Trabalhadores na Ásia. Foto: OIT.
Só no ano passado, 4,2 milhões de pessoas ficaram sem trabalho; relatório destaca recuperação da América Latina, mas trabalho informal ainda é problema.
Após dois anos consecutivos de queda, o desemprego global voltou a crescer em 2012 e a tendência poderá continuar neste ano. O alerta está em novo relatório da Organização Internacional do Trabalho, OIT.
Só no ano passado, 4,2 milhões ficaram desempregados no mundo, o que levou o total de pessoas sem trabalho para 197 milhões. O documento “Tendências do Emprego Global 2013″ destaca que a taxa de desemprego está a 5,9%.
Mercado de Trabalho
O diretor adjunto da OIT em Nova York, Vinícius Pinheiro, explica os motivos que ditaram o aumento do desemprego.
“Claramente é a desaceleração econômica global, principalmente nos países mais avançados. É importante notar que isso reflete somente a ponta do iceberg. Um outro dado impressionante do relatório é que 39 milhões de pessoas deixaram o mercado de trabalho. Isso quer dizer que eles estiveram procurando emprego por um bom tempo e depois ficaram desestimulados, ficaram desencorajados e já nem sequer fazem parte da estatística. Essa é uma péssima notícia para o mundo, que pode ser atribuída principalmente à desaceleração econômica global.”
Informalidade
O relatório da OIT confirma o aumento da classe média trabalhadora em países emergentes. Entretanto, o poder de compra dessas pessoas ainda não é suficiente para compensar o baixo crescimento dos países desenvolvidos.
De acordo com Vinícius Pinheiro, apesar dos bons resultados na América Latina e Caribe, o emprego informal é um problema na região.
“Em 2012, na América Latina o desemprego foi reduzido para 6,6%, uma redução expressiva em relação aos 7,8% de 2009, justamente após a crise. Mas tanto na América Latina quanto na Ásia e na África Subsaariana, um grande problema continua sendo a informalidade. Há uma diminuição do desemprego, mas a qualidade do emprego é questionável. São empregos que não propiciam acesso à seguridade social e não estão protegidos pelas leis do trabalho.”
Jovens
A OIT prevê ainda que a recuperação econômica global não seja forte suficiente para que haja uma queda rápida no desemprego. O número de pessoas que buscam trabalho deverá chegar a 210 milhões nos próximos cinco anos.
A situação continua difícil para os jovens: são quase 74 milhões sem trabalho, entre aqueles com 15 a 24 anos de idade. Uma preocupação especial da OIT é com o desemprego a longo prazo. Quase 35% dos jovens sem trabalho nas economias avançadas está nesta situação por seis meses ou mais.
* Publicado originalmente no site Rádio ONU.
(Rádio ONU)