E é claro, no dia da inauguração, com eventos assim tipo pescarias, gôndolas venezinas como atração maior, FHC desfilando em barco aberto (aquele que iria comemorar a independência do Brasil e naufragou antes de sair do porto). Serra vestido de marinheiro e Kassab de grumete.
Almirante não, nem pensar. Essa é a patente de FHC.
A grande lagoa não será uma obra exclusiva da dupla Serra/Kassab.
Vem lá de trás. Desde os tempos de Ademar de Barros, precursor do “rouba mas faz”. Passa por Jânio Quadros, Abreu Sodré, Paulo Maluf, Orestes Quércia, Luís Antônio Fleury, Geraldo Alckimin. Serra apenas coroa a grande obra de grandes desastres da cidade que não pode parar.
Tem estado parada sistemática e diariamente.
Não são as chuvas culpa nem de Serra e nem de Kassab. Chover choveu desde que o Big Bang. Mas é culpa do modelo o clima desregulado, o regime fora de controle e ambos simbolizam o modelo que devasta o ambiente nessa sofreguidão de progresso a qualquer preço, mesmo ao preço de vidas humanas.
É possível que Steve Spielberg queira fazer um filme sobre a lagoa. Mostrar aquele mundão de água (entre outras coisas matar carioca de inveja) e logo embaixo uma cidade inteira, intacta, mas cheia de musgos, algas, habitada por peixes das mais variadas espécies. A Fundação Ford, que emprega FHC e José Collor Serra com certeza patrocina um épico desses. Que tal “O futuro chegou”?
Se bobear o governador consegue aquele super porta-aviões que os norte-americanos estão usando no Haiti para fingir que ajudam enquanto saqueiam o país e garantem o petróleo para si.
Em sendo o caso contratam o mesmo cara que FHC contratou para construir a tal nau que faria o percurso feito por Cabral e nem no mar entrou. Afundou antes, peso das verbas pagas em dobro.
Não é de se estranhar que 57% dos paulistanos tenham o desejo, a vontade de deixar a cidade. Maluf, um espertalhão de quinta categoria, construiu um sem número de obras para acabar com as cheias durante o período das chuvas. Quando as chuvas caem as obras superfaturadas de Maluf são as primeiras e encher. Deve ter pensando em tanques para armazenar água da chuva.
José Collor Serra e seu grumete Gilberto Kassab já trabalham meio que despistado. Buraco do metrô, queda de um viaduto aqui, um contrato com a editora ABRIL para espalhar VEJA por todas as escolas (VEJA é uma espécie de óculos que você não enxerga nada, mas recebe a mentira absoluta em forma de verdade) e a turma da FOLHA DE SÃO PAULO trabalhando duro na confecção de infográficos para que você entenda melhor toda aquela parafernália FIESP/DASLU.
O ESTADO DE SÃO PAULO, o velho ESTADÃO, cumpre outro papel. Não chegou ainda à idade dos infográficos, continua tentando compreender a proclamação da República e querendo saber o que foi feito de D. Pedro II. Sem falar no estado de choque com a decisão da princesa Isabel de abolir a escravidão. Não se recuperaram do despautério de Sua Alteza.
Em todo caso tem a rede BANDEIRANTES, sob controle do governador José Collor Serra. Um dos herdeiros. E a GLOBO né? Bial vai transmitir uma eliminação da casa do BBB no meio da lagoa. Polegar para cima, polegar para baixo,vivas aos meus heróis.
Vai aparecer um cara gritando no horário da tarde que lugar de “vagabundo” é na cadeia e vai ser preciso um assessor explicar a Serra que não é nada com ele, que pode ficar tranqüilo, afinal Gilmar Mendes ainda é o presidente do STF DANTAS INCORPORATION LTD e a Fundação Ford paga todas as despesas se for o caso.
Paulo Stack, presidente do complexo mafioso FIESP/DASLU, responsável por um milhão de assinaturas de “banguelas” contra a CPMF, vai ficar encarregado dos arranjos de privatização dos direitos de navegação na grande lagoa. A expressão “banguela” foi cunhada pelo grande bandeirante quando o senador Artur Virgílio reclamou que precisava de povo para pressionar o Senado a acabar com a CPMF.
Aí, pegou os camelôs e distintos familiares da capital, a grande lagoa, com a promessa que não seriam incomodados e os transformou em brasileiros de norte a sul.
Dubai vai virar subúrbio do mundo perto da grande lagoa.
Todas as concorrências serão vencidas por Ermírio de Moraes, paladino da predação ambiental e do trabalho escravo e se Obama não quiser ou não puder comparecer à inauguração da grande lagoa, é possível que tragam Sharon Stone.
No auge dos acontecimentos, a moça desce numa cadeira, num helicóptero, no centro da lagoa e dá uma cruzada nas pernas, assim tipo aquela em acho que INSTINTO ASSASSINO e pronto.
A banda vai tocar a música que serviu a Ademar de Barros em sua campanha presidencial de 1960. “Para a frente e para o alto, na direção do Planalto”. Ou a “vassourinha”, que Jânio tomou emprestado, mas não varreu a maldita pinga.
Pobre Brasil.
Para facilitar a compreensão de mortais comuns, além do inglês, língua oficial do PSDB, dos tucanos, vão colocar legendas em português nas transmissões dos eventos.
José Roberto Arruda, governador DEMocrata de Brasília, vai fazer a oração de agradecimento pela propina de todos os dias e vai repetir que no seu governo “copiei muitas coisas do governador José Collor Serra”.
Pois é então, o governador José Collor Serra adentra a lagoa resplandecente, cercado de sapos e cositas más, proclamando que o “que é bom é para ser copiado”.
Estamos ferrados. Mais ferrada vai estar Itu. A maior lagoa do mundo não vai ser lá. Sabe o serviço de pedalinhos, diversão para o público? Vão dar a concessão a Paulo Maluf.
Quércia vai tomar conta do Farol de Alexandria, uma das maravilhas do mundo reconstruído sob a forma de FHC. Ao lado da pirâmide do faraó/múmia. Maior que aquela que Mitterand construiu para adornar o Louvre.
O slogan para o novo paraíso vai ser – “fuja do shopping e do aeroporto, venha desfrutar da grande lagoa e suas maravilhas”.
Resta saber quem vai ficar controlando a pizza.