Entrevista com o Prof. Ms. Armando Austregésilo
Professor quando iniciou seus trabalhos com a Massagem?- No ano de 1975 eu havia voltado de uma viagem à Europa, tinha deixado o banco em que trabalhei de 70 a 74, na área de informática, que era novidade por aqueles tempos e já cursando a formação de Instrutor de Yoga com o Professor De Rose, na União Nacional de Yoga, e também a formação de Massagista no Curso P. Ling, comecei a me dedicar integralmente a estas atividades.
Como esta profissão era exercida naquela época? Pode fazer um comparativo com o momento atual?
- Na década de 70 vivemos um tempo de realidade contraditória em nosso país. De um lado a ditadura militar cerceava as ações coletivas nos grandes centros, e de outro lado encontrávamos várias formas de sobrevivência, (que hoje compreendo como uma forma de resistência pacífica ao momento político). Ou seja, sem saber, estávamos dando início a um período rico em práticas de bem estar e qualidade de vida, que viriam a ser valorizadas no atual momento. Fomos precursores de um movimento que tomou forma nos anos 90 e que agora no século XXI torna-se importante a sobrevivência de nosso povo.
E o mercado de atuação profissional, como pode ser definido nesta área da Massagem?
- A Massagem faz parte de nossas vidas desde o ventre materno, o colo que nossa mãe nos oferece ao nascer é fundamental para o desenvolvimento e formação de nossa pessoa, portanto, todos, absolutamente todos nós precisamos de carinho, de toques físicos, de atenção tátil daqueles que nos cercam. A massagem só não é mais ampla e incondicional porque vivemos um período de competição, onde uma pessoa quer ser mais do que a outra, numa irracionalidade que nenhum animal próximo da espécie humana aceitaria. Vivemos num mundo tão competitivo que nas cidades grandes é comum as pessoas morarem vizinhas e não se cumprimentarem, não se comunicarem, a não ser por extrema necessidade.
O massagista, ou como atualmente são nomeados, os massoterapeutas, fazem as vezes do amigo, do parente que poderia tocar em nosso corpo, mas que por imposição social, está submetido a uma censura que impede esta possibilidade. O mercado cresce na mesma proporção em que a vida da comunidade se torna mais cosmopolita, mais complexa e por que não dizer, mais irracional. Em centros como São Paulo ou Rio de Janeiro há uma oferta de massagem como nunca imaginei nos meus mais fortes delírios de jovem dos anos 70. É a necessidade do acolhimento corporal, negado pelas pessoas mais próximas e permitido na forma de terapia para dores e desconfortos que nada mais são do que reclamos de nosso corpo que solicita o “colo materno” perdido desde a nossa infância.
O mercado de massagem já cresceu muito e não vai parar de crescer nas próximas décadas. É como se o progresso que tanto desejamos nos tornasse prisioneiros de nossos preconceitos, e o profissional de massagem se transformasse na válvula de escape para nossos instintos.
Pode fazer um paralelo entre o que o senhor viveu no estudo e prática da massagem, e a realidade das pessoas que não se utilizam desta forma de cuidar.
- Há dois fatos significativos que nortearam minha vida naquela época, dos quais muito me alegro; em 1975 e 1977, participei ativamente dos partos de minhas duas filhas: Parvati e Lakshmi que nasceram em casa, sem outros auxílios que não fossem os da própria mãe e os meus. Tivemos muita sorte e determinação para não sermos tragados pelos conceitos da época que determinavam a todas as parturientes, os cuidados hospitalares e médicos.
Lembro-me ainda que, no ano de 1974, havia desembarcado no Brasil o trabalho intitulado: Pour une naissance sans violence, traduzido como Nascer Sorrindo de autor francês, o médico Frederick Leboyer. Este livro foi a grande inspiração para os partos caseiros das duas meninas. Em 1977, uma nova publicação do mesmo autor, intitulada Shantala mostra uma indiana, dona do nome, que foi observada pelo autor, aplicando massagem em seus filhos que novamente viria a incentivar meu interesse pela massagem oriental.
Estes dois nascimentos marcaram a grande conquista de confiança que, estabeleço com esta nova atividade, passando a nortear minha vida profissional. O divisor de águas, que transforma o aprendiz em profissional, uma vez que prova para mim a capacidade de desafiar e ser desafiado por minhas crenças, meus estudos e determinações.
Em 1990, conheci o Pedro, com 5 anos de idade, quando ministrava vivências no Centro Infantil Arraial das Cores. Pedro, até então, era filho de Sandra, e desde aí, meu filho, também.
Em meu segundo casamento, já em 1993, participei novamente do nascimento de meu quarto filho, Gabriel. A esta altura já estava consolidada minha atividade profissional, porém, mais uma vez credenciei-me ao exercício do desafio, não sem um ônus, que atribuo à idade, aos anos vividos, participei de um parto em casa nos mesmos moldes dos anteriores, mas com a presença amiga de um médico, que tranqüilizou a mim e a Sandra, mãe de Gabriel e a parentes que já conheciam as histórias anteriores.
Vejo que hoje, diferente daqueles tempos, entretanto, a figura do pai já se tornou mais humana e os jovens descobrem no apoio à esposa e mãe de seus filhos, um prazer que os torna mais homens, mais suaves e mais amigos de seus filhos. Este é um avanço que credito às práticas da massagem que vieram pouco a pouco incentivando a sensibilidade em nosso país, pena que isso não seja tão generalizado quanto deveria.
Professor Mestre Armando Austregésilo
Graduado em Economia – Fac. de Ciências Políticas e Econômicas do Rio de Janeiro – 1974
Instrutor de Yoga pela UNIYOGA - União Nacional de Yoga - 1975
Massagista pelo Curso Dr. P. Ling do Rio de Janeiro - 1975
Registro de Massagista: Sec. Est. de Saúde do RJ- Fiscalização de Medicina nº 1.638 - 1977
Autor dos livros: Massagem e Sensibilidade e Curso de Massagem Oriental 1980/1988
Pós Graduação em Dança - Educação Física – Fac. Educação e Cultura do ABC (atual – UNIABC) – S. Caetano do Sul -1991
Mestrado em Educação - UNICID – Universidade Cidade de São Paulo – 2003
Professor de Massoterapia, Reflexologia, Cromoterapia e Supervisor de Estágios da Graduação em NATUROLOGIA, da Universidade Anhembi Morumbi -2004/2008
Presidente da AMOR –Associação de Massagem Oriental e Naturopatia do Brasil
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Curso Do In das Estações
Professor Mestre Armando Austregésilo
O estudo e a prática do Do In, técnica milenar de cuidados corporais tem a proposição de observar as reações do nosso corpo, cuidar da manutenção do bom funcionamento, através de exercícios diários e respiratórios, bem como uma manipulação sistemática dos pontos encontrados ao longo de meridianos - canais de distribuição de energia para o funcionamento dos órgãos.
Agregamos a esta prática as exigências referentes às estações do ano, como a alimentação, sistemas orgânicos mais solicitados e práticas indicadas , para melhor elaborar as estratégias de manutenção e correção do equilíbrio da nossa saúde.
Ministrante: Professor Mestre Armando Austregésilo
Conteúdo Programático
Definições do Método Do In e sua relação com os princípios da MTC
Respiração e alimentação na visão do Do In
Elemento, órgãos e meridianos das estações
Práticas e pontos de manutenção da saúde pelas estações
Práticas e pontos de reequilíbrio das questões comuns a cada estação
Práticas e pontos de preparação para a próxima estação
Seqüência de massagem própria a cada estação
Objetivo
Ao familiarizar as necessidades de cada estação do ano com os nossos hábitos, demonstrando a importância da observação e compreensão dos elementos que regem esta sucessão, estamos sugerindo uma nova organização para nossa vida. Viver de acordo com o próprio meio ambiente, inserindo nossa vida no ritmo e características de cada ocasião.
Organização
Duração 12 horas-aula.
Material Necessário:
Salão amplo que comporte o público inscrito, chão bem limpo;
Colchonetes ou forro para o chão;
Roupas confortáveis (bermuda e camiseta);
Data Show, Toca CD e Microfone. Sendo o público numeroso, faz-se necessário câmera com operador e telão para que os participantes vejam os detalhes das manobras à distância, com conforto.
Pedir aos participantes que levem óleo e creme para massagem, além de material para anotações.
Quanto à apostila: a apresentação do curso em Power Point pode ser copiada em pen drive ou em CD, com taxa de R$10,00/participante.