A DESCOBERTA DO BRASIL

É claro que D. Carlota Joaquina não vai chegar aqui com a cabeça cheia de piolhos e os “macaquitos” adotarem o lenço à cabeça como moda. Nem tem jeito, Portugal está à beira da falência e ameaça arrastar a chamada “zona do euro” a uma crise de grandes proporções. Itália e Espanha aguardam na fila e Alemanha dá sinais que logo entra nessa carreira.

As autoridades de governos dos EUA e de alguns países europeus conseguiram romper a barreira do sigilo bancário suíço, várias falcatruas foram cometidas e outras tantas estão prestes a serem descobertas.

Só o HSBC movimenta dois trilhões de dólares em bandalheiras.

São bancos e num dado momento governos percebem que esses templos do capitalismo são deuses sanguessugas a exigir grandes sacrifícios que vão além do “rico dinheirinho do povo”. Chegam ao “pobre dinheirinho dos donos”. Os sócios desse complexo de bancos, latifúndio e empresas.

Aí a coroa volta seus olhos para um País de dimensões continentais, onde se localiza a maior parte da Região Amazônica e percebe também que é fundamental recolocar em prática as velhas políticas colonialistas do século XIX e boa parte do século XX (países africanos).

Fico a imaginar se será permitido a Bento XVI, numa eventual visita à França (que segundo De Gaulle é “o França”) transitar em um papa móvel pelas ruas de Paris paramentado como manda a Igreja. O congresso francês está prestes a aprovar uma lei que proíbe o uso da burca em público. Entende que isso é reafirmar compromissos com a liberdade, especificamente a da mulher.

Cerco a palestinos de Gaza, assassinatos de opositores com passaportes britânicos, culpar o Irã e preparar uma guerra contra aquele país é mais fácil.

Soa forte a expressão “terrorista” dita diariamente numa mídia podre, torna-se mais fácil conduzir as manadas no espetáculo.

Pobre Europa. Cercada e atolada em bases militares norte-americanas por todos os lados.

Nem realeza mais. A rainha Sofia da Espanha, que é grega, foi ao vestiário da seleção espanhola cumprimentar os jogadores e Puyol, o zagueiro e capitão da Fúria recebeu-a pelo imprevisto, enrolado numa toalha.

Democracia, nobres se misturando a plebeus.

O milagre do futebol.

Que País fantástico é esse, o Brasil, que pode tornar-se o que sempre disseram os livros de geografia, “celeiro do mundo”, noutro milagre, o do transgênico? As quase incalculáveis riquezas da Amazônia?

Com elites políticas e econômicas que adoram os passeios pela Cidade Luz e maravilham-se com o não dormir de New York.

Não conhecem o Bronx e sequer têm notícia do Harlem.

Uma norte-americana de uns cinqüenta anos colocou fogo em seu trailer e saiu nua pela estrada. Foi presa, detida aos costumes e pode levar até cinco anos de cadeia. Perdeu a casa na impossibilidade pagar a hipoteca. Desde os tempos de John Wayne que essa figura hipoteca atormenta a vida de rancheiros e pequenos proprietários.

Obama despejou bilhões de dólares nos bancos, na indústria automotiva, vê sua popularidade despencar e mergulha o país, mais ainda, numa guerra que não vencerá, a do Afeganistão.

É necessário que os aviões despejem bombas sobre o Irã para salvar o mundo.

De que?

Centenas de milhares de norte-americanos perderam suas casas na tal bolha imobiliária e vagam pelo país sem perspectiva de a curto e médio prazo encontrar alternativas como as gratificações pagas aos executivos da General Motors pela falência de cada dia.

Arqueólogos no futuro não encontrarão templos semelhantes aos egípcios, mas suntuosas sedes de bancos.

No Brasil o conjunto FIESP/DASLU.

Vai de porteira fechada e beija mão na hipótese de um presidente cordato e corrupto, desnecessário dizer José Arruda Serra.

Não se trata de jogar álcool à água de um rio qualquer e tascar fogo deixando os índios temerosos de perder a fonte de vida. Não é o jeito Anhanguera de fazer as coisas. “São os nossos rapazes”.

É simples. Privatizam e enchem de letreiros de neon para todos os lados, serve-se ao povo nativo a REDE GLOBO e outras mídias compráveis (toda a grande mídia) com receitas exclusivas de Ana Maria Braga e uma primeira fila de fazer inveja no Faustão.

Aí trombeteiam tudo com a palavra progresso.

Em breve bases militares ao Norte, ao Sul, ao Leste e ao Oeste e pronto, estamos garantidos pelos “irmãos do Norte” contra qualquer ameaça terrorista.

A bandeira que nos envolve vem repleta de estrelas e nenhuma delas tem as curvas de Marilyn Monroe.

É a previsão, ou vaticínio de Pero Vaz Caminha quinhentos e dez anos depois. “Em se plantando tudo dá”. Até tucano.

Chegam em grandes navios, cobertos de aviões em seus imensos conveses/aeroportos.

Distribuem chicletes, camisinhas, assestam canhões para afugentar “terroristas” e proclamam-se senhores da democracia, da liberdade e do progresso.

Sai o Saci Pererê entra o Halloween.

Está redescoberto o Brasil. E esse não é com “s”, mas com “Z”.
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