Para conter a alta no preço dos combustíveis que vem assolando os norte-americanos, o presidente Barack Obama apresentou medidas que podem provocar protestos de grupos ambientais e empresas de energias renováveis. No último final de semana, o presidente norte-americano anunciou novos planos para estimular a produção de petróleo nos Estados Unidos.
Obama afirmou que a administração deve estabelecer meios para acelerar a permissão da extração de petróleo, lançando leilões anuais de arrendamento para a Reserva Nacional de Petróleo do Alasca e para o Golfo do México. Além disso, o governo pretende criar novos incentivos para encorajar as petrolíferas a explorarem locais já arrendados por elas.
O presidente garantiu que a Casa Branca vai apressar uma análise sobre o impacto da exploração de petróleo na costa atlântica. "Estou dirigindo o Departamento do Interior para conduzir as vendas anuais de arrendamentos na Reserva Nacional de Petróleo no Alasca, respeitando os pontos sensíveis, e acelerar a avaliação de reservas de petróleo e gás no meio do e no Sul do Atlântico", afirmou ele em um discurso.
De certa forma, a decisão pode ser considerada uma vitória dos republicanos, que vêm pressionando o governo para aumentar a produção de petróleo nos Estados Unidos para combater a alta nos preços dos combustíveis. Recentemente, a oposição apresentou três novos projetos de lei para gerar um ‘afrouxamento' na regulamentação de extração de petróleo.
Com a declaração de Obama, as preocupações de que ele não conseguirá desenvolver propostas para energias renováveis, e terá dificuldades para desenvolver planos para anular a redução fiscal da indústria petrolífera, crescem ainda mais. O presidente, inclusive, sugeriu que alguns dos tópicos dos projetos de lei dos republicanos poderiam ser incluídos nos novos planos da Casa Branca.
Obama declarou que as propostas "fazem muito sentido" e que "acredita que se deva expandir a produção de petróleo nos Estados Unidos, também melhorando os padrões de segurança ambiental". O presidente assegurou, porém, que a revogação da redução fiscal para a indústria petrolífera deve ser colocada em caráter de urgência.
"Nos últimos meses, as maiores empresas de petróleo tiveram cerca de US$ 4 bilhões de lucro a cada semana. E ainda assim, elas ganham US$ 4 bilhões em subsídios a cada ano. US$ 4 bilhões em uma época em que os americanos mal podem encher seus tanques. US$ 4 bilhões em uma época em que nós estamos tentando reduzir nosso déficit".
Contudo, a oposição republicana deve atrapalhar os planos de Obama e dos democratas. O projeto de lei que prevê a anulação da redução fiscal das petrolíferas, por exemplo, não deve passar no senado, e a legislação criada para exigir que 80% da energia dos Estados Unidos venha de energias renováveis até 2035 deve penar para ser aprovada.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.