OU CHAMEM O gilmar mendes
Uma delegacia de Polícia de uma cidade mineira com cerca de 60 mil habitantes está prestes a se transformar num dos pólos irradiadores de cultura e formação no processo de entrada do Brasil no século XXI. Conselho de Segurança das Nações Unidas como membro permanente com direito a veto e, ainda, G-8, grupo dos países mais ricos do mundo, tudo levando-se em conta os fantásticos efeitos produzidos pela edificante produção televisiva conhecida como big brother brasil, sob a égide da rede globo e a batuta do cafetão pedro bial.Júlio Verne anteviu o submarino em seu notável “20 mil léguas submarinas”, as viagens espaciais em sua “viagem à lua”, mas não imaginou que boninho, especialista em estilingadas de ovos podres em moças de conduta duvidosa pudesse vir a se transformar no grande revolucionário dos costumes em pleno século XXI, logo no início do terceiro milênio. Acredito que, em breve, especialistas do mundo inteiro estarão acorrendo às Minas Gerais para estudarem o fenômeno e teorizarem acerca dos acontecimentos, tudo para que possamos ter uma cadeira sobre o bbb-9 na unipac, universidade montada pelos andradas para tomar dinheiro de incautos.
O fato é até simples diante sua grandiosidade. Moça de bons costumes, mãe de três filhos, casinha modesta, trabalhadora do comércio – lanchonete – telespectadora assídua das “aulas” de modernidade do bbb-9, decidiu-se demitir-se do emprego e com o dinheirinho recebido, em companhia de outras duas amigas, montou um bbb particular numa pequena casa nos arredores da cidade. Como não houvesse condições de dispor de uma piscina, os bailes à fantasia eram feitos no ribeirão dos fundos mesmo. Poluição por poluição william bonner aparece todos os dias na telinha lendo mentiras.
Inspirado no esquema bbb decoraram dentro dos recursos disponíveis – não conseguiriam o patrocínio de companhias telefônicas, bancos, etc – e o dito programa funcionava das nove horas da manhã até às 18 horas. Uma criação de frangos ao redor da casinha servia de pretexto para evitar a presença de fãs mais ardorosos.
Vai daí que as heroínas passaram a receber, no horário marcado, quatro cavalheiros por dia, com direito a usufruir dos jogos e brincadeiras do programa, inclusive das distintas moças. Como não podia deixar de ser logo a notícia espalhou-se pela cidade. Quem participou do bbb deu conta da módica quantia para o ingresso na “casa”, cem reais e mais dez reais pelo almoço e dez por um lanche à hora da saída, no velho instinto de solidariedade do ser humano, socializando o “programa”. E na primeira semana já deu para comprar alguns edredons.
De quebra, sem aquela trabalheira toda de tarefas difíceis, já que a arrumação da casa após o curso das atrações ficava por conta das três sisters.
No meio do caminho tem sempre uma pedra, é um poema de Carlos Drumond de Andrade. E a pedra materializou-se no marido de uma das sisters, justo a da lanchonete.
Resultado previsível. Grossa pancadaria, o clássico “teje preso”, todo mundo levado de “rapa” para as repartições policiais e uma trabalheira para ouvir as versões dos participantes do “programa”. Flagrante delito.
As moças foram claras e sucintas – “se não tevê pode por que a gente não? Tem mulher e homem casado lá dentro! – Os cavalheiros, à exceção do marido injuriado se explicaram o quanto puderam, do jeito que puderam, os casados pisando em ovos e os solteiros pouco se lixando para o que viesse a acontecer.
Exaltado e sem perceber o alcance sócio-cultural do evento, a sua importância financeira, econômica, a revolução que se produzia nos costumes da cidade, o marido só se calou quando tomou conhecimento que a tevê de plasma novinha em folha, foi comprada numa das casas bahia da vida, essas que extorquem dizendo estar liquidando e pululam por aí, com os lucros auferidos no bbb do mato como ficou registrado o programa e ao ouvir ameaças sobre segredos inconvenientes de alcova. De qualquer forma anunciou que pediria o divórcio, coisa muito comum no meio “artístico”.
Chegamos ao fim? Nada disso. Diante de um delegado atônito, sem saber o que fazer, tentando arranjar um jeito de apaziguar os ânimos, ficar livre daquele pessoal todo, ainda viu e ouviu os gritos da sister original avançando para cima do cara metade aos berros de “sem vergonha, não pode ter uma chance que corre atrás de mulher. A gente estava só brincando de big brother”.
O governador do estado norte-americano de new york decidiu criar uma taxa que chamam de i-pod, que, entre outras coisas, aumenta o valor dos impostos pagos pelos freqüentadores de clube de nudismo, compradores de filmes pornográficos. David Peterson quer que os produtores desse tipo de material paguem impostos mais altos para salvar a debacle dos cofres públicos (emprestou-se muito dinheiro a bancos, montadoras de automóveis, etc), mas quer ao mesmo tempo criar fórmulas de estímulo a esse tipo de consumidor, evitando retração no mercado e consequentemente o desemprego.
A idéia está se espalhando pelos eua inteiro e já chegou ao texas, terra de george bush. Lá vai se chamar, não me perguntem a razão, de “imposto do poste.” tennessee e kansas vão seguir o exemplo de new york e do texas e no estado da califórnia, governado pelo “exterminador do futuro” Arnold Shwarzenneger, o deputado Charles Calderón, desde 2008, quer um aumento de 25% nos impostos sobre produção, distribuição e venda no varejo, downloads de internet e atuações ao vivo que estejam relacionadas com a pornografia, segundo ele, que é presidente do Comitê responsável pelas finanças do estado, para “oxigenar os cofres californianos”. Tem o aval do comitê pela moral e bons costumes da general motors, ford, chrysler, city bank, morgan, israel, etc, etc.
A sister Ana Carolina, num momento de crise – outro tipo – dentro da casa original, a comandada por boninho, bial e produzida pela família marinho defensora da marcha da família com Deus e pela liberdade em tempos idos – resultou na ditadura militar que o marrom folha de são paulo chama de ditabranda –, foi taxativa ao definir o caráter do “negócio” – aqui dentro a pessoa te sorri querendo te apunhalar pelas costas” –. E foi mais além – “estou cansada de falsidade” –. Aguarda-se um infográfico da folha de são paulo sobre a matéria e comentários dos muitos especialistas do amontoado de sandices que circula diariamente em São Paulo e boa parte do Brasil apropriando-se da denominação jornal.
Uma das grandes frias que a mídia já entrou. Achar que papel impresso é jornal. É só modelo fiesp/daslu/psdb/dem, sob a batuta do rufião fhc doido para emplacar o segurança do bordel no governo do Brasil, o tal josé serra.
Mas, voltando à vaca fria, depois de muito disse me disse, sua excelência o delegado achou que o assunto deveria ser resolvido entre as famílias presentes ao evento bbb do mato, a despeito de algum tipo de crime por lá existir, não especificou, queria é ficar livre do bolo, do rolo. E ainda teve que ouvir o seguinte da sister original – “deixa de ser fresco, num tem aquele cara lá de Brasília que solta todo mundo, aposto que seu eu pedir ele me solta” – É desnecessário dizer que a sister em questão referia-se ao stf dantas incorporation ltd, a seu presidente gilmar mendes, ou se quiserem, à versão do judiciário para o bbb.
Acabou todo mundo solto e o marido da sister foi para casa ouvindo o epíteto “sem vergonha”, “vive correndo atrás de vagabunda”.
Ah! Segundo o porta-voz da turma da califórnia, um aumento de impostos da ordem de 25% geraria uma série de falência, desemprego em níveis assustadores no setor e um número cada vez maior de moças nas ruas. Deve ser por isso que no texas chamam de “imposto do poste”. Mercadoria exposta à luz. Ou sob a luz.
Levando em conta que a turma de edir, o macedo, salva todo mundo, opera nos eua com aval do governo dos eua, em franca colaboração com a cia e outros órgãos defensores do capitalismo e da democracia, vai tudo acabar num grande dízimo.
Não se tem notícia sobre se aécio neves – levado por um guia evidente, não conhece Minas – apareceu por lá para tirar fotos ao lado das sisters. Num deve ter dado tempo. E nem jeito houve, gente simplória, para informar a um marqueteiro a tempo de promover um desfile com ingrid betancourt vendendo produtos de beleza sobre como sair linda depois de anos de seqüestro, malária, hepatite, mãos amarradas, etc, etc e ainda concorrer ao prêmio Nobel da paz