REFORMA POLITICA - O TAMANHO DO HORIZONTE DAS ELITES

O ex-governador de Minas Aécio Neves, candidato tucano às eleições presidenciais de 2014, disse hoje a um dos veículos de comunicação de sua trupe, a RÁDIO ITATIAIA, Belo Horizonte, que a reforma "está encaminhada pela comissão e vai atender ao povo brasileiro".

Aécio é especialista em declarações assim, genéricas, que não significam coisa alguma e é simples entender isso.

O ex-governador é neto de Tancredo Neves, herdeiro do ex-presidente. Esperto e ladino apropriou-se dessa herança (sem a dimensão de Tancredo) e montou uma das mais fantásticas máquinas de propaganda de nada (é um nada, tropeça no alfabeto se tiver que falar além do b +a = ba.

Seu governo em Minas foi um exercício de miragens e fantasias absorvidas pelos mineiros na característica espetáculo de nossa sociedade, moldada em boa parte por imagens e conceitos vazios, caso de Aécio.

Não há reforma política sem participação popular e o Brasil não vai a lugar algum, exceto um grande impasse em médio prazo, se não partirmos do zero e convocarmos uma Assembléia Nacional Constituinte que mobilize desde a chamada sociedade civil organizada, até a desorganizada e o conjunto das forças sociais.

É impossível que algo avançado saia de uma comissão onde estejam Collor de Mello, Itamar Franco, o próprio Aécio, Francisco Dorneles, produtos ou de oligarquias, ou, como no caso de Itamar, de oportunismo e raro faro político para estar no lugar certo e na hora certa, não importa como.

Sem falar que o presidente do Senado é José Sarney, um dos oligarcas mais corruptos e conservadores do Brasil.

A Assembléia Legislativa do Espírito Santo promoveu na segunda-feira um debate sobre a reforma e a presença de parlamentares, grupos de movimentos sindical, popular, das redes sociais de comunicação, mostrou isso.

Ou o País encontra o caminho da reconstrução para além dos limites estabelecidos na tutela militar sobre o Congresso Nacional Constituinte de 1986 (a Constituição foi promulgada em 1988), abre a história de um período cruel e perverso, uma noite de vinte anos de trevas (ditadura militar) e foge desse arremedo de democracia - clube de amigos e inimigos cordiais), ou à frente vamos pagar o preço por todo esse processo político centralizador e que exclui o povo do debate e das decisões que contam e são fundamentais.

Uma reforma política no vulto pretendido e no alarde feito por políticos que têm como horizonte apenas a próxima eleição (caso de Aécio), mantém intocadas as estruturas ao feitio das elites políticas e econômicas e condena o Brasil, numa ordem mundial diversa da do século passado, a retrocessos sem tamanho, a despeito dos avanços que eventualmente foram obtidos nos anos Lula.

O próprio processo de construção da reforma a partir de figuras como o ex-governador Minas, em si, já mostra isso com clareza.

A fragilidade do governo Dilma, inserido num plano em execução, o que descontrói Lula, serve a esses propósitos a esses interesses.

Dilma foi um equívoco de Lula e resta sendo um grande equívoco dos brasileiros, mesmo o dilema sendo Serra ou Marina da Silva, não diferença entre o trio. Tocam a mesma música com arranjos diferentes.

Aécio é isso e enxerga a reforma política como passo de concretização de sua candidatura e largada para a corrida presidencial. Percebeu que o governo Dilma acabou sem começar. E retomar um caminho confiável é quase impossível levando em conta o leque de alianças que serve de camisa de força a presidente.

A melhor maneira que as elites têm para dizer que mudam alguma coisa é essa. Um grande rebuliço, declarações vazias e genéricas como a do ex-governador de Minas e no fim fica tudo como estava.

Os donos do poder continuam a ser os mesmos.

Não há como discutir reforma política sem ampliar o espectro geral do processo e falar em reformas estruturais e essas nascem com uma Assembléia Nacional Constituinte que inclua em seu debate, sua elaboração e em sua vigência, canais de ampla participação popular.

Neste momento o povo brasileiro é apenas telespectador definido como Homer Simpson pelo apresentador do JORNAL NACIONAL. Silente, sem tem a menor idéia do que ocorre nos corredores da ilha da fantasia - Brasília - e sem perceber que vai pagar o custo de toda essa pantomima.

É não um custo só financeiro. É muito maior. É um custo político que pode levar o País a impasses nunca pensados ou imaginados, pois ignora a conjuntura internacional, despreza a importância da unidade latino-americana, serve a propósitos inconfessáveis de políticos menores como Aécio, transforma-se em mais um espetáculo proporcionado pela política de alienação geral e irrestrita.

O professor Marcos Coimbra, diretor do Instituto Vox Populi, mostrou em artigo calcado nos resultados de um trabalho sério e profundo em torno da reforma, que os brasileiros não têm de fato a menor noção do que seja isso, do que signifique essa canga chamada lista fechada - que perpetua elites -.

O que está acontecendo nesses primeiros momentos do "novo/velho" Congresso é só um estudo entre os lutadores - mas todos em ambiente de confraternização - de algo que venha a garantir a todos no futuro e perpetuar o que Ivan Pinheiro chama de "capitalismo a brasileira".

Foi a mágica de Lula, durou com Lula por conta de sua inegável capacidade de governar e alcançar seus objetivos, esgotou-se com o fim do segundo mandato do ex-presidente. Cujo eventual retorno, aliás, é impensável e inaceitável para essas elites.

O Brasil começa a correr o risco de ser atingido por um tsunami maior que ele, a conjuntura terrorista internacional, pode sucumbir diante de um processo do qual deliberadamente o povo é mantido afastado e terminar nas mãos de um tresloucado chamado Aécio Neves.

Fabricado nos corredores do marketing e dos interesses dos grandes grupos que controlam o País. Não importa que lambam os pés de Dilma, como muitos lamberam os de Lula.

Importa que querem o original. É mais barato que qualquer cópia.

Não há reforma política sem povo e nem reforma política no sentido que conferem a expressão vai mudar alguma coisa.

O tamanho é maior, o horizonte é mais largo, o País está por ser reconstruído, ou construído segundo a vontade e a participação direta de seu povo.

Essa é a realidade que a história mostra. Mas esses caras, tipo Aécio, só conhecem história em termos de próxima eleição.

Já imaginaram Gérson Camata, sócio de Aécio em negócios de curvas, agora fora do sarcófago por obra e graça do governador Renato Casagrande - antigo e extinto Espírito Santo - no lugar de Moreira Franco?

É por aí a reforma dessa gente. E Itamar Franco prefeito de Aracaju?

 

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