O VICE DE ARRUDA SERRA

O grande problema de José Arruda Serra é que o presidente Lula pode aparecer no programa eleitoral do seu partido ao lado da candidata Dilma Roussef e acrescentar votos. O ex-presidente FHC, longe de Arruda Serra causa prejuízos irrecuperáveis. É como ponto perdido por clube grande em jogo contra clube pequeno. Não volta mais.

A despeito de todo o esforço da candidata Marina da Silva para alavancar a candidatura José Arruda Serra, tudo indica que a nau do ex-governador de São Paulo adernou, mesmo que, eventualmente, um ou outro sinal de recuperação possa aparecer.

O máximo que Marina da Silva conseguiu e tem conseguido com suas desastradas entrevistas, ou participação em debates é embaraçar de tal ordem o novelo que acaba sendo outro problema para Arruda Serra. Quando foi concebida, sua candidatura era para ser ponto de apoio.

Vai ladeira abaixo o prestígio da senadora ex-séria da política brasileira. Lamentável.

No lançamento da candidatura de Fernando Gabeira, linha auxiliar do tucanato paulista, o nome da senadora e candidata a presidente do PV – Partido Verde – foi tampado com fita adesiva. E Marina não viu nada demais nisso. É por aí o lamentável. A perda do pudor e de uma história.

Por conta de tudo isso o ex-governador de Minas, Aécio Neves da Cunha, passou de patinho feito do tucanato para o grande cisne no balé previsto para outubro deste ano. José Arruda Serra que havia alijado Aécio da disputa interna no PSDB com insinuações que o mineiro era um novo Collor, um viciado em drogas, chantageado literalmente o então governador Aécio, em jogos internos e publicamente através do seu preposto Juca Kfoury, quer a todo custo que Aécio caia de quatro e aceite ser o seu vice.

Arruda Serra, a essa altura do campeonato, descontrolado, perdendo paciência com jornalistas (não está acostumado a ouvir perguntas que lhe desagradem, a mídia paulista é toda submissa a ele), mostra-se disposto a calçar o sapato que Aécio perdeu na festa tucana. É que, como por encanto, o mineiro, de repente, virou salvador da pátria.

É pura ilusão de Arruda Serra. Aécio tem dito a vários interlocutores que se ele é tão bom assim como Arruda Serra diz, ele deveria ser o candidato a presidente.

O dilema de Aécio é esse. Pressionado por todos os lados, não sabe se sua carteira de identidade continua Aécio Neves da Cunha, ou vira Aécio Kfoury.

Se opta por ser senador e busca eleger Antônio Anastasia, atual governador de Minas, mantendo sua força no estado, ou se some na poeira do Palácio do Jaburu/jururu.

Isso partindo do pressuposto que exista um guindaste capaz de buscar Arruda Serra no fundo do mar.   

E tem um detalhe, FHC no seu desvario de faraó de araque exige participar do programa do PSDB. É que segundo ele o mundo se divide em dois momentos. Antes de FHC e depois de FHC. Esse negócio de AC e DC, antes de Cristo e depois de Cristo, na cabeça do ex-presidente, está superado.

O enviado divino é ele.

No caso de Aécio o argumento usado por Arruda Serra que Hélio Costa é o governador de Minas, futuro, pois tem mais de 50% das intenções de voto e Aécio dança na história, é fajuto. Hélio Costa é cavalo paraguaio. Larga na frente nos primeiros cem metros, cansa e se perde no restante da corrida. Foi assim por duas vezes, uma delas contra o pastel Eduardo Azeredo, o que dá para imaginar o que seja de fato o ex-ministro das Comunicações.

Uma espécie de BELO ANTÔNIO, filme da década de 60, dirigido pelo magistral Mauro Bolognini e com desempenhos notáveis de Marcelo Mastroiani e Cláudia Cardinale. Produção franco-italiana. Todas as mulheres do mundo se atiravam aos pés de Antônio, mas Antônio não conseguia correr os páreos. Dado o “start”, o galã ficava.

Hélio Costa é isso. E Aécio sabe que se levar a eleição para o segundo turno em Minas dá uma demonstração de força sem tamanho, acaba elegendo Antônio Anastasia o seu sucessor. Se comparada a eleição atual com a de Azeredo, Anastasia leva ainda uma vantagem. Tem cérebro, Azeredo tem vento no lugar de tal “peça”.

Os resultados da operação Castelo de Areia da Polícia Federal sobre recebimento de propinas por políticos no governo FHC, a lista de Furnas, complicam mais ainda a vida do ex-governador de São Paulo. Ele, só ele, em 2002, quando perdeu para Lula, recebeu doações, em caixa dois, de nove milhões de reais. O dinheiro de Furnas é dinheiro público.

O DEM não pode expor a cara, não tem nome para indicar. O indicado do partido, antigo PFL, era o ex-governador José Roberto Arruda, aquele que José Arruda Serra referia-se como sendo o segundo careca – “você vota num careca e leva dois –. Essa história terminou na cadeia e no rastro das investigações há dinheiro do governo de Brasília na campanha dos candidatos tucanos e DEMocratas nas eleições municipais de 2008 em São Paulo, tudo para reforçar o esquema.

Parece aquele negócio do super avião em vôo de estréia. O piloto se dirigindo aos mil e duzentos passageiros e comunicando as maravilhas tecnológicas. “Temos piscina, pista para corridas e caminhadas, quadra de tênis, agora se esta m... levanta vôo não sei”.

Ou a nau comemorativa de um dos aniversários da independência do Brasil isso no governo FHC. Montada com todo requinte para repetir o trajeto de Cabral ou coisa semelhante, na hora de zarpar afundou. Custou os olhos da cara, na característica de superfaturamento de qualquer governo tucano.

Qualquer coincidência do José Arruda Serra não é coincidência, é fato.

Se Aécio vai aceitar ser a Cinderela dessa história, azar dele. No conto à meia noite a carruagem volta a ser abóbora. O que Arruda Serra quer é uma carruagem que vire abóbora no dia seguinte ao da eleição, isso porque imagina que vai vencer as eleições.

Aécio entra no conto do vigário de ser o vice de um barco adernado antes de sair do porto e de um super avião que não levanta vôo.

E Minas já percebeu que Arruda Serra é anti Minas. Se o primeiro compromisso do esquema FIESP/DASLU, tucanos e DEM com participação em pontas do PPS de Roberto Freire é com o arremate dos detalhes de venda do Brasil aos EUA, o primeiro compromisso dos mineiros é com o Brasil. É diferente.

Ser Cinderela nesse rolo todo não vai levar Aécio a nenhuma princesa Diana, mas ao Palácio Jaburu/jururu.

E nem Arruda Serra tem qualquer semelhança com Diana. É com Drácula que o cara parece e como tal que o cara age. 

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