Poucos meses antes das eleições municipais de outubro do ano passado, correu um boato na comunidade. Um zum-zum-zum alardeava que a Prefeitura de Macaé estaria inaugurando uma Academia no Sana a mando do vereador Mirinho. Jovens, mulheres e crianças vibraram. E não é que era verdade (?) mesmo? A pequena casinha onde foi instalada e improvisada a tal Academia, cujos aparelhos ficavam espremidos dentro de minúsculos quartos, em frente à Pousada da Lucimar, vivia cheia de jovens, a maioria deles, segundo fui apurando, “funcionários” da Academia, contratados pela Prefeitura a mando do Vereador Mirinho, que se atropelavam dentro da minúscula casa. Nunca vi tanto “funcionário” para uma Academia tão pequena e improvisada. As mulheres do Sana foram chegando timidamente, mas logo entraram no embalo da Academia do vereador Mirinho, ao som daquelas músicas tipo “bate estaca”.
Até mesmo Regina, minha esposa, sempre cuidadosa com sua saúde e forma física, passou a frequentar a Academia do vereador Mirinho.
Numa dessas ocasiões, para lá dirigi-me, afim de pegar a Regina e leva-la para casa. Enquanto esperava e observava o movimento dentro da acanhada e improvisada Academia, eis que surge o vereador Mirinho com uma pequena comitiva. Sorrindo e saltitante, o vereador Mirinho adentrou pelo portão e, dirigindo-se a mim, que esperava de pé, na varanda, surprendeu-me ao meter a mão no bolso e sacar uma maçaroca de notas de 50 reais, sacudindo-as na minha frente e verbalizando: “Olha aqui, Costinha! Eu não compro votos. Eu dou emprego”. Pego de surpresa, exclamei: “Muito bem, Mirinho!” Passado o impacto daquele rápido e inusitado encontro, refleti: “Ué! Agora são os vereadores que pagam os salários dos funcionários da Prefeitura???!! E com dinheiro vivo?” Bem, em se tratando de Prefeitura de Macaé, todos sabem que tudo é possível.
O Vereador Mirinho obteve cerca de 80 votos no Sana. Um verdadeiro “milagre”!, pois, aqui é território de George Jardim e Paulo Paes, figuras raríssimas vezes vista por essas plagas e completamente indiferentes ao que se passa na comunidade.
Pois bem. Passadas as eleições, alguns dias depois a comunidade foi surpreendida com o fechamento da Academia. Até mesmo o banner postado em frente a Academia situando-a para a população, foi tirado porque jovens que foram enganados, ludibriados, iludidos, driblados pelo Vereador, revoltados com a perda de seu emprego e com o fechamento súbito da Academia logo após as eleições, começaram a rasga-lo. Segundo apuramos com a proprietária do imóvel,
Dona Nely, esposa de nosso querido e saudoso Dalminho, a Academia está fechada desde outubro do ano passado. “Tive muitas dificuldades para receber os aluguéis atrasados. E continuo recebendo, mesmo com a Academia fechada, os R$ 700,00 do aluguel, mas isso, com muita dificuldade”.
Não se sabe a quem pertence os aparelhos ainda guardados na acanhada casinha de Dona Nely, esposa do nosso saudoso Dalminho. Se pertencem à Prefeitura ou ao Vereador Mirinho.
E assim vamos nós, testemunhando e registrando para a história os “tudo é possível em se tratando de Prefeitura de Macaé”.
É impressionante como a sede de poder e de dinheiro corrompe as pessoas. A Bíblia, mais uma vez, tem razão: “Pois, o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males...” (1 Tm 6:10)
E, assim, deixo para a reflexão minha e de todos vocês, a seguinte questão: “O Vereador Mirinho compra votos ou dá emprego???” “Quem de fato governa o Município: o Prefeito ou os Vereadores?”
Antenor Lima de Souza – micro empresário