Segundo o entendimento de Caiado, um dos porta-vozes do latifúndio e dos escravagistas no Brasil, Lula “induziu” o povo a acreditar que as propostas do seu governo são o bem e o Congresso pode vir a ser o mal.
Quer que o presidente da Câmara Michel Temer convoque uma rede nacional de rádio e tevê para explicar que a Câmara dos Deputados é a “casa dos debates” e tem legitimidade para discutir e aceitar ou não as propostas do governo Lula.
Por trás do chilique de Ronaldo Caiado, o desespero das grandes empresas estrangeiras de não estarem, neste momento, conseguindo se apoderar do petróleo descoberto no Brasil e que torna o País um dos grandes produtores mundiais do chamado ouro negro.
Esse desespero já foi manifesto por José Serra, governador de São Paulo e candidato dos EUA e das grandes empresas e bancos a presidência da República, nas eleições de 2010. Logo que tomou conhecimento dos projetos propostos pelo governo Lula tranqüilizou seus patrões dizendo que tudo isso pode ser revisto no futuro e por medida provisória. Ou seja, dizendo que, eleito, entrega o pré-sal inteiro.
Não se trata de discutir os projetos enviados pelo governo. Só de marcar os campos. Elites econômicas que controlam a maioria dos deputados não se conformam que o pré-sal não vá parar em mãos das companhias que financiam suas campanhas.
Caiado está nesse meio.
A hipótese que o Brasil possa ter perspectivas futuras por suas próprias pernas significa menos poder e menos “negócios” para gente do tipo Caiado.
Do ponto de vista institucional o Congresso tem legitimidade sim para discutir qualquer assunto que diga respeito ao País e dentro dos limites de sua competência fixada pela Constituição. Do ponto de vista ético, falando em ética da dignidade, do caráter na condução desses debates, poucos deputados o tem. Os sucessivos escândalos desqualificaram boa parte de deputados e senadores e claro ficou que tipo de interesses representam.
O que o deputado Ronaldo Caiado não sabe, está acostumado com escravos em seus latifúndios, é que é legítima a pressão popular, ao contrário das pressões das empresas interessadas em levar o patrimônio público e as riquezas do País.
Neste momento, Fernando Henrique Cardoso, cuja máscara caiu com a revelação de documentos oficiais que foi financiado pela CIA e fundações privadas dos EUA, não é o presidente, por conseqüência, não há distribuição de verbas públicas para comprar nenhum deputado (como no caso da emenda da reeleição) e nem um processo de privatização de empresas estatais de importância estratégica para o futuro do Brasil.
E de uma legitimidade espantosa a pressão popular. O povo não compra deputados e senadores como o fazem as empresas. É a legitimidade lato senso.
A discussão do pré-sal transcende aos projetos do governo Lula. Teria que estar sendo feita em todo o País, em cada escola, cada praça. Revelado o inteiro teor das pressões internacionais para se apoderar da riqueza nacional. Mostrar com exatidão o que pode significar o pré-sal em termos de conquistas para a saúde, a educação, para o bem estar de cada brasileiro e isso não passa pela cabeça de Ronaldo Caiado ou qualquer DEMocrata ou tucano, pelo simples fato que não pensam o Brasil, pensam o que mandam as empresas e grupos internacionais.
A legitimidade que Caiado reclama e proclama não está na letra constitucional tão somente. Está na podridão que envolve o Congresso Nacional e aí desaparece nesse meio sórdido em que alguns se mantêm dignos e íntegros.
O que Caiado não sabe é que acima de qualquer legitimidade, num institucional falido, está a legitimidade do cidadão.
E nem pode saber. É deputado de mandato comprado pelo poder econômico e representa interesses tacanhos de um latifúndio a serviço de elites internacionais.
Que tal medir o grau de legitimidade de alguns deputados? Na verdade, de muitos deputados?
A GLOBO, empresa a serviço desses mesmos interesses, não tocou no assunto FHC e documentos que revelam ser o ex-presidente agente estrangeiro.
Que legitimidade é essa que esconde do povo fato dessa relevância?
Lula não fez nada demais ao pedir aos brasileiros que pressionem o Congresso. Lula fez o que deveria ter sido feito desde o primeiro dia de governo. Se assim o fosse não teríamos mais nem gente como Caiado, nem gente como Sarney.