Um palco de discussão dos assuntos atuais. Dessa forma, o presidente da Comissão de Minas e Energia da Assembléia Legislativa do Rio, deputado Glauco Lopes (PSDB), definiu o trabalho realizado em três audiências públicas, três reuniões extraordinárias e quatro reuniões ordinárias ocorridas em 2007. Para entender o que diz o parlamentar basta prestar atenção ao que esteve na pauta da comissão no segundo semestre e notar que temas como a elevação do nível do mar em Macaé, na região Norte fluminense, e a crise no fornecimento de gás natural veicular (GNV) figuraram como notícias de destaque em toda a imprensa.
É papel da comissão estar sempre atenta às questões referentes aos temas que sejam notícia no estado. No caso de Macaé, havia uma preocupação exagerada dos moradores. Recebemos especialistas que nos deram tranqüilidade sobre o assunto?, disse Lopes, que pretende prosseguir com a discussão em 2008. A comissão tem um papel muito importante no processo de debates. Nosso objetivo é transformar o Parlamento em palco de um diálogo permanente entre a população e as autoridades, concluiu o tucano.
Durante as discussões sobre a elevação do nível do mar os participante chegaram à conclusão de que o aquecimento global nada tem a ver com a questão. ?Naquela época, as notícias davam conta do fim de Macaé. Tenho um filho de quatro anos e fiquei preocupado. A Alerj está acompanhando os estudos feitos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para saber as causas verdadeiras desse fenômeno?, disse o presidente da comissão. O diretor de Geociências do IBGE, Luiz Paulo Souto, anunciou a instalação de um aparelho GPS ? sistema de radionavegação guiado por satélites ? no Porto de Imbetiba, para que se possa esclarecer as circunstâncias dessa elevação. ?A cada 15 segundos a variação do nível do mar será medida. Isso permite uma precisão bem maior. Hoje em dia, a medição é feita por marógrafos e ocorre a cada 5 minutos?, explicou. Souto citou ainda um estudo publicado pelo IBGE, em julho deste ano, que apontou crescimento de 15 centímetros do nível do mar em Macaé desde 2004.
Já a crise no fornecimento de gás provocou a realização de um concorrido debate, promovido pelo Fórum de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio Jornalista Roberto Marinho e por seis comissões permanentes da Casa, inclusive a de Minas e Energia. O evento lotou o Plenário Barbosa Lima Sobrinho e reuniu, além de vários parlamentares, o secretário de Estado,de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, Júlio Bueno, a diretora de Gás e Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster, o presidente da CEG, Bruno Arnbrust, deputados federais, prefeitos, presidentes de câmaras municipais e representantes de sindicatos de taxistas, de metalúrgicos e das indústrias de reparação de veículos e acessórios, para discutir dois projetos sobre a questão que estão em tramitação na Assembléia do Rio. Durante o fórum, Lopes apresentou números sobre o tema e sugeriu que o Governo estabeleça diretrizes políticas estaduais que possam atender as necessidades da sociedade.
No primeiro semestre de 2007, a comissão se voltou para outros assuntos e discutiu, basicamente, o desenvolvimento sustentável das regiões beneficiadas com novos investimentos no setor energético. Um dos pontos levantados pelo deputado Glauco Lopes foi a garantia de que a mão-de-obra local seria utilizada nas contratações. Segundo ele, além dos investimentos que serão feitos no Estado do Rio, mais precisamente na Bacia de Campos e no Pólo Petroquímico de Itaboraí, projetos como a construção do Complexo Portuário do Açu, em São João da Barra, podem colocar o Norte fluminense na rota do desenvolvimento. "Meu temor é o de que, apesar dos novos investimentos, os trabalhadores locais acabem não usufruindo do crescimento econômico da região. Uma pesquisa constatou que a maioria das vagas nas áreas naval e petroquímica é ocupada por pessoas de fora do Rio. Temos que ter cuidado para que isso não continue ocorrendo", alertou o presidente da Comissão de Minas e Energia.
