O professor Henry Louis Gates foi detido em sua residência e uma avalanche de protestos surgiu em todo o país, onde a questão racial é ainda tabu. O episódio ganhou essa projeção à medida que o professor reagiu à prisão e entidades de movimentos negros protestaram contra o que classificaram de práticas policiais racistas.
A reação de Obama ocorreu no instante que soube do episódio. Hoje, sexta-feira, o presidente pediu desculpas por ter usado a expressão “estúpida.” Segundo disse houve uma ação exagerada da polícia e “exagerada também foi a reação de Gates”. O professor, já liberado, acabou detido por “perturbar a ordem pública”. Eufemismo por reagir a prisão ilegal.
O “presidente” conversou ao vivo por telefone com o sargento Crowley, do Departamento de Polícia de Cambridge e “lamentou” ter contribuído com sua declaração para a polêmica. Obama disse ainda que no episódio se viram envolvidas “duas boas pessoas”. “Com a escolha de minhas palavras, acho que, infelizmente, dei a impressão que estava difamando o Departamento de Polícia de Cambridge ou o sargento Crowley”.
Barak Obama atenuou seu pedido de desculpas sugerindo maior reflexão nas questões que envolvam negros e polícia, para “para melhorar as relações entre os policiais e as comunidades minoritárias e que, em vez de lançar acusações, todos sejam um pouco mais reflexivo”. Uma no cravo, outra na ferradura.
O que o “presidente” não disse é que grupos radicais de direita fizeram chover críticas a ele, acusando-o de atrapalhar e interferir no trabalho de “manutenção da lei”. Essa prática de acuar Obama tem sido usada desde o primeiro momento do seu governo e outra coisa não tem sido feita por ele que não desculpar-se, colocar panos quentes e evitar conflitos.
Com isso, todo o aparato de inteligência, militar e policial dos EUA agem interna e externamente sob o controle de grupos ligados aos republicanos e com participação direta do ex-vice-presidente Dick Chaney e do senador John MaCain, candidato derrotado por Obama nas eleições do ano passado.
Vários assessores de Obama consideraram um erro a nomeação de Hilary Clinton para o Departamento de Estado (equivalente ao Ministério das Relações Exteriores), exatamente por enxergar em Hilary um perfil democrata diferente do de Obama e propensa às políticas golpistas e intervencionistas do governo passado. Mesmo sob o disfarce do discurso democrático. Bush também falava a mesma coisa.
Não é a primeira vez que a expressão se transforma em polêmica nacional. No debate entre Bil Clinton e George Bush pai, em 1992, o democrata consolidou sua posição de vantagem nas pesquisas ao responder assim a uma explicação do adversário que tentava a reeleição e justificava dificuldades de seu governo – “é economia seu estúpido, você não entende nada, é economia” –.
Obama parece não ter aprendido com o marido de Hilary que republicanos são estúpidos e democratas são solertes.
Como ele não é uma coisa e nem outra e segundo alguns norte-americanos nem no país nasceu, acaba sendo apenas um show que dia a dia vai perdendo platéia.
O presidente constitucional de Honduras Manuel Zelaya entrou hoje em território de seu país a partir da fronteira com a Nicarágua. Zelaya permaneceu duas horas em Honduras, tempo suficiente para que manifestantes favoráveis à sua volta fossem duramente reprimidos pelas forças armadas. Primeiro com bombas de gás lacrimogêneo e em seguida com disparos feitos a esmo, o que causou vítimas ainda em número não determinado. A TELESUR transmitiu ao vivo toda a permanência de Zelaya em Honduras e mostrou a ação das forças golpistas.
Hilary Clinton, que tem tido conduta dúbia em relação ao golpe condenado pelo suposto presidente dos EUA, classificou de “imprudente a decisão de Zelaya”. O presidente da Bolívia, Evo Morales, em encontro público disse que os norte-americanos têm soldados em Honduras e bastaria um desejo efetivo e real do governo daquele país para que os golpistas fossem afastados e a democracia restabelecida.
Mas não há. Os golpistas reprimiram duramente a marcha que ia ao encontro de Zelaya. liderada por sua mulher e filha e garantiram a marcha de simpatizantes do golpe, muitos dos quais, empregados de empresas norte-americanas que atuam em Honduras, obrigados a comparecer ao evento, em Tegucigalpa, sob pena de perderem o dia de trabalho.
As bombas de gás lacrimogêneo foram disparadas do interior de ambulâncias, bem ao estilo de militares patriotas e nacionalistas e os tiros saíram das armas de franco atiradores postados em pontos estratégicos.
O golpe em Honduras tomou proporções gigantescas pela percepção que os Estados Unidos real, não o de Obama, está por trás da ação dos militares e o governo de fato, o de McCain e Chaney pretende ampliar esse tipo de ação contra governos independentes como o da Nicarágua, de El Salvador, da Venezuela, Bolívia, Equador e Paraguai, além de tentar obter o controle total do Brasil, país chave no processo latino-americano com a eleição de José Serra, governador de São Paulo, em 2010.
O cuidado da grande mídia controlada pelos grupos empresariais aliados a Washington real – não a de Obama – em não noticiar inteiramente o que ocorre em Honduras, a barbárie e a violência de militares e policiais. O comportamento da secretária de Estado Hilary Clinton e o nó que o “presidente” dos EUA irreal deu em si próprio ao esquecer o papel que representou em toda a sua campanha, todos esses fatores, somados a ação política do governo de Israel, estado terrorista que executa os trabalhos sujos repassados pela CIA completam a necessidade urgente de tirar o império do declínio dos últimos anos.
Boçalidade é a palavra para qualificar o que Obama sem conseguir controlar-se e chamou de “estúpida”. Mas logo o “presidente” foi advertido pelo diretor do show, recuou e consertou o “estrago”. Nos EUA, um sargento vale mais que “El Negrito”, que é como o ministro das relações exteriores do governo golpista de Honduras se refere a Obama, provocando gargalhadas no complexo Wall Street/Washington que forma os EUA.
Cuidado, quando você acordar pode perceber que é apenas um inseto diante de todo esse aparato espetaculoso, onde o grande problema hoje é onde está o nariz de Michael Jackson. Ou a alta médica do Faustão. Trinta e três pessoas morreram no Brasil de gripe suína. As Granjas Carroll, empresa norte-americana “expulsa” dos EUA e que opera no México, responsável pela contaminação de humanos continua operando nas mesmas condições. Já os laboratórios que produzem panacéias para criar o pânico e o medo permanecem vendendo.
Ah! As Granjas Carrol não foram propriamente expulsas. É que o acordo de livre comércio (o mesmo que EUA e Israel querem fazer com o Brasil) entre o México, o Canadá e os Estados Unidos, permite à empresa operar no primo pobre.
É como o lixo que o Reino Unido – nome pomposo – enviou para o Brasil disfarçado de outras coisas.
Honduras é aqui também. O que varia são as formas de ação. Ora areia, ora vaselina.
Com certeza se a culpa não for do delegado Protógenes Queiroz ou do Irã não é de mais ninguém. São os “vilões” preferidos aqui dentro e lá fora.