadamente 70% da água de superfície e 60% da água potável contêm cromo em uma proporção que duplica o máximo aceito pelas normas nacionais e internacionais em, alguns casos, até 20 vezes essa quantidade. Em aldeias que estão a menos de um quilometro do lugar, 24,47% de seus habitantes sofrem doenças causadas pela contaminação. "O fato é que há crianças enfermas e que estão morrendo nesses lugares e não é necessário um cientista espacial para solucionar o problema", disse Fuller.

O informe "Os Locais Mais Contaminados do Mundo 2007", divulgado na quarta-feira, contem a relação dos 10 lugares, encontrados em sete nações e afetando uma população de 12 milhões de pessoas. Em ordem alfabética, esses locais são: Sumgayit, no Azerbaijão; Linfen e Tianjin, na China; Sukinda e Vapi, na Índia; La Oroya, no Peru; Dzerzhinsk e Norilsk, na Rúsia; Chernobyl, na Ucrânia, e Kabwe, em Zâmbia. Os especialistas dizem que é simples e freqüentemente barato realizar a limpesa. O Instituto Blacksmith está ajudando grupos locais a enfrentarem o problema. A maioria dos locais são velhas unidades industriais que operavam sem nenhum tipo de controle da contaminação e onde não houve uma tentativa seria de limpá-los antes de serem abandonados.

Planos que podem demorar uma década ou mais aparecem como algo muito caro e complicado para as autoridades locais. 'Se fez muito pouco em termos de novos programas ou financiamento. Temos de intervir e começar a agir", afirmou Fuller. As autoridades russas continuam negando que existam problemas de saúde em Dzerzhinsk, onde armas químicas como os gases sarin e mostarda, entre outras, foram produzidas durante 50 anos. pelo menos 300 mil toneladas de dejetos foram jogados nos lençóis de água.

As más-formações em recém-nascidos são muito comuns e a expectativa de vida dos moradores caiu para pouco mais de 40 anos, em uma cidade onde a indústria química ainda é a principal fonte de empregos. "Se registrou um impacto absolutamente atemorizador nas pessoas por causa da enorme quantidade de tóxicos na área", disse Hanrahan. Dzerzhinsk e outra cidade russa, Norilsk, onde funcionava a maior fundição de metais do mundo, já havia freqüentado a lista de 2006 dos 10 lugares mais contaminados do mundo.

A relação está baseada em um sistema de pontuação elaborado por um grupo de especialistas internacionais, que inclui pesquisadores das universidades de Harvard, Hunter Colleg, Idazo, IIT de Nova Délhi, Johns Hopkins, Hospital Monte Sinai dos Estados Unidos e líderes das maiores companhias internacionais de reparação de dano ambiental. Especialistas da Cruz Verde da Suíça também participaram do informe 2007. este ano, a metodologia do estudo foi aperfeiçoada para dar mais peso à extensão e toxidade da contaminação, bem como ao número de pessoas em risco.

Outra novidade foi a inclusão da lista dos 30 "mais sujos", que inclui os 10 mencionados anteriormente. A maioria desses 30 lugares está na Ásia. China, Índia e Rússia são os países que abrigam o maior número deles. Mais de 400 lugares foram analisados para sua possível inclusão no estudo e estes só representa, talvez, um terço ou dois das maiores áreas tóxicas do planeta, disse Fuller. "Não temos muita informação da América Latina ou da Ásia Central", acrescentou.

Entretanto, a cidade peruana de La Oroya permanece na lista desde 2006. Nela funciona uma fundição de metais da companhia norte-americana Doe Run, que foi em grande parte responsável pelos altos níveis de chumbo detectados através de exames de sangue feitos em crianças. O problema está bem documentado, mas as ações para reduzir a contaminação foram adiadas nessa região habitada pro 35 mil pessoas, diz o informe.

"Os governos parecem não assumir que a contaminação tem um impacto enorme na economia", afirmou Stephan Robinson, da não-governamental Cruz Vermelha da Suíça, que se dedica a atender os danos provocados por desastres industriais e militares. As pessoas que morrem prematuramente ou ficam doentes na fase mais produtiva de suas vidas representam um prejuízo econômico significativo para os países, acrescentou. "Um ambiente são e cidadãos saudáveis são a chave para o futuro de qualquer país", concluiu Robinson. (IPS/Envolverde)

 

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