"BRIGA DE EGOS" - "REPÚBLICA DE BANANAS"

A jornalista Lúcia Hipólito disse no programa STUDIO UM da GLOBONEWS que no Haiti acontece uma “briga de egos” entre o governo do Brasil e o governo dos Estados Unidos. Segundo a senhora em questão os “americanos sabem fazer uma coisa, os brasileiros outras e, portanto, deveriam deixar os egos de lado e cada qual fazer o que sabe”.

Já o jornal DER SPIEGEL, alemão, diz que “EUA, França e Brasil brigam pelo domínio do Haiti”. E relata o protesto formal e oficial dos governos brasileiro e francês contra a ocupação do aeroporto de Porto Príncipe por forças militares dos Estados Unidos. Foi feito junto a ONU, pois, em tese, lá estão em nome da ONU.
 
Lúcia Hipólito, no mesmo programa, contando a “história” do Haiti, disse que o país é conhecido como “república de bananas”, fazendo menção a ditaduras “cruéis” e aos países da América Central que ficaram conhecidos assim. Aí, falou “como no tempo de Zelaya”.
 
Carsten Volkery é quem assina o artigo sobre o que Lúcia Hipólito chama de “briga de egos” e afirma que o governo do Haiti acompanha a disputa “desfalecido”. O jornal cita também que militares norte-americanos dispersaram manifestantes que protestavam contra a ocupação do aeroporto. Manifestantes haitianos, diga-se de passagem.
 
Lúcia Hipólito quase alçou vôo ao falar do poderio tecnológico e militar dos EUA e das vantagens da “ajuda” do governo Obama. Em seu entendimento os norte-americanos são capazes de fazer o que o Brasil não é capaz. Os brasileiros, na versão da referida senhora, sabem é conversar e conter a população, a revolta e o desespero da população.
 
No artigo no DER SPIEGEL Carsten Volkery afirma que o Brasil pensa o Haiti como um projeto latino-americano, a recuperação e reconstrução do país e os norte-americanos pensam o Haiti como quintal. A França pensa o Haiti mais ou menos como pensa o Brasil.
 
No final da semana passada durante a apresentação de um dos jornais da rádio CBN, sistema GLOBO, o apresentador chamou Lúcia Hipólito para falar sobre o Projeto Nacional de Direitos Humanos do governo Lula. A moça apareceu na telinha da CBN na rede mundial de computadores e tentou articular alguma coisa. Não conseguiu nada, estava bêbada e o apresentador do jornal cortou-a dizendo que “mais tarde voltaremos a fazer contato com Lúcia Hipólito”.
 
O estar bêbada é problema dela, o apresentar-se bêbada num programa que tenta exibir-se como um dos porta vozes da verdade absoluta é outra história. Lúcia Hipólito foi chamada pelo apresentador do jornal da CBN com a tarefa de criticar o projeto do governo Lula sobre direitos humanos.
 
No programa da GLOBONEWS fica evidente a presteza do modelo em tentar refazer a imagem da jornalista, uma espécie de Miriam Leitão em um grau menor (importância dentro do próprio sistema, regra três como se diz no futebol, reserva).
 
E mais uma vez a jornalista mostra o mau caráter que é marca registrada e independe de estar bêbada ou não.
 
Ao citar “guerra de egos” tenta deslocar o eixo da discussão para um fato menor. É partidária (e paga por eles) dos norte-americanos e não poderia tomar partido no assunto. Os egos no caso seriam os brasileiros. Apontados por ela, imediatamente, como “incapazes” de determinadas funções tão importantes ao Haiti em meio à devastação do país.
 
Ao citar ditaduras e en passant o nome do ex-presidente de Honduras Manuel Zelaya como “ditador” de uma república de bananas, dá um recado de martelar essa conversa mentirosa sistematicamente, esquecida que foi exatamente por ter contrariado os donos dos bananais (latifundiários hondurenhos e empresas dos EUA) que Zelaya foi deposto. Presidente eleito pelo voto direto e deposto num golpe tramado em Washington e executado pelos militares hondurenhos com a cumplicidade das elites daquele país.
 
Ou seja, os donos dos bananais deram uma banana para a democracia e o povo hondurenho e na versão de Lúcia Hipólito, Zelaya é “ditador”.
 
Chega a ser inacreditável a cara de pau dessa gente. Dessa vez bêbada não estava. Lúcida, bem maquiada, bola levantada pela apresentadora do programa, mais dois ou três entrevistados para servir de coadjuvante ao show e pronto.
 
“Guerra de egos” e Zelaya “ditador”.
 
Faz de conta que em Honduras, onde permanece a resistência e a luta popular contra o golpe, os donos dos bananais foram expulsos e o povo tomou conta do que é seu. Só faz de conta, a verdade é o contrário. Numa eleição “marota”, um dos donos foi “eleito” presidente.
 
A ferro e fogo.
 
Como antes a GLOBO foi uma das defensoras da presença de tropas brasileiras no Haiti e não contava com um terremoto, nem com essa “disputa”, neste momento fica difícil criticar a presença brasileira e vai daí que surge essa desavergonhada explicação de Lúcia Hipólito. Os americanos sabem fazer algumas coisas e os brasileiros outras, vai daí que cada um faz o que sabe.
 
E o povo do Haiti? No dia seguinte ao terremoto a jornalista havia dito que a culpa era do presidente René Préval. Mais ou menos como aquele pastor norte-americano que atribuiu o terremoto a um pacto entre haitianos e o demônio.
 
O que “guerra de egos” quer dizer e o entendimento que Lúcia Hipólito tem disso, é simples. Os brasileiros ficam por lá como carregadores de macas. Ajudam a descarregar os caminhões e aviões norte-americanos. O que ela quis dizer com cada um faz o que sabe foi isso.
 
E colocá-la no programa após o incidente do jornal da CBN é uma estratégia simples para tentar recuperar a imagem da jornalista, já que afinal, nem tantas pessoas assim viram a patética tentativa de Lúcia Hipólito, no jornal da CBN, de articular alguma coisa conseqüente, mas as imagens disseminadas à larga.
 
E quando articula, é tão somente esse monte de asneiras encomendadas para parecer que tem alguma opinião, além da opinião daqueles que lhe pagam.
 
O que tem de importante nisso?
 
É simples, a grande mídia é isso. Uma farsa, uma grande mentira. Por trás de “guerra de egos” e “ditador”, epíteto atribuído a Zelaya, invertendo a ordem das coisas, dos fatos, existe o projeto maior de mentir ao ouvinte da rádio, ao telespectador do programa da GLOBONEWS, tudo dentro do script dos donos.
 
E mentir em tudo. Seja o poderoso chefão William Bonner, o empregado de Gilmar Mendes, Eraldo Pereira, ou os dois pontas de lança do esquema, Alexandre Garcia e Miriam Leitão.
 
Lúcia Hipólito é do segundo time, mas joga esse jogo perverso de desinformação.
 
E um detalhe. Se morrem cem ou duzentos isso é simplesmente isso mesmo, detalhe. Importante é deixar os norte-americanos fazer o que sabem.
 
Todos sabemos o que eles sabem fazer. 
 
Esqueceram de combinar com o DER SPIEGEL.
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