Barco tem capacidade para 16 lugares
Consolidar-se como uma alternativa de lazer e transporte para os resendenses e turistas que visitarem a partir de agora o município. Esta, segundo o prefeito de Resende, Silvio de Carvalho, é a expectativa do governo municipal com a entrada em operação da chalana "Leda Vasconcelos", no último sábado, dia 30 de maio. A embarcação, com capacidade para 16 pessoas, desde o último fim de semana navega pelas águas do rio Paraíba do Sul.
"Nosso projeto para a orla do Paraíba inclui a revitalização do transporte aquaviário, que já foi intenso em Resende", informa o prefeito.
Silvio de Carvalho destaca que os resendenses, durante muito tempo, perderam a capacidade de sonhar com o desenvolvimento e isso levou a um desaquecimento da economia. Segundo ele, uma das principais tarefas da administração municipal tem sido recolocar novamente a cidade no rumo do crescimento. E, para ele, é o que tem ocorrido com a implantação da usina da Votorantim Metais e a ampliação da Volkswagen Ônibus e Caminhões, além de outros investimentos que o município atraiu nos últimos três anos.
- Nosso gesto, ao estimular a implantação de uma chalana para passeios turísticos ao longo do rio Paraíba do Sul, é um esforço que viabiliza um sistema de transporte cerca de 30% mais barato em relação ao terrestre e mais rápido. Você viria ou iria para o Centro ou a Cidade Alegria em dez a 15 minutos, em contato com a natureza e com as belezas da Serra da Mantiqueira ao fundo. É uma alternativa segura, confiável e econômica. Estamos iniciando com uma atividade turística, mas esperamos que em breve o transporte fluvial seja uma realidade. Na época do café, chegamos a ter uma chalana, a "Lusitana", que fazia a travessia entre as margens. Fica uma proposta: a de darmos o nome de Lusitana II à essa chalana – sugeriu o prefeito Silvio de Carvalho, que participou da viagem inaugural com o vice-prefeito Paulo Cardoso, o secretário de Desenvolvimento, Infra-estrutura e Segurança, Ruy Saldanha, e o empresário Iero Augusto, que está cedendo o píer de seu restaurante, Cosa Nostra, para atracadouro da chalana.
O projeto de navegabilidade proposto pelo governo municipal inclui o trajeto pelo rio Paraíba inicialmente aos finais de semana e com serviço de traslado entre as margens, nas imediações de Campos Elíseos. A iniciativa é desenvolvida pela empresa Seaman Náutica Ltda., sediada em Paraíba do Sul, onde executa o mesmo serviço. As viagens sairão do cais da Rua Saulo Rachid, em Campos Elíseos, indo até a ponte do Acesso Oeste, no Jardim Primavera – numa viagem de 40 minutos a uma hora.
A chalana, toda em alumínio, tem sete metros de comprimento e 2,7 metros de largura, com capacidade para 16 passageiros e um tripulante. É dotada do motor 50 HP Envirude, rádio VHF e rádio/CD, e está regulamentada de acordo com exigências da Marinha, podendo, inclusive, navegar à noite. "O rio Paraíba do Sul é totalmente navegável até o município de Itatiaia, outra opção também, onde existem dois bons pontos de transbordo. A distância entre as cidades é de apenas 9,31 milhas náuticas", explica o capitão de mar-e-guerra Pedro Vasconcellos, proprietário da Seaman, que irá operar o serviço em caráter experimental num período de seis meses.
Após a fase de implantação o projeto poderá ser expandido entre os trechos do Pólo Industrial até o município de Itatiaia. Para isso seriam usadas embarcações de dimensões maiores, com capacidade para cerca de 60 passageiros, o que beneficiaria a locomoção de trabalhadores, facilitando o deslocamento de pessoas por toda a região e desafogando o trânsito, o que contribuiria para o meio ambiente.
História
O historiador Claudionor Rosa destacou a tradição de navegabilidade do rio Paraíba do Sul. No século XIX, pelo menos 35 barcos por semana navegavam em suas águas, entre Resende e Barra do Piraí, ponto final da viagem e onde chegavam os ramais ferroviários. De Resende, as embarcações levavam, principalmente, café e de Barra do Piraí traziam gêneros alimentícios.Claudionor lembrou que a atual rua Cunha de Ferreira, onde fica a Câmara de Vereadores de Resende, se chamava Formosa e depois virou Voluntários da Pátria, adotando este nome porque os soldados que se dirigiram para a Guerra do Paraguai saíram dali pelo rio Paraíba do Sul, de onde seguiram de barco até Barra do Piraí.
- De lá foram de trem para o combate, após ficarem aquartelados na antiga rua Formosa. Resende tem uma tradição histórica de utilizar o transporte fluvial – lembrou o historiador.