Considera o MERCOSUL um atraso, vale dizer vai trazer de volta a ALCA – ALIANÇA DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS –. Despreza qualquer possibilidade de integração latino-americana o que significa alinhamento com os Estados Unidos.
O que alem da ALCA isso pode significar? A estreita colaboração com a chamada política de combate ao “narcotráfico”, eufemismo para ocupação militar de países no mundo inteiro a partir de bases militares. A intenção dos EUA é criar uma espécie OTAN para o sul do Atlântico e o Brasil é considerado indispensável nesse processo.
Na prática, do ponto de vista dos brasileiros, isso sacramentaria o comando militar dos norte-americanos sobre as nossas “forças armadas”, a eliminação de qualquer perspectiva de um projeto Brasil de desenvolvimento em termos de transformar-se em potência política e econômica, ou seja, manter o mínimo que já existe. A privatização dos setores estratégicos da economia ainda não entregue como a PETROBRAS (significa o pré-sal). A Amazônia e a região Sul do País ambas ricas em minerais estratégicos e água, sobretudo água. O Aquífero Guarani no Sul, o quinto maior do mundo e a recém descoberta de um aquífero subterrâneo na Região Amazônica, que pode vir a ser o maior do mundo.
Já existem estudos e intenções manifestas de uma base militar dos EUA na cidade do Rio de Janeiro como ponto de partida. Quando era presidente da República o marechal Floriano Peixoto mandou dizer aos ingleses que se entrassem na baía de Guanabara com seus navios seriam recebidos a bala.
Serra, se eleito, os receberá, no caso os norte-americanos de joelhos. O general Heleno vai ser o corneteiro.
No discurso que fez quando do lançamento da candidatura Arruda Serra há cerca de uma semana, o ex-governador de Minas, Aécio Neves, deu o tom do governo. “Privatizamos o que tinha que ser privatizado”. Referia-se ao governo de Fernando Henrique Cardoso. E foi além “vamos continuar a privatizar”.
Jornais europeus revelam que o presidente dos Estados Unidos Barack Obama mandou um recado a Israel. Que desconhecesse a resolução da Comissão de Energia Nuclear da ONU que pede a países não subscritores do tratado de prescrição de armas nucleares que o façam, ou seja, subscrevam o referido documento. A resolução refere-se especificamente ao Paquistão, a Índia, a Coréia do Norte, ao Irã e a Israel.
A decisão tem um único objetivo. Reforçar a posição dos EUA junto ao Conselho de Segurança da ONU na proposta de sanções contra o Irã. Armas nucleares de aliados são toleradas e bem vindas. Armas nucleares em países que se opõem a Washington são inaceitáveis.
Os mesmos jornais mostram que Israel dispõe de submarinos com ogivas nucleares em bases militares da OTAN na Europa capazes de fugirem a qualquer radar e prontos a bombardear o Irã se for o caso.
E o governo do Irã é o terrorista.
A presença do Brasil nesse contexto imperialista montado pela nova ordem econômica ditada por Washington é indispensável e José Collor Arruda Serra é o agente designado para realizar a tarefa de integrar o País a esse processo de grande império.
A coligação que junta grandes veículos de comunicação sob controle de Washington, partidos subsidiados pelo capital estrangeiro e multinacionais que operam e controlam as grandes empresas ditas brasileiras (o esquema FIESP/DASLU), associam-se ao setor mais atrasado dentre todos, o latifúndio (liderado pela senadora Kátia Abreu, sem focinheira é letal) no objetivo único de transformar o País em mais um braço do terrorismo capitalista.
O discurso de José Collor Arruda Serra, no início de campanha, ou melhor, na pré-campanha, deixa claras as intenções das quadrilhas que o apoiam.
O problema não chega sequer a ser Dilma versus Arruda Serra. É não ser Arruda Serra.
O retrocesso é de tal ordem que se buscarmos mais à frente retomar o processo de um Brasil livre e soberano, um mínimo de cinquenta anos serão necessários para que as condições mínimas estejam recuperadas.
Um eventual governo Arruda Serra nos transformará num grande Haiti e num entreposto do capital e de forças militares estrangeiras.
Isso tem sentido se levarmos em conta que governos latino-americanos independentes e com projeto de desenvolvimento político, econômico e social que beneficiam seus povos, asseguram e garantem suas independências, são hoje o grande alvo de Washington.
Se anos atrás o discurso era o risco do comunismo, o discurso hoje é contra um suposto terrorismo. A prática dos EUA é a mesma, não mudou em nada, não importa que o presidente seja democrata ou republicano.
Na ordem econômica mundial os EUA não são uma Federação, mas uma sociedade anônima controlada pelo sionismo (grupos radicais judeus), indústria do petróleo, de armas e bancos e todo um complexo que envolve o que de mais perverso existe no mundo, inclusive aquilo que comemos, o alimento transgênico.
É uma nova Idade Média, a da tecnologia.
O Brasil, por seu peso, sua importância e seu significado seja na América Latina e hoje em todo o mundo, como consequência da política externa do governo Lula e da notável presença de um chanceler do porte de Celso Amorim, é um alvo a ser conquistado.
Neste momento na tentativa de eleger um funcionário norte-americano de nacionalidade brasileira, José Collor Arruda Serra. No futuro, na eventualidade de Arruda Serra não ser eleito (cada vez mais difícil), outras tentativas semelhantes a 1964.
É só notar as recentes declarações de alguns chefes militares ditos brasileiros
Para que se possa ter uma idéia dessa dificuldade, o partido do candidato auditou uma pesquisa do Instituto Sensus que dá empate entre ele e a candidata Dilma Roussef, anunciou queixa crime por “pesquisa com resultados falsos” e desistiu. Percebeu que nada havia de falso, ou por outra. Produziram duas pesquisas falsas, a do GLOBOPE (antigo IBOPE) e do DATA FOLHA, para tentar confundir a opinião pública e criar condições favoráveis ao conglomerado estrangeiro que que assumir o controle do Brasil.
Em breve, se prosperar todo esse processo, o novo Haiti, o Haiti do sul. Imenso, gigantesco, mas de joelhos.