A crise faz cair as máscaras, mas o cinismo é maior

 

A crise do capitalismo nos Estados Unidos em 1929, espalhou desemprego, miséria e fome para milhões de trabalhadores e arrastou o mundo para a 2ª Guerra Mundial.

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Agora, com a atual crise de proporção e magnitude maior que a de 1929, os trabalhadores têm que se levantar em todos os países para que sejam os capitalistas e ricos exploradores que paguem a conta.Todas as guerras da atualidade, desde a Primeira Guerra Mundial, fazem parte da divisão do mundo entre as potências mundiais, um pequeno grupo de países que exploram a maioria esmagadora dos países do mundo. Potências porque tiram a riqueza da força de trabalho não somente em seus países, mas também em suas colônias e semicolônias (o Brasil é um país semicolonial, seu governo é um fantoche). Desde então o mundo ficou assim dividido, é o imperialismo. É como bem caracterizou Lênin, a fase superior e última do capitalismo. O imperialismo é o reino do "capital monopolista, parasitário e em decomposição e agonizante." Entre outras características de toda essa fase do capitalismo estão a militarização de toda sociedade, as guerras, o domínio do capital financeiro (capital dos bancos mais o capital da indústria, controlado este capital pelos bancos) em que dominam as grandes empresas monopolistas. Lênin, o grande chefe do proletariado que dirigiu a revolução Russa (1917) e um fantasma para os imperialistas, aplicou de forma genial os ensinamentos teóricos e práticos de Karl Marx, outro fantasma para os capitalistas, porque explicou de forma clara a origem das crises e o fracasso do sistema de exploração, entre tantas outras contribuições que servem para dirigir a luta do proletariado em nível mundial.

Portanto, desde o começo do século XX, já estava demonstrado o papel dos monopólios, do capital a juros que já controlava toda a economia já nesse período. Dentro disto Lênin mostrava que alguns industriais queriam voltar ao tempo de uma concorrência entre pequenos onde os bancos não dominavam a indústria. O que significava querer voltar a um passado que jamais voltaria a existir. Essa gritaria é muito semelhante a todos esses que querem culpar o capital financeiro, a ganância dos investidores e outras coisas mais pela crise.

Da mesma forma são as explicações dadas sobre como começou toda essa quebradeira de bancos, seguradoras e outras empresas que sugam a mais-valia produzida pelos trabalhadores, como se a crise fosse algo que não tivesse nenhuma relação com a produção de mercadorias, com o sistema mercantil capitalista que tem por objetivo único acumular riqueza.

A crise do capitalismo pode iniciar de várias maneiras como a produção excessiva de mercadorias (superprodução) que não encontra compradores ou falta de dinheiro para investir na produção, não porque falte dinheiro, mas porque o retorno que se obteria não seria satisfatório para quem emprestou o dinheiro; e mostra toda a fragilidade do sistema capitalista. Isto porque sempre produz mais mercadorias do que as pessoas podem comprar, o que não significa que as pessoas não tenham necessidade dos produtos, ocorrendo que sempre elas não conseguem comprar tais mercadorias, pois o que elas recebem é insuficiente.

A riqueza produzida pela sociedade toma duas direções distintas: uma pequena parte fica com a maioria absoluta, os trabalhadores, e a maior parte de tudo que é produzido fica na mão de poucos, os capitalistas. Essa verdade, entre outras tantas sobre o capitalismo, não podem ser pronunciadas de forma clara, como a de que esse é um sistema condenado à crise e à morte, de que teve um início e que terá um fim. Manter a máscara de que esse sistema é eterno e justo custa muito, convence a poucos e precisa de força armada para garantir tais mentiras. Cinismo é dizer que a economia está crescendo sem falar que está crescendo o número de pobres. Ainda mais tentar dizer isto agora que ocorre uma crise financeira, ou seja, uma crise de dinheiro que vai afetar a economia real. A realidade da economia é o capital financeiro (bancos mais a indústria) isso já é assim há bastante tempo. A grande polêmica agora é a de se o Estado deve ou não intervir na economia, como de fato já se fez nos EUA, na Europa e nos países que são dominados pelo imperialismo, como é o Brasil.

A crise faz cair as máscaras

A crise destrói mitos, estilhaça opiniões tão sagradas que há poucos dias atrás eram repetidas à saciedade (como a de que o mercado é tudo e pode tudo) e mostra de forma evidente todas as mazelas que se escondem, nesse sistema. O Estado se revelou claramente como um instrumento de dominação e poder da burguesia. Vai se tornando cada vez mais claro que as principais vítimas de tudo isto serão os que produzem a riqueza, os trabalhadores; vai se tornando cada vez mais claro que a maioria dos países (dominados) pagarão a conta para manter funcionando os interesses de um pequeno grupo de potências e grandes capitalistas.

As tentativas de explicar o que está ocorrendo vão se tornando um festival cômico, ou seja, engraçado se não fosse trágico. O pânico toma conta dos grandes capitalistas que com a ajuda do Estado tentam convencer as massas populares a terem atitudes semelhantes de defesa do sistema capitalista. Ocorre que a situação dos trabalhadores é diferente da dos exploradores, eles produzem toda a riqueza da sociedade, porém estão desorganizados e sobre eles paira o medo do desemprego e da miséria que assola os que não têm empregos ou vivem de subempregos.

Da mesma forma que nas guerras modernas, onde se escondem os corpos dos que são mortos e a mentira campeia, uma crise do tamanho desta que estamos conhecendo produzirá vítimas que nunca serão conhecidas. Mais de um milhão de iraquianos já foram mortos, desde a invasão de 2003, enquanto a televisão mostra os corpos das modelos, dos jogadores de futebol e dos animais ameaçados de extinção.

Os trabalhadores só podem combater a crise lutando pelo fim do capitalismo


Marx, numa palestra que fazia aos trabalhadores, falava da necessidade de luta para ter um salário maior e diferenciava os períodos de crise dos períodos de crescimento do capitalismo, mostrando que nas crises é preciso fazer tudo para não perder tanto e quando a economia estivesse no seu auge tentar ganhar algo. Porém concluía que se não se lutasse para destruir o trabalho assalariado e o capitalismo essa luta seria inglória, apontando-lhes que se tratava de substituir em suas bandeiras a inscrição de "Por um salário justo" pela de "Abolição do trabalho assalariado". Claro que alguém que dizia isso a partir do conhecimento que obteve na luta de classes, construindo a ideologia científica do proletariado, não podia ter suas idéias divulgadas nos jornais. Nem daquela época, menos ainda na época do imperialismo como nos dias atuais em que os capitalistas dominam a imprensa (monopólio dos meios de comunicação).

Da mesma forma Lênin era considerado o capeta e os jornais da época anunciavam diariamente a derrota da revolução russa. Apesar de todo tipo de maquinação e frustradas tentativas concretas de destruir a União Soviética ela foi vitoriosa e se tornara o farol de todos os explorados do mundo, o caminho a ser seguido. Agora que tanto falaram da vitória do capitalismo, da globalização (como eles chamam todas as investidas capitalistas sobre cada país por menor que seja), apresenta-se um futuro incerto, pavimentado com o sangue e suor de todos que são obrigados a trabalhar por um salário. Ao mesmo tempo com todo sofrimento produzido há outro caminho luminoso e cheio de perspectiva para a maioria dos povos, a revolução proletária e o socialismo. Estes são os fantasmas que a crise põe também em evidência.

Perigos da "Ilha da Fantasia"


Num país como o Brasil a crise pode ter ainda outros resultados também prejudiciais para os explorados, mas também as possibilidades de se romper com o sistema capitalista são grandes. É necessário levar em conta que atravessamos um longo período de crise, desemprego, subemprego, situação de atraso miséria e violência no campo, péssimos serviços de saúde, educação, etc.

Tudo isso é um palco para o surgimento dos que se autodenominam salvadores do povo e do país. Na crise que atinge todo o sistema a velocidade das mentiras e o descrédito viajam muito rápido. Dias atrás o Presidente, testa-de-ferro (dos imperialistas) e cara-de-pau, falava de um país em crescimento, uma verdadeira ilha da fantasia que com a crise mundial não seria afetado.

Quando ocorreu a crise de 1929, Hitler atacava a ganância dos capitalistas e o comunismo e prometia tudo aos trabalhadores. Dizia que os Alemães eram amantes da paz, mas não aceitariam ser atacados, aliou-se aos setores mais atrasados da Alemanha (aqui é o agronegócio) e serviu aos interesses dos imperialistas provocando a segunda guerra mundial. O povo soviético parou a máquina de guerra dos nazistas à custa do sacrifício monumental de mais de 22 milhões de vidas de seus filhos. Claro que Lula não será um Hitler (cumpre outro papel) em que pese a política clara de massacre de pobres no Brasil, garantia dos negócios na Bolívia, Paraguai e colaboração com os imperialistas na invasão e ocupação do Haiti, onde há muita coisa a ser explicada. Ao mesmo tempo ele foi convertido em salvador do país, porque com suas políticas tenta desorganizar os explorados e garantir os ganhos dos capitalistas. Mas qualquer semelhança não é mera coincidência.

Os países dominados pelo imperialismo vivem uma crise permanente que se manifesta de forma clara no campo, onde domina o latifúndio e nas cidades como um verdadeiro inferno para os pobres. Aqui, a exploração é brutal e também a dominação do imperialismo é presente. Os estremecimentos e convulsões do sistema capitalista em países como o nosso são avassaladores, arma de destruição em massa, ações dos verdadeiros terroristas (os capitalistas e os latifundiários) que não medem seus passos para manter a ordem injusta, a fome e a miséria.

Mas se a crise mundial em países dominados pelo imperialismo, como o Brasil, será terrível (mesmo a condição de vida do povo já sendo terrível), também se apresentam condições e possibilidades para os caminhos indicados por Marx, Lênin e Mao Tsetung e demais líderes revolucionários que seguiram o caminho da luta e não o da traição.
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