Macaé é uma cidade que cresceu assustadoramente nos últimos 30 anos. Seu crescimento é conhecidamente ligado ao petróleo. Ou seja, um crescimento econômico. No entanto, o retrato social da cidade é dos mais asquerosos. Pois, “a sua gente” não teve qualificação em todos os sentidos para ocupar os espaços abertos pelo ouro negro e os “seus novos moradores” foram marginalizados por não conseguirem entrar no mercado capitalista de trabalho, ascendendo um grande bolsão de pobreza e criminalidade. Entretanto, um profano e incoercível grupo político condensou-se nas gretas do poder público, criando um monopólio do poder.
O maior patrimônio de uma sociedade deveria ser o seu próprio povo. Isto, mesmo com os monumentos históricos, com a Revolução Industrial ou com o surgimento da internet. Nada deveria sucumbir à nostalgia, ao romantismo deixado pelos ancestrais, por sua memória e por sua identidade. Mas, em Macaé os acontecimentos avançaram contrários ao ideal proposto, por exemplo, pela Revolução Francesa, com o ideal de estado nação. A cidade pitorescamente adotou um conceito francês, só que o de Viollect-Le-Duc, que foi o de ancianidade. Ou seja, o discurso das elites. Afastou o povo do poder, que só notaria o desenvolvimento econômico como algo intocável, belo e distante. Sendo assim, Macaé preparou para este novo século uma cidade absolutamente rica e desesperadamente pobre.
Adotando o conceito de Le Goff acerca da memória como instrumento de poder da sociedade, começa-se a denotar por quais caminhos Macaé percorreu ao longo dos anos “desenvolvimentistas”. Pois, se a população não foi preparada para ocupar as trincheiras nos campos de petróleo, ou ainda, se a sua memória foi desfacelada, arruinada e estigmatizada, a cidade fatalmente sofreria com as intempéries de tal “processo desenvolvimentista”. Contudo, se também for adicionado o pensamento de Pierre Nora, denota-se em Macaé um processo de encerramento da sociedade-memória e da idelogia-memória. Pois, as escolas, as igrejas, o estado (cidade) e a discussão sobre o que resguardar para o futuro sobre o ponto de vista da estagnação, do avanço ou da revolução, acompanharam um caminho diverso ao do desenvolvimento econômico atual. E toda sociedade que perde suas identificações sobre este contexto, perde o seu foco do desenvolvimento social.
Para tanto, a realidade macaense é sofrida. A cidade cresce verticalmente à beira mar e espremi capitalistamente a população menos abastada. E qual é o reflexo deste momento? Uma cidade altamente desestruturada, marginalizada, criminalizada e monopolizada no setor público e privado. Macaé consegue resguardar o primeiro espírito do capitalismo, vivenciado na década de 60, principalmente, sob as experiências de Taylor e Fayol. Ou seja, o operário achatado, o homem como máquina, como número e um sistema que repele o conflito, o debate e a reivindicação. Tais considerações são tão latentes que persistem na estrutura de algumas grandes empresas localizadas na cidade, que espalham para as instituições de ensino e disseminam nos bancos das malfadadas igrejas. Macaé não consegue chegar ao segundo espírito do capitalismo, já vivido nos anos 90, que é o da convocação ao liberalismo econômico, e, ainda está muito distante do terceiro espírito, que é o da aproximação do capitalismo ao seu esgotamento.
Contudo, a cidade continua “crescendo” socialmente e moralmente numa defasagem gritante. As instituições seguem o mesmo caminho, assim como os poderes, sejam eles o legislativo, o judiciário e o executivo. O que acontece é uma cadeia de erros, que conflagra na falta de valores. A partir desta falta, a sociedade começa a se estruturar de acordo com os seus novos valores. Isso sem falar nos gigantescos e tão discutidos repasses dos royalties. Macaé recebe por ano, aproximadamente, R$ 500 milhões de royalties do petróleo, totalizando em mais de R$ 1 bilhão em arrecadações, para quase 200 mil habitantes. Com isso, não é demagogia ou oportunismo perguntar: Cadê o dinheiro dos royalties? Afinal, Macaé sofre com alagamentos, assaltos, falta d’água, sem falar na precária e descompromissada saúde pública e na monopolização do transporte e da comunicação. Estas condições elevam Macaé ao posto de uma cidade sem credibilidade, representatividade e articulação. O que está orquestrado é um sistema visceral que pretende aprofundar a dependência de muitos e a concentração no e de poder de poucos.
A cidade apresenta a terceira pior distribuição de renda entre os municípios do Norte Fluminense: o rendimento médio per capita dos 10% mais ricos é 18 vezes maior do que o rendimento médio per capita dos 40% mais pobres, segundo dados do Programa Macaé Cidadão, da Prefeitura Municipal de Macaé.
O resultado denota uma segregação em relação à distribuição de renda em Macaé. Os seis bairros que apresentam valores superiores à média municipal concentram apenas 8,2% da população total do município. Segundo o Macaé Cidadão: “Os três bairros que apresentam maior rendimento per capita figuram entre as quinze maiores rendas per capita existentes entre todos os municípios brasileiros. Mais do que isso, o bairro Cavaleiros aparece em primeiro lugar, superando Águas de São Pedro (SP), São Caetano do Sul (SP) e Niterói (RJ).”
No entanto, a verdadeira realidade macaense esta longe de ser a aprazível configuração do Cavaleiros. Macaé detém a maioria dos seus bairros localizados em zonas periféricas. Alguns exemplos: Balneário Lagomar, Engenho da Praia, São José do Barreto, Fronteira, Ajuda, Malvinas, Botafogo, Nova Holanda, entre tantos outros. Mas, um parece insuperável na “surrelidade vivida” diuturnamente. A proxilidade do local começa no nome. Pois, toda vez que alguém nutre uma crença emocional na possibilidade de quadros positivos, mesmo quando há indicações do contrário, diz-se que existe esperança. E se não bastasse, a proporção ainda é agigantada pelo adjetivo nova. Ou seja, aquilo que existe a pouco tempo, ou substitui uma coisa, ou que tem pouca idade. Logo, o bairro mais enfermo de Macaé chama-se Nova Esperança. Ou seja, um lugar onde morfologicamente deveria ser de deslumbramento, por ser um paraíso da esperança, afinal, lá a esperança deveria ser dupla, condensa-se num espaço onde impera a catarse.
Bem, Nova Esperança está localizada “dentro” da Barra de Macaé e da Nova Holanda. Dá acesso e se “avizinha” a um dos condomínios mais luxuosos de Macaé, a Ilha da Caieira. Contradições comuns numa cidade que enriquece os mesmos ao longo de décadas. Lá (Nova Esperança) devem resistir em torno de 20 a 30 mil pessoas. Entre os moradores mesclam-se macaenses que saíram do aluguel para uma morada mais acessível, por ser própria e retirantes de alguns centros, principalmente, do Rio de Janeiro e do nordeste. Com isso, formou-se uma camada de excluídos socialmente. As pessoas convivem naturalmente com água nas canelas, com o cheiro insuportável do esgoto e com a ausência do poder público. O transporte principal são as bicicletas. A população cresce proficuamente, pois lá resistem os “ideais machistas” de que “quanto mais filhos, mais macho se é”. Isto sem falar no consumo desenfreado do álcool (cachaça) e do cigarro. Ambos, como forma de lazer e prospecção social. Juntam-se as estas “condições” o estabelecimento do tráfico de drogas e das igrejas protestantes. O tráfico de drogas “se encontrou” por lá. Jovens sem expectativa de vida e de sobrevivência atuam celeremente no tráfico, como forma de inclusão social. Pelo menos de 10 casas, entre 4 ou 5, detem um morador com porte ilegal de arma. Seja para se defender, seja para trabalhar. As igrejas intensificam a sua dialética por ser o único lugar de “paz” diante de tanto conflito. Porém, invertem esta ordem e destilam tantos decibéis, capazes de “calar” a rajada de um fuzil. É impressionante como na Nova Esperança, a realidade conjuga um misto de revolta e carência nos marejados olhos do morador.
Entretanto, muitas sociedades só aprenderam a dar um valor cognitivo a memória, depois de “descobrirem” no âmago o que foi o Holocausto. E sem falsa modéstia, Nova Esperança é o exemplo local de um Holocausto macaense. Lá homens, crianças e mulheres são exterminados em todos os sentidos. Num bairro onde a lama é o calçado e o esgoto a céu aberto o aroma, estes cidadãos caminham paralelamente com a ineficiência do serviço público. Talvez, Nova Esperança, seja o exemplo vivo da péssima administração pública desde o início do repasse dos royalties do petróleo. Com a Nova Esperança fica a pergunta: A classe política detem condições morais para questionar a virulenta revisão da lei de repasse dos royalties do petróleo? .
Para tanto, esta população desassistida encontrou no tráfico, ou melhor, no movimento o seu refúgio. O movimento além de pagar salário e armar grande parte da população, dá status, credibilidade e segurança. O movimento é o próprio estado. Ele legisla, julga e executa. E se o movimento faz tudo isso, por qual motivo ser oposto a ele? Este movimento pode ater ser interpretado como ideológico, tal qual o vandalismo ideológico da Revolução Francesa. Afinal, após a tomada do poder e decapitação da família real, os franceses, jacobinos em suma, defendiam a depredação e a destruição de toda a história deixada pela nobreza e pelo clero. Este movimento foi chamado de vandalismo ideológico, pois aprofundavam um viés cívico e patriótico. Portanto, se a cidade não destina uma política concreta, justa e direcionada para a população e o movimento a faz com capacidade, entende-se o mesmo como um ato ideológico, antes de qualquer coisa. E com isto, o poder público fixa-se sob a égide do vilão. Assim sendo, entender, julgar e organizar um juízo de valor sobre esta realidade, somente vivenciando a Nova Esperança. Não dá para desenvolver uma crítica estética e social, de acordo com a realidade de quem vive fora deste contexto. Este é o mesmo problema dos presos políticos em Cuba, tema tão em voga atualmente. Não dá para emitir uma reflexão, ou ainda, exigir a libertação dos mesmos, se o embargo econômico imposto pelos ianques não tiver fim. Portanto, Nova Esperança é só um espelho do esquecimento e da concentração de poder de uma cidade que mantem os mesmos atores nos mesmos papéis por tantos anos.
Um psicólogo americano, Abraham Maslow, foi notadamente conhecido pela proposta da hierarquia das necessidades de Maslow. Segundo ele, as necessidades de nível mais baixo deveriam ser satisfeitas antes das necessidades de nível mais alto. Ou seja, como questionar moralidade, preconceito, criatividade, se faltam água, comida e sono? Isso, sem falar em amizade, segurança e prosperidade. Portanto, como o povo da Nova Esperança pode ser questionado na condição moral se lhe falta o básico? E mais, se ludicamente esta pirâmide de necessidades for “importada” para a organização social, quem está em baixo, deve se satisfazer primeiro de quem está em cima. Logo, antes da atuação do poder público no Cavaleiros, por exemplo, a população da Nova Esperança que deveria ser assistida. No entanto, o que se percebe é um sistema burguês, que impõe limites, paradigmas e pede de um marginalizado uma preparação “perfeita” de acordo com seus moldes. Ou melhor, como o morador da Nova Esperança poderá pagar um curso de salvatagem e huet, por mais de R$ 1 mil?
Portanto, mesmo correndo o risco de usar uma retórica proselitista e/ou maniqueísta, a situação da Nova Esperança clama por uma nova realidade, na busca por uma participação efetiva daqueles que não convivem com àquela realidade. A partir disto, é preciso conclamar o ideal marxista para desenvolver social, política e economicamente a Nova Esperança. Pois, para Marx e Engels, a evolução do capitalismo para o socialismo, só seria efetivado se houvesse a liberdade de imprensa, mas uma imprensa sem aparelhamento político-partidário; a diminuição da jornada de trabalho para o envolvimento em causas políticas e não para debates sobre os entalados americanos; e a ditadura do proletariado, mas uma ditadura descentralizante, sem genocídios ou aventuras, como um processo de participação popular coletiva e não individual. Por fim, a diferenciação entre o público e o estatal. Ou seja, não são as instituições, a burocracia ou o sistema estatal que comandariam a sociedade, mas o próprio povo com suas organizações e manifestações. Logo, se a Nova Esperança for dotada de um sublime avanço do homem frente ao sistema, pode-se iniciar um processo de transformação de uma realidade tão brutal e excludente. Mas, se o atual cenário se mantiver na hipócrita relação do assistencialismo eleitoral com o encastelamento político, em breve, mas muito em breve, Macaé acordará verdadeiramente manchada não pelo petróleo, mas pelo sangue de quem já não aguenta tanta dor e tanta miséria.
Então, não adianta os intelectuais, os profissionais liberais, os políticos, a burguesia e a classe média, fecharem os olhos e os ouvidos para a realidade da Nova Esperança, ao cercarem suas casas de seguranças ou seus carros com blindagens. A história já mostrou que “os olhos” causam a pior das cegueiras, que é a cegueira moral, ou seja, a cegueira dos covardes. E “fechar” os ouvidos? Causa a surdez ignóbil. Afinal, transferindo o pensamento crítico de Adorno e Horkheimer sobre a indústria cultural para a ampla discussão social, encontra-se na Dialética do Esclarecimento, um bom exemplo através do episódio das Sereias da epopéia homérica. Ulisses preocupado com o encantamento produzido pelo canto das sereias tampa com cera os ouvidos da tripulação de sua nau. Ao mesmo tempo, o comandante Ulisses, ordena que o amarrem ao mastro para que, mesmo ouvindo o cântico sedutor, possa enfrentá-lo sem sucumbir à tentação das sereias. Assim, a respeito de Ulisses, dizem os autores: O escutado não tem conseqüências para ele que pode apenas acenar com a cabeça para que o soltem, porém tarde demais: os companheiros, que não podem escutar, sabem apenas do perigo do canto, não da sua beleza, e deixam-no atado ao mastro para salvar a ele e a si próprios. Eles reproduzem a vida do opressor ao mesmo tempo que a sua própria vida e ele não pode mais fugir a seu papel social. Os vínculos pelos quais ele é irrevogavelmente acorrentado à práxis ao mesmo tempo guardam as sereias à distância da práxis: sua tentação é neutralizada em puro objeto de contemplação, em arte. O acorrentado assiste a um concerto escutando imóvel, como fará o público de um concerto, e seu grito apaixonado pela liberação perde-se num aplauso. Assim o prazer artístico e o trabalho manual se separam na despedida do antemundo. A epopéia já contém a teoria correta. Os bens culturais estão em exata correlação com o trabalho comandado e os dois se fundamentam na inelutável coação à dominação social sobre a natureza (ADORNO & HORKHEIMER).
Sendo assim, como um povo que vive na lama, na miséria, na criminalidade, na dor, fedido, no desespero, e na limitação conseguirá viver em paz? Com felicidade? Como um povo que não mora, sobre-vive, numa piscina de esgoto no meio da sala, pode ter parcimônia com as mansões da Riviera Fluminense? Como pedir trabalho se é emprego que esse povo quer. Como pedir respeito diante de tanta incredulidade? Como pedir manutenção da lei dos royalties de petróleo diante de tanta canalhice? O que fica claro é que a linha tênue que dividia a Nova Esperança de Macaé acabou. “Essa gente” vai cobrar os seus direitos e os seus deveres doa a quem doer. E cobrando os seus direitos desenvolverão em Macaé uma nova ordem de valores e pensamentos. Eles começaram a cobrar as décadas de esquecimento fazendo muito barulho. Mesclarão foguetes e rajadas de fuzis. A sua luta já teve início no processo de reformulação amplo e irrestrito do cenário político macaense. A ideologia capitaneada pela Nova Esperança já foi vivenciada em inúmeros ciclos históricos pelo Brasil e pelo mundo. Mas, chegou a hora e a vez de Macaé. Contudo, caberá aos macaenses avaliarem até aonde essa “bolha” de exclusão social caminhará ou se ela explodirá, e, como explodirá. O fato é que um potente sistema de mudança que se orienta da tríade: comida, emprego e vergonha na cara, já está em curso e a reflexão que fica é: Macaé aguenta mais algumas décadas de falta de ação pública ou precisa desesperadamente se apaixonar com um processo que seja menos visceral, covarde, corrupto e patriarcal?
Por fim, a única certeza é do fim da Nova Esperança esquecida e que “assistia” sobre a ponte da Nova Holanda a concentração de poder no asfalto macaense. A Nova Esperança começa gritar e clamar pelos seus ideais. E resta saber quem dialogará com este insurgência. Se os mesmos atores ou se novos atores. O segredo é que para situações especiais, pessoas especiais. Portanto, para convocar um necessário e reformulado Sendero Luminoso em Macaé, a cidade precisará viver um novo ciclo moral, político, econômico e social. Pois, algumas concepções que nortearam o Sendero Luminoso no Peru, assemelham-se com a insurgência capitaneada pela Nova Esperança. Ou seja, uma revolução que começou no campo e foi para a cidade, e que o precursor é fruto da classe média enojada com a estrutura política vigente. No entanto, a diferença está que neste Sendero Luminoso não haverá mortes, dores físicas e lágrimas. Este novo movimento agrupa uma profunda indignação que se estende para a crítica, vai da crítica para a proposta e da proposta para a mobilização popular. Este movimento é mobilizador por ser inovador e é inovador por ser feito pelo próprio povo. Com isso, entre erros e acertos, este movimento ungido na Nova Esperança, não deixará mais aquela localidade como o exemplo da lama, do fedor e da bala. Aliás, não deixará Macaé seguir o curso do esquecimento “da sua gente” e o aprofundamento da concentração de poder. Pois, um novo pensamento está nascendo. E ninguém melhor que um desbravador para anunciar o nascimento de uma profunda mudança. Ademais, ninguém melhor que este homem para definir toda esta discussão acerca da Nova Esperança. Portanto, segundo o "herói de dois mundos" devido a sua participação em conflitos na Europa e na América do Sul, Giuseppe Garibaldi, também conhecido como o companheiro de Anita Garibaldi: “A sorte, que hoje nos traiu, sorrirá para nós amanhã. Estou saindo de Roma. (Saindo da inércia, do conforto da Imbetiba, do Cavaleiros ou do Bairro da Glória) Aqueles que quiserem continuar a guerra contra o estrangeiro, venham comigo. Não ofereço pagamento, quartel ou comida. Ofereço somente fome, sede, marchas forçadas, batalhas e morte. Os que amam este país (Macaé) com seu coração, e não com seus lábios apenas, sigam-me.” Logo, mesmo que preconizando momentos de desesperança e destempero, em Macaé a esperança não tem fim. Pois, mesmo no último minuto de cada noite que cessa, ainda persiste um ar de expectativa, afinal, já se sente em vários pontos da cidade, o perfume transparente da hombridade, que atende pelo nome de Nova Esperança.
Leonardo Gomes