O lider do grupo líbanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, mostrou nesta segunda-feira imagens que supostamente teriam sido interceptadas de aviões militares israelenses que incriminariam Israel no assassinato do ex-premiê libanês Hafik Hariri em 2005.
"Este tipo de imagem geralmente é feito na primeira etapa da execução de uma operação", disse ele a jornalistas em uma videoconferência.
As imagens, cada uma com duração de minutos, sem registro de data, mostram locais da capital Beirute e as rotas que frequentemente teriam sido usadas por Hariri para se deslocar pela cidade. Elas teriam sido interceptadas pelo Hezbollah.
Nasrallah disse reconhecer que as imagens não seriam provas conclusivas, mas lembrou que o Hezbollah não tinha escritórios ou posições nos locais filmados que poderiam ser de interesse israelense.
Espiões
Nasrallah alegou que Israel era quem mais se beneficiaria do assassinato e traçou uma série de fatos que provariam o interesse israelense na morte de Hariri.
Segundo ele, Israel usou operações secretas e de espionagem para provocar um atrito entre o Hezbollah e o governo libanês.
O líder xiita também apresentou nomes de cidadãos libaneses que acusou de trabalhar para o Mossad (serviço secreto israelense).
Hariri e outras 22 pessoas foram mortas no atentado a bomba em 14 de fevereiro de 2005.
O episódio provocou grande comoção internacional e levou a Síria a retirar suas tropas do Líbano após 29 anos de ocupação militar.
A Síria também foi acusada de cumplicidade na morte de Hariri, mas Damasco sempre negou as acusações.
"Israel não perderia a chance de criar um clima de revolta e usar o sangue de Hariri para forçar a Síria a sair do Líbano e, com isso, cercar a Resistência (Hezbollah)", declarou Nasrallah.
Um tribunal especial da ONU (Organização das Nações Unidas) foi criado para investigar o assassinato.
O Hezbollah faz parte do governo de união nacional no Líbano, cujo atual premiê, Saad Hariri, é filho do ex-premiê morto.