Haiti: Especialistas pedem proteção temporária para imigrantes

Washington, 18/1/2010 – Políticos e grupos de especialistas dos Estados Unidos reclamam o “estatuto de proteção temporária” para os imigrantes haitianos, após o terremoto que devastou o país, o mais pobre da América. Alguns consideraram insuficiente o anúncio do presidente norte-americano, Barack Obama, de que autorizaria a permanência no país de haitianos que seriam deportados por falta da devida documentação. O estatuto de proteção temporária oferece uma autorização de trabalho temporária para os imigrantes sem documentos que forem considerados incapazes de voltar ao seu país devido a catástrofes naturais ou a guerras.

Atualmente, este estatuto é concedido, nos Estados Unidos, a cidadãos de El Salvador, Honduras, Nicarágua, Somália e Sudão.

Os imigrantes haitianos sem documentos, estimados em cerca de 125 mil, pedem há muito tempo o estatuto de proteção temporária nos Estados Unidos, devido à história de turbulência política e instabilidade de seu país. “O estatuto de proteção temporária é muito importante, e a administração Obama já deveria tê-lo aprovado. O Haiti oferece as condições para a concessão desse estatuto de todos os pontos de vista”, disse Daniel Erikson, diretor do projeto do Haiti do grupo de especialistas Inter-American Dialogue, com sede em Washington, em declarações à IPS. “É decepcionante que esta não tenha sido uma das primeiras medidas de Obama ao assumir a presidência”, acrescentou.

Na semana passada, enquanto chegava a ajuda humanitária internacional ao Haiti, Obama anunciava um investimento imediato de US$ 100 milhões em ajuda ao povo desse país. O investimento “aumentará no próximo ano”, afirmou. “Posso informar que nossos primeiros grupos de socorristas já estão no terreno e trabalhando... Membros de nosso exército estão no aeroporto (de Porto Príncipe) e o preparam para receber os recursos e equipamentos pesados que estão a caminho, 24 horas por dia. Foi estabelecida uma ponte aérea para a entrega de suprimentos de alta prioridade, como água e remédios”, disse Obama da Casa Branca.

Os Estados Unidos já enviaram ao Haiti 3.500 soldados e 2.200 fuzileiros navais. No dia 15, estavam a caminho o avião USS Carl Vinson e o navio-hospital USNS Comfort. Obama chamou isso de “uma das maiores iniciativas de resgate de nossa história recente”. Aos cidadãos haitianos residentes nos Estados Unidos, que querem saber sobre seus familiares no Haiti, foi dito para se comunicarem com o Departamento de Estado. “Poucos povos no mundo sofrem as dificuldades que vocês sofrem”, disse Obama ao povo haitiano. “Muito antes de ocorrer esta tragédia, a vida cotidiana já era uma luta amarga”, acrescentou.

Erikson comemorou a ajuda oferecida por Washington. “O governo Obama prosseguiu os progressos feitos por seu antecessor, George W. Bush, dando alta prioridade ao Haiti em seu primeiro ano de governo. A secretária de Estado, Hillary Clinton visitou o Haiti e o presidente desse país, René Préval, foi o primeiro chefe de Estado com quem ela se reuniu”, destacou. Mas, quanto à política para os imigrantes haitianos, “continua atrasada, pelo medo de que qualquer medida provoque uma onda de refugiados haitianos”, lamentou Erikson. “Mas desta vez o risco deve ser medido em relação às agudas necessidades do povo haitiano. Seria desumano deportar 30 mil cidadãos do Haiti, quando esse país atende claramente as condições para a aplicação do estatuto de proteção temporária”, afirmou Erikson.

IPS/Envolverde

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