O uso da Base de Alcântara pelos Estados Unidos é um dos temas da agenda do ministro revistado Aluísio Mercadante.
A manchete do dia, no entanto, é se Maria, a vencedora do BBB-11 (vinte por cento menos de audiência em relação aos anteriores segundo alguns veículos da mídia) foi ou não garota de programa e o que fará com o milhão e meio ganho, o prêmio por sua vitória.
Sua primeira declaração ao sair da casa/bordel foi dizer que possivelmente, ao final das comemorações pela vitória, rolaria sexo com o segundo colocado. A plaquinha que o identifica diz lá Wesley.
Meia dúzia de três ou quatro proclamam nos bares de Ipanema e Leblon as excelências do governo Dilma, enquanto acreditam estar ali o centro do universo. Lá pelas tantas não falam e andam ao mesmo tempo, a revolução vai para o espaço. Não freqüentam ensaios de escolas de samba, pois o cheiro de suor é desagradável.
Socialistas colgates.
A tendência da comissão que discute a reforma política é optar pela lista fechada. Teríamos uma eleição para a Câmara dos Deputados no chamado sistema misto. Metade eleita pelo voto direto do eleitor em distritos e outra metade votando nos partidos e listas fechadas de ungidos para o exercício do mandato popular.
Uma espécie de garantia prévia que as múmias atuais permanecerão na Câmara mesmo sem votos e outras voltarão a tentar alçar vôo rumo a sonhos/catástrofes assim que saírem do purgatório.
Escoram-se em clubes de vetustas senhoras ou desvairadas dondocas que se reúnem numa Kombi.
E antes de qualquer reunião airfresh, aquele que evita o cheiro de suor dos sambistas.
A reforma política é a reforma dos políticos para não mudar coisa alguma, manter intocados os privilégios e sem novos sócios o clube de amigos e inimigos cordiais que transforma PT e PSDB em inimigos de mentirinha. FHC já solicitou uma audiência a Dilma para passar as coordenadas.
Não adianta dizer que Lula apoiou publicamente decisões da presidente.
Claro, um paralelepípedo saberia que o ex-presidente não vai manifestar a percepção que cada dia mais está sendo jogado para corner, ou pelo menos tentam.
Não há reforma política sem o cheiro do suor dos sambistas, mesmo que as dondocas não queiram.
Somos um ornitorrinco - definição de Chico Oliveira - (dondocas devem pensar que Chico Oliveira é algum garçom engraçado de algum bar da moda em Ipanema). Imagine se vão ter idéia do que seja Darwin.
Estão atentos apenas aos próprios umbigos.
O processo histórico transcende a essa camisa de força que tentam impor ao povo brasileiro e que chamam de reforma política.
Existem postes (postes de luz, não falo de Dilma) na minha cidade com marcas de balas disparadas pela polícia em greves no início do século XX, 1910 mais ou menos, quando os trabalhadores não tinham a menor idéia que a redenção viria pelas mãos do PT.
Não confundir com Lula. Se juntar o partido inteiro, fizer uma grande massa, não dá um por cento do ex-presidente. Falo de força eleitoral.
Mas, enfim, subsidiados por estatais, ou colados em gabinetes com carimbos, telefone, clips e uma dúzia de canetas bic para não decidir nada, só pelegar, mantêm o poder longe do suor dos sambistas e com um chope tirado no colarinho certo e exato.
Não há reforma política sem povo.
Só reforma dos interesses dos políticos.
Lista fechada é ditadura.
É só perceber que para ela correm quase todos os partidos - uma ou outra exceção, assim mesmo individual, de um ou outro parlamentar -.
São movidos a verdade absoluta da grande democracia que não existe.
Vai tudo acabar num bem disfarçado acordo de livre comércio que a presidente chama de "política de resultados".
É bom ficar de olho no governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro. É o porta-voz real do que de fato pensa Lula. Escapa dessa histeria incurável, já que não existe mais a Revista do Rádio. Pode ser que CARAS substitua, mas mesmo assim, para o rolo compressor que vem aí na tal reforma, para os interesses que cercam a tal reforma, para a alienação produzida pela grande mídia, pela vitória de Maria, CARAS acaba sendo tratado de filosofia a ser lido com cuidado enquanto se bebe um chope e come um bolinho de bacalhau.
Longe do suor dos sambistas que, certamente, preferem a "lua furando nosso zinco/salpicava de estrelas nosso chão/tu pisavas os astros distraída, sem saber que a maior ventura dessa vida/é a cabrocha, o luar e o violão".
Na obra arquitetônica dessa nova realidade não existem "roupas comuns dependuradas". Porque não existem bandeiras desfraldadas. Só o amém, a tropa formada e vestida de branco.
Pronta a marchar sem ter a menor idéia que estamos diante de um abismo que vira tsunami no curso do processo, pois o sambista com cheiro de suor, à frente, vai querer tocar seu violão, sem bandolim, seu cavaquinho.
Não é reforma política que estão discutindo, é reforma dos políticos.
E enquanto rola tudo isso não se fala mais nos trabalhadores das empresas que tocam as obras do PAC. Ou por outra, fala-se da polícia a caminho.
É a política de resultados.
Meio dia e meia, hora dos "revolucionários" acordarem, banho frio para a ressaca, um ou dois comprimidos de "engov" e pernas para que te quero, até a hora do chope e de salvar a Líbia.
Ah! Antes ler a ordem do dia do chefe.