Cerca de 85% do lixo produzido na região vem do consumo interno. Foto: marcbraz
A África Ocidental enfrenta um aumento significativo do desperdício de equipamentos eletrônicos. Esses aparelhos apresentam riscos sanitários e ambientais preocupantes, mas podem servir para acelerar a economia africana se houver uma gestão sustentável, conforme recomenda um relatório da ONU lançado na última sexta-feira (10).
O estudo Onde está o desperdício de equipamentos eletroeletrônicos na África? avaliou a situação por dois anos em cinco países: Benin, Costa do Marfim, Gana, Libéria e Nigéria, e descobriu que eles produziram entre 650 mil e 1 milhão de toneladas de lixo eletrônico por ano, com potencial impacto negativo para o meio ambiente e a saúde.
Cerca de 85% do lixo produzido na região vem do consumo interno. Porém, o relatório ressaltou que o problema é agravado pelos países industrializados que importam equipamentos usados que muitas vezes acabam sendo descartados por não poderem mais ser reutilizados. O Reino Unido é o país que mais exporta seus excedentes usados ou novos para a África, sendo seguido pela França e Alemanha.
O Diretor Executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner ressaltou que o relatório fornece várias estratégias para limitar os danos, criando oportunidades econômicas, algo que é crucial para a sustentabilidade no longo prazo. ”Podemos acelerar as economias africanas, gerando empregos decentes e protegendo o meio ambiente, se apoiarmos a gestão sustentável do lixo eletrônico e a recuperação dos metais valiosos e outros recursos presos dentro desses equipamentos que acabam virando lixo eletrônico”
* Publicado originalmente no site da ONU Brasil e retirado do site EcoD.