Ontem, Ali Abunima (avinunu) twitou o seguinte:
“As revoluções árabes queriam ser meios para*diminuir* não para *aumentar* a intervenção, a penetração imperial na região”.
Hoje, Angry Arab escreveu o seguinte sobre a onda de contrarrevolução que cresce em todo o mundo árabe:
“Vou escrever sobre como começou essa imunda contrarrevolução.
Acho que a Arábia Saudita (com apoio de Israel) decidiu fazer abortar, ou capturar, os levantes árabes. Começou logo depois da queda de Mubarak, quando as relações entre a Arábia Saudita e os EUA complicaram-se, porque a Arábia Saudita protestou contra o ‘apoio’ dos EUA à ‘democracia no Egito’ (como se os EUA já não estivessem fazendo de tudo para salvar Mubarak). Mas os EUA logo baixaram a crista e agora EUA e Arábia Saudita voltaram a entender-se e são 100% parceiros, como sempre.
Ontem, ouvi, na Al Jazeera, uma “notícia” muito esquisita: diziam que uma delegação de EUA e da União Europeia está no Iêmen, trabalhando para construir a “transição pacífica” no Iêmen. Ora! No Iêmen, os EUA já construíram ou serviram de instrumento para construir todo o regime e todo o aparato militar-inteligência! Os EUA farão, no Iêmen o que bem entenderem. A relação íntima que há entre o príncipe Saud Faysal e Tantawi do Egito é mais um ingrediente desse complô sinistro.
Os EUA e a Arábia Saudita (com Israel ali, junto) tentarão garantir a qualquer custo que os novos governos sejam tão ruins quanto, ou se possível piores, que os antigos.
Logo estaremos assistindo os movimentos deles para por Rif no lugar de Al-Asad e Abdul-Halim Khaddam com os elementos mais reacionários da Fraternidade Muçulmana da Síria, no poder.
Trata-se agora de lutar contra todas as ditaduras que há e contra, também, os “regimes democráticos” que sejam postos no lugar das ditaduras e que serão, sempre, fantoches de EUA-Arábia Saudita.
A boa notícia é a seguinte: façam os EUA o que quiserem, vencemos o medo e ninguém, nunca mais, conseguirá encabrestar a rua árabe.”
Agora, então, o Império passou para o Plano Z e está usando diferentes meios:
- intervenção militar da Arábia Saudita no Bahrain (que é praticamente intervenção dos EUA, delegada formalmente a um fantoche-aliado, para proteger as bases navais dos EUA no Bahrain);
- intervenção imperial direta na Líbia (delegada formalmente à OTAN), para garantir que o próximo governo seja “aliado” (leia-se “subserviente”);
- manipulação política na Tunísia e no Egito;
- corrupção do levante no Iêmen, com a entrada forçada de Ali Muhsin no cenário – aparece e, repentinamente, já é líder do levante, pronto para “tomar o poder” de Ali Abdallah Saleh, com as bênçãos dos EUA (já escrevi sobre Ali Muhsin, sem gosto, sem cara, ambicioso e ligado aos sauditas);
- e em seguida metem-se na Síria, onde, por todos os lados, opera a mão dos EUA-Sauditas.
Os companheiros e camaradas revolucionários na Síria enfrentarão um difícil dilema político.
Pessoalmente, apoio a posição do Angry Arab: derrubar as ditaduras que havia e também os governos ditos “democráticos” que os EUA imponham, e que sejam governos-fantoches dos norte-americanos.
http://redecastorphoto.blogspot.com
Land and People The plot sickens
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu