Monólogo estrelado por Zezé Polessa mostra uma visão bem-humorada do casamento
Só o título já remete a um universo conhecido, mesmo que ainda não
vivenciado, por todos: o casamento. E vale advertir que as gargalhadas
são inevitáveis. Afinal, a comédia cumpre melhor o seu papel quando
traz à tona questionamentos que levam à reflexão e nos faz rir de nós
mesmos em situações cotidianas.
"Não sou Feliz, Mas tenho Marido" é uma peça adaptada por Maria da Luz, Zezé Polessa e Victor Garcia Peralta a partir do livro homônimo da jornalista argentina Vivianna Gómez Thorpe e traduzido por Mônica Mayer. O espetáculo estreou dia 12 de janeiro de 2006, no Centro Cultural Telemar, estrelado por Zezé Polessa e com direção de Victor Garcia Peralta.
Zezé dá voz à Viviana, mulher casada há 27 anos, que finalmente consegue realizar um grande sonho: lançar o seu livro "NÃO SOU FELIZ, MAS TENHO MARIDO". Durante uma coletiva de imprensa, ao ser fustigada pelas perguntas dos jornalistas, ela fala do seu casamento. A partir daí descreve essa viagem ao desconhecido, em que permanentemente está em cheque o delicado equilíbrio entre a comunhão com o outro e a preservação da individualidade.
Não deixam de ser abordados, de forma muito bem humorada, temas comuns a qualquer casal, como a falta de diálogo, a compra da casa de veraneio e a paixão do homem pelo automóvel. Nem mesmo a chegada da temida fatura do cartão de crédito escapa à interpretação sempre atenta de Zezé Polessa.
A atriz vive a história da personagem com um leque de emoções, pois tem a convicção de que nessa história particular há aspectos universais: amores, desamores, amizades, desejos e sonhos.
Viviana é uma mulher contemporânea que com muito humor e vivacidade chama mulheres e homens, casados e solteiros, à (des)razão da vida. Que mulher nunca teve uma crise aflitiva ao perceber que não tem um vestido adequado para ir a uma festa? Ou nunca reclamou que compra tudo no supermercado e a despensa está sempre vazia? Até o filósofo Schopenhauer com sua visão sobre a liberação sexual da mulher estão inseridos nessa divertida montagem.
As feministas de plantão não precisam temer. Em nenhum momento a personagem enaltece os antigos hábitos da mulher conhecida como "Amélia" - aquela do samba de Ataulfo Alves e Mário Lago, famosa por enaltecer o casamento como instituição e deixar de lado a vaidade. A montagem faz um apanhado geral com uma visão crítica e muito bem humorada daquele que ainda continua sendo o sonho de nove entre dez mulheres solteiras: o casamento.
Não sou feliz mas tenho marido", estrelado pela atriz Zezé Polessa, tem apresentações agendadas para 18, 19 e 20 de março no Teatro Municipal de Macaé.